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Piranha de Aquário

por Fernando Zocca, em 30.01.13

 
Dizem que piranha pode até ser digerível, mas depois de bem frita em óleo novo, fervente.

Mas quem gosta mesmo de piranha é piranho. Eu que não tenho a menor vocação para serrassalmídeo, mesmo que no brasão da cidade haja a eternização de um cardume delas, fico na minha, bem quieto, no meu canto.

Não é novidade pra ninguém que o mau governante se defende usando as tais piranhas criadas em aquários.

Agora, diga-me, que crime comete o mau administrador público, que se utiliza dos serviços delas para proteger-se?

Em tese, a princípio, nenhum, desde que as pague com o dinheiro do próprio bolso, ou com as verbas de gabinete.

Dentre as mais perigosas estão as piranhas-vermelhas e as piranhas-cajus. Mas todas elas são terríveis. Devoradoras.

A voracidade das bichas destaca-as no reino das águas dos rios e não deixa de haver quem as confundam até com as sereias. Ledo engano.
 
Os desavisados, que lhes caem sob o domínio, são logo desapossados dos próprios componentes corpóreos, vitimados por aqueles dentes anavalhados e mordeduras danosas.

Se piranha normal é um animal perigoso, piranha neurótica então, nem me fale.

O problema mental do tal peixe pode complicar-se a partir do momento em que o mandato do cafetão termina, e a escamosa é também demitida.

Idiotas somos nós, os pobres boçais, degladiando-nos nas ruas por mixarias de tarifas de ônibus, enquanto que os verdadeiros homens desta nação gastam com as amantes, nos Estados Unidos e Europa, os resultados financeiros que só a esperteza dos homens públicos pode lhes proporcionar.

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publicado às 16:16

Governante Mau

por Fernando Zocca, em 27.01.13

 

 

 

 

O senhor Barjas Negri não fez um bom governo. Quem nos dá essa impressão é o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo ao rejeitar os recursos interpostos pelo prefeito contra as decisões que lhe condenaram as contas referentes a várias e várias licitações.


Outro fato relevante, que salta aos olhos, é a insatisfação popular contra o ato administrativo praticado quando saía da prefeitura: ele simplesmente majorou maldosamente os preços das tarifas de ônibus.


A decisão extrapolou, de tal forma, as expectativas e também a necessidade, que gerou quatro protestos públicos.


No último ato, contra a aberração administrativa, ocorrido na sexta-feira passada, cerca de 20 manifestantes, mais uma vez, gritaram palavras de ordem, fizeram muito barulho e depois de uma passeata pelas ruas centrais da cidade, pularam as catracas do terminal de ônibus.


Lá dentro houve um confronto com alguns integrantes da guarda civil, que ao reagirem contra a invasão, usando spray de pimenta, receberam punhados de areia nas faces.


Tanto os manifestantes, quanto os guardas municipais, prometeram registrar boletins de ocorrência na delegacia de polícia mais próxima.


Pareado com esses atos públicos o vereador Paiva (PT) coletou mais de seis mil assinaturas de usuários de ônibus, também todos, inconformados com o ato maligno do senhor Barjas Negri.


As assinaturas serão usadas, para um pedido de audiência pública sobre o tema, a ser feito na primeira sessão ordinária da Câmara Municipal, como prova de que a população não está nada satisfeita com os preços das passagens de ônibus e também com os serviços prestados pelas concessionárias.


Governante mau agora é julgado igual a motorista infrator: multa nele.  E tal qual o motorista irresponsável o senhor Barjas Negri tem muitas e muitas multas para pagar.


27/01/13

 

Leia também:

Polícia prende 7 ex-prefeitos


Clique aqui.

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publicado às 11:04

Recordações

por Fernando Zocca, em 26.01.13

 

 

 

Lendo hoje o Jornal de Piracicaba, encontrei exatamente no caderno Agito e Gourmet, uma crônica do escritor, compositor e servidor público Caio Silveira Ramos.

 

Caio mora em São Paulo desde 1989, mas nasceu em Piracicaba. É filho do conceituadíssimo professor Argemiro Coelho Ramos e da também professora Jandyra Silveira Ramos.

 

A crômica Algemirando (I) do Caio inspirou-me a escrever algumas lembranças daquele tempo tão bom em que, minha família e eu, passamos boa parte das nossas vidas, num casarão antigo, situado na movimentadíssima região central de Piracicaba.

 

Meus filhos Gustavo, Guilherme, Nice e eu, fomos vizinhos do professor Argemiro, da queridíssima Jandyra e seus filhos, quando morávamos e tínhamos escritório de advocacia à Rua Morais Barros durante a década de 1980.

 

Eu mantinha a banca, onde atendia clientes, elaborava as peças processuais, lia jornais e ouvia rádio, na sala da frente da casa. Era equipadíssimo o escritório; entretanto o estado de conservação do quintal não deixava de ser um caracterizador da vergonhosa omissão.

 

Eu não cuidava daquele trecho, e Nice, apesar de se desdobrar na higienização da casa, no cuidado com os meninos, na alimentação e tudo o mais, também não podia fazer nada, com aquela espécie de "selva amazônica" particular.

 

Numa ocasião o professor Argemiro, conversando com Nice e os meninos, propôs-lhes a feitura de um campinho de futebol no local.

 

A molecada vibrou com a ideia, Nice ficou na expectativa e eu, quando me falaram, não opus embargo.

 

Então o saudoso professor, usando habilmente uma escada apareceu e, transpondo corajosamente o muro, pôs-se a erradicar a erva daninha, aplainando depois o terreno.

 

Em seguida, usando meia dúzia de sarrafos, ele construiu as traves dando por encerrado, para a alegria incontida dos pimpolhos, os trabalhos daquela espécie de "Itaquerão" do centro.

 

Gustavo e Guilherme, hoje na faixa dos 30 anos, lembram-se com muita alegria, dos momentos em que passavam horas e horas na casa dos professores Argemiro e Jandyra conversando, ouvindo histórias e aprendendo a jogar xadrez.

 

Na crônica Argemirando (I) o Caio pede para quem souber de histórias ou tiver lembranças de passagens com o pai, que lhe escreva. Mas eu, quando li a matéria, não pude me conter, e tracei logo esta que publico em seguida. 

 

Quero parabenizar o Caio que é também autor da biografia Sambexplícito. As vidas desvairadas de Germano Mathias, lançado no Sesc de Piracicaba em 2008.

 

 

25/01/13

 

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publicado às 09:36

Contra os Cruéis, a Crueldade

por Fernando Zocca, em 23.01.13

 

 

 

Não pode o rico saber o que sente o pobre, pois seus ambientes, hábitos e consumo, são bem diferentes.


Nem mesmo os experts nos exercícios da empatia seriam muito assertivos ao descrever estas realidades tão distintas.


É bem por isso que os mais afortunados não entendem, ou custam muito a compreender, os reclamos das pessoas mais humildes.


Para os saciados, que desde que acordam têm suas necessidades básicas satisfeitas, é complicado imaginar gente que não usa, ou muito raramente, vale-se diariamente, dos produtos destinados à higiene pessoal.


Como é que o sujeito habituado a ir e a voltar do trabalho, usando o carro, pode se solidarizar com o semelhante que precisa acordar muitas horas mais cedo, pra esperar o ônibus e gastar um tempão extra nos seus deslocamentos?


Não tem como o milionário achar que o aumento da tarifa de ônibus possa ser prejudicial ao trabalhador que percebe um salário mínimo mensal.


Uma cidade governada por milionários, com certeza, terá dificuldades em desenvolver programas básicos de saúde, transporte público, segurança e educação para o povo.


Então você pode ver na urbe muito asfalto novo, pontes, viadutos e dezenas de outras obras feitas com cimento, cal, areia, água, brita e ferro, mas com os atendimentos bastante deficientes, naqueles setores desamparados.


Os milionários que governam a cidade deveriam gastar um pouco do seu rico tempinho em visitar a periferia, atestar como anda a recepção nos postos de saúde, o que sente e pensa o usuário do transporte coletivo, o que dizem as crianças que se alfabetizam e o que acham as que deixaram as escolas.


Ser pobre não é demérito nenhum. Mas às vezes esta condição social é usada para justificar as mais cruéis formas de agressão e expressão da malignidade dos portadores das terríveis afecções mentais.


Contra os cruéis a sociedade deve usar a crueldade. Não tem como ser diferente. Não tem como pacificar, educar e sanar, se não for assim.


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publicado às 12:04

As Gazelas Assustadas

por Fernando Zocca, em 16.01.13


 

A ignorância, a má educação, a grosseria e a incivilidade são sempre os resultados de alguma coisa. E esta não poderia ser outra do que a politica vigente numa localidade.


Se os mesmos políticos, dedicados há décadas, a desenvolver planos, traçarem metas e a dirigir os destinos das pessoas, numa determinada região, estão atentos única e exclusivamente às questões relativas às obras que envolvem o cimento, o tijolo, a areia, e o concreto, com certeza neste local, não haverá bons modos e nem tantas gentilezas.


E onde impera a estupidez, o turista geralmente, não é bem recebido. Pode ter a certeza.


Veja então que se o tal gabinete se dedica a atender aos usuários dos transportes individuais, gastando o tempo, o dinheiro e a paciência do cidadão com asfalto, pontes, viadutos e prédios voluptuosos, não poderá satisfazer as demais necessidades da população, relacionadas aos transportes públicos, à segurança, à saúde, e nem mesmo à educação.


Desta forma a selvageria, a incivilidade e a estupidez, tornam-se notáveis características, que destacam grande parte da fauna da região.


Estudos psicológicos apontam que a incivilidade e a grosseria, além de serem manifestações do inculto, teriam por base a personalidade frágil, sensível e bastante medrosa.


E essas reações animalescas, bem selvagens mesmo, nada mais seriam do que os jeitos próprios de se defender, daqueles muito delicados, que se sentiriam ameaçados.


E não deixa de haver quem creia e diga que, debaixo da pele de todo machão amedrontador, existe sempre uma gazela assustada.


É impossível não relacionar a incivilidade com a deficiência intelectual, e esta, com as más formações genéticas, resultados dos cruzamentos consanguíneos.


É certo que se pode muito bem civilizar idiotas. Educá-los. Mas se os governos só gastam dinheiro com pontes, viadutos e concreto isso é praticamente impossível.


Piracicaba que o diga.

 

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publicado às 19:33

 

 O vereador Paiva (PT) concedeu entrevista à imprensa hoje pela manhã, durante o segundo ato de protesto contra o aumento das tarifas de ônibus. Foto: monitornews.blog



 

 

Aconteceu hoje (12/01) pela manhã, por volta das 9:00, na Praça do Terminal Central de Integração, o segundo protesto contra o aumento das tarifas de ônibus urbanos.


O ato foi promovido pelo Sindicato dos Bancários, mandato do vereador Paiva (PT), e outros segmentos representativos da sociedade piracicabana.


A manifestação popular tem por base o reajuste das tarifas feito pelo ex-prefeito Barjas Negri (PSDB), três dias antes de deixar o cargo.


O manifesto considera o ato de majoração das tarifas um golpe contra a economia popular e contra os eleitores que têm no transporte público, a única forma de ir e vir ao trabalho e lazer.


O cidadão que depende dos ônibus diariamente tem comprometido 30% dos seus salários. A passagem que era R$2,60 em 29/12, saltou para R$3,00. O passe escolar custa R$2,25.


Esse ato administrativo, considerado abusivo, tem provocado indignação manifestada por discursos, passeatas e muito barulho.


Hoje cerca de 500 participantes, depois das considerações sobre a politica extremamente voltada ao fator material da cidade (pontes, viadutos, asfalto, prédios públicos), ignorando os setores (transporte, saúde, educação e segurança) que poderiam melhorar o bem-estar,da maior parte do povo, saíram em passeata de protesto.


 A multidão seguiu pela Avenida Armando de Salles Oliveira, subiu pela Rua Ipiranga, tomou a Rua Governador Pedro de Toledo até a Rua XV de Novembro de onde chegou à Praça da Catedral e José Bonifácio.

 

Depois tomou a Rua Prudente de Morais até a Avenida Armando de Salles de Oliveira, na altura do cruzamento com a Rua XV de Novembro, onde houve a dispersão.


Um princípio de incidente aconteceu na esquina das Ruas Governador Pedro de Toledo com a Prudente de Morais, quando dois guardas civis, pilotando perigosamente suas motos atravessaram a multidão.


Um dos guardas, ao passar, buzinando e acelerando violentamente o veículo, foi atingido por um esbarrão acidental, tendo voltado para o meio do povo unido, acompanhado por outro colega.


Houve um “fecha” sem maiores consequências.

  

Os estudantes, trabalhadores, donas de casa, pais de família, e usuários do transporte coletivo mostram-se indignados com a total insensibilidade politica do PSDB. 

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publicado às 16:25

Um Punhado de Votos

por Fernando Zocca, em 03.01.13


 

E prossegue a mesma lenga-lenga politica cansativa na velha cidadezinha interiorana.


O senhor João Manoel dos Santos foi reconduzido à presidência do legislativo, como das outras vezes, demonstrando assim a mentalidade mediana ávara, imperante neste pequeno trecho do globo.


Sem considerar a possibilidade da existência de fraudes nas eleições, pode-se dizer que a população aceita esse tipo de politica medíocre, de grupo primário, que agindo mais por impulso do que pela razão, manda prender a quem ousa discordar das suas determinações.


Para exercer cargos públicos, em que o candidato lida com direitos, deveres e o patrimônio dos cidadãos, é necessário estudar muito desde o grupo primário, passando pelo ginásio, e depois concluindo o curso superior.


Se assim não for, os “foras” vergonhosos, que podem danificar os bens ou até mesmo a moral de terceiros, serão a regra do agir e não a exceção.


Contudo, para exercer as funções de vereador basta ter um punhado de votos autorizadores e lá está o tal semianalfabeto a ditar regras. Ele pode inclusive, mandar prender e arrebentar a todos os que ousam não dizer-lhe amém.


O episódio em que o presidente do legislativo mandou retirar do plenário, à força, o eleitor que recusou a levantar-se diante da leitura da Bíblia é bem característico.


Esse ato de ignorante poderia lesar o patrimônio público em alguns milhares de reais se o ofendido buscasse a reparação dos danos morais no judiciário.


Infelizmente é assim que funciona. Não espere graça alguma aquele que estudou e se preparou muito. O máximo que pode conseguir é, talvez, livrar-se das armadilhas preparadas por esses orelhudos.

 

  

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publicado às 10:26






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