Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]




Ivana a Bancária

por Fernando Zocca, em 06.09.12

Haveria personalidade mais idiota do que a da Ivana (Letícia Isnard), que se comporta feito uma imbecil, diante das enganações  do marido?

O Max (Marcelo Novaes) "pinta e borda' com a Carminha (Adriana Esteves), assedia a Nina (Débora Falabella) e a xarope, completamente endoidecida, ainda se dirige inocentemente ao traíra com voz de falsete. 

Se a Ivana fosse bancária seria daquelas enrustidas frustradas, loucas pra descontar suas neuras, nos clientes do banco a quem fariam esperar, por longas e longas horas, numa poltrona de agência.

Sabe aquelas doidas que não evacuam por dias e dias seguidos e que quando chegam pra trabalhar, querem "passar o seu nervoso" pra alguém, enganando-o ou o colocando numa situação desconfortável? Essa seria a Ivana bancária.

A Ivana corna bancária, seria daquelas cujo marido, além de "aprontar" com outras mulheres casadas, seria adepto também dos churrascos, nos finais de semana, à beira da piscina de águas turvas, ciadoras das larvas do aedes aegypti.

A bancária Ivana, retardadíssima, teria uma cadela Poodle a quem deixaria latindo, no portão da sua casa de periferia, por longas horas, como punição ao vizinho chato, que não toleraria ensaios da banda do concubino, depois das 22 horas.

Ivana a bancária teria um marido cabrão, meio fraco da cabeça, chegado numa cachaça poderosa e ligadíssimo nas latinhas de cerveja, que adquiriria às pencas, nos finais de semana. 

Sabe aquela figura, espertíssima, que mesmo sem crédito no celular, simula conversas diante das pessoas a quem deseja impressionar? Essa é a ivana bancária caipira.

A Ivana do interior, teria ligações profundas, por meio de parentes próximos, com algumas instituições públicas centenárias, das quais receberia reforços financeiros substanciais, ao salário modestíssimo que lhe pagaria o banco. 

A Ivana bancária caipira, teria prisão perpétua de ventre, e se fosse eleita vereadora, da cidade pequena, certamente daria muito trabalho aos mais experientes, que gastariam horas e horas do expediente, explicando-lhe que não poderia revogar a lei da gravidade, mesmo que ela fosse muito antiga.

A  caipira bancária Ivana seria daquelas que daria um boi de até 1093 kg pra não entrar numa briga, mas se entrasse, contribuiria com uma boiada inteira, pra não sair dela.

A tal bancária seria mestra em matemática, com os números, no entanto, encontraria sempre, muita dificuldade para calcular os valores da pensão alimentíciaa que o pai do seu filho nunca pagaria em dia.   

Ivana a bancária seria insuportável se o seu pobre concubino chegasse, um dia, a se formar em medicina. Aí, meu amigo, ninguém aguentaria tanta soberba e esculhambação. 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 23:56

...

por Fernando Zocca, em 06.09.12

Pegando o Ônibus Errado

 

Tirando o fato de que lá em cima, no cocuruto do ônibus urbano, há uma inscrição do destino, mas que depois ele segue por caminhos diversos, estaria tudo mais ou menos, com esse tipo de transporte em Piracicaba.

Esperei durante 45 minutos um coletivo no ponto da Avenida Armando Salles de Oliveira, entre as Ruas São José e a Prudente de Morais, onde ali por perto, há muitos e muitos anos, havia a sede de um Consórcio. Se não me engano era o Garavelo.

Meu destino era a Vila Independência, portanto eu deveria tomar o Panorâmica. E realmente, depois daquele tempão de espera, lá veio o tal, com essa inscrição, no local onde é costume haver.

Dentro do veículo, que estava razoavelmente limpo, dirigido por uma motorista simpaticíssima, havia muitos bancos ocupados e por causa disso fui parar num dos de trás, onde me sentei ao lado de uma simpática moça.  

Na minha concepção eu estava a caminho da Vila Independência, mas quando passamos do local onde o ônibus deveria seguir pra chegar naquele bairro, eu percebi que a história era outra.

É claro que não demonstrei, à jovem ao lado, a minha surpresa sobre os caminhos que o transporte tomava. Ela certamente sabia pra onde ia. Por isso iniciei a conversa falando sobre o tempo.

Ela concordou pronta e timidamente que a temperatura havia aumentado; que os dias estavam bem quentes.

Nos assentos mais afastados, perto da porta de saída, havia duas mulheres maduras conversando sobre o que aconteceu enquanto esperavam o ônibus.

- O cara perguntou se naquele ponto parava o coletivo que ia pra Charqueada. Eu falei que não; que ali não parava nenhum que ia pra lá. - Disse uma delas.

- Eu vi que você mandou ele duzentos metros pra frente. – Respondeu a outra.

- Mas não é? Pra mim ali nunca parou ônibus pra Charqueada.

- Eu ia falar que ponto é ponto e que qualquer ônibus para nos pontos, sejam eles quais forem, mas achei melhor não contrariar a comadre.

- Então... Está vendo?

Assim transcorreu o percurso sem incidentes até a Balbo.

Quando o ônibus chegou ao ponto final, naquele bairro, todos os passageiros já haviam descido. Inclusive a moça simpática.

A motorista manteve o veículo com o motor desligado por uns 10 minutos durante os quais entrou um homem já bem idoso.

-         Esse tempo está desequilibrado. Muito desequilibrado. Se fosse andar de bicicleta já tinha caído. – disse ele sentando-se num dos bancos perto de mim.

Falando que tinha sido professor e que era agora pastor, o velho disse que precisava andar a pé por ordem médica, mas que não tinha coragem pra fazer isso.

A conversa seguiu nesse tom até o local onde eu havia pegado aquele ônibus. E foi ali mesmo que eu desci, pra chegar a pé, e muito mais rapidamente, à minha casa.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 02:30






subscrever feeds