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Na manhã de terça-feira Janaína sentiu a necessidade de caminhar um pouco a fim de arejar as ideias, e livrar-se do incomodo que lhe dava o tédio.
Ela então, resolvendo sair sozinha, embarcou no Sandero GT Line vermelho e, com muita atenção ao trânsito, dirigiu-se ao Shopping que sempre lhe garantia bons momentos de satisfação.
Sentindo que seu carro estaria bem protegido, no estacionamento imenso, daquele novo centro comercial, ela bem à vontade, pôs-se a caminhar sobre o piso reluzente, ornado com figuras de traços finos.
Janaína andava lentamente, desfrutando o prazer que sentia ao observar as vitrines das lojas, especialmente preparadas para atrair e satisfazer os consumidores.
No final de uma caminhada longa ela entrou numa loja e, com o senso estético bastante apurado, comprou três blusas e duas calças jeans.
Ao sair a jovem encontrou-se com a velha e querida amiga Marie de Lurdes a moça alta, loura, cabelos cacheados, que trajava, naquele momento, um vestido verde leve, com alças estreitas e decote generoso.
- Vi você na praia ontem. Eu te chamei, gritei seu nome, mas você não me ouviu. – Disse Marie beijando a amiga.
- E por que não foi falar comigo?
- Estava com pressa. Tinha hora marcada com o advogado. Você sabe não é? Eu me separei do Gaby.
- Eu não sabia. Não deu mesmo pra segurar a onda? – interessou-se Janaina ajeitando as sacolas que trazia na mão.
- Não. O cara ficava cada dia mais violento. As crianças não podiam nem brincar que ele agredia todo mundo. Estava cada vez mais louco. – Marie ao falar sentiu seu rosto avermelhar-se.
- É verdade mesmo que Gaby tem problemas neurológicos? – quis saber Janaina.
- Você sabe não é? O pai dele já não era flor que se cheirasse. Tinha uma genética ruim e ainda por cima não parava com o uísque. Eu pedia, a toda hora, que ele deixasse o maldito vício, mas não tinha jeito.
- Ele não combinava com o Marcelo, seu filho mais velho? – Indagou Janaina.
- Você sabe que o Marcelo é enteado do Gaby, não é? O pai do Marcelo é o Messias, aquele frouxo que não serve nem pra pagar a pensão alimentícia em dia.
- Eu sei. Sei também que eles nunca se deram bem. O Gaby odeia o Marcelo. Mas é verdade que agora estavam se espancando?
- Sim. É verdade. – confirmou Marie. – Não sabia mais o que fazer ou a quem recorrer até que me orientaram a procurar um advogado e foi o que fiz. O Gaby não queria a separação. Mas eu sai de casa e fui morar com a minha mãe. Enquanto isso o doutor fez um processo litigioso. Saímos da audiência lá do Fórum separados.
- Desejo boa sorte pra você Marie. Tomara que agora você encontre alguém que te faça feliz. – disse Janaina afetuosamente beijando a amiga.
- Tudo de bom pra você também, amiga. Acho que agora teremos paz. – Marie sentiu um aperto esquisito no peito e lágrimas escorreram-lhe pela face.
Segurando com firmeza suas sacolas Janaina caminhou durante alguns minutos entrando na área do estacionamento; ao aproximar-se do seu carro notou que a roda traseira direita fora furtada.
Muito Indignada ela ligou para o marido, contando o acontecido.
- Não saia dai. Estou chegando daqui a pouco. – Vociferou Perez ao telefone.
Perez chegou depois de uma hora encontrou-se com a esposa, e foram conduzidos, por um dos seguranças do estacionamento, á presença do gerente que se negava a reconhecer a responsabilidade pelo furto bem como a obrigação de indenizar o cliente.
Enquanto discutiam Janaina esperava ansiosa e cansada.
- Sinto muito seu Perez, mas não podemos pagar por uma coisa que não fizemos. Temos avisos por toda a área do estacionamento informando que não nos responsabilizamos por furtos ou danos que possam ocorrer nos carros.
- Bastante estressado Perez resolveu discutir o problema no judiciário. Chamando Janaina eles iniciaram a caminhada até onde parara seu carro.
- Vou chamar o guincho pra levar o seu, Janaina. – disse Perez acionando o celular.
Satisfeito por se ver livre momentaneamente do problema, o gerente horrorizou-se ao perceber que um odor fortíssimo de gás emanava das aberturas e frestas do chão do corredor todo, onde se localizava a gerência.
Enquanto corria desesperadamente pelos corredores do shopping, agitando os braços acima da cabeça, o gerente esgoelava:
- Seu Perez, dona Janaina, pelo amor de Deus. Vamos resolver logo esse assunto. Ligo agora mesmo para a concessionária mandando vir a roda que sumiu.
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