As rádios AM (símbolo que representa também o estado da Amazônia, onde há índios e ocas) estão, aos poucos, com o passar do tempo, transformando-se em FM.
Esse fato significa o acesso facilitado a sofisticação tecnológica pelas empresas do setor, e demonstra que brevemente todos os ouvintes de rádio desfrutarão as vantagens desta nova tecnologia sobre a antiga AM.
O rádio chegou antes da TV no Brasil. Em meados da década de 1960 eu adorava ouvir as radionovelas transmitidas do Rio de Janeiro e São Paulo.
Havia também os programas humorísticos como "O balança, mas não cai", dentre muitos outros; eu particularmente os curtia com o rosto coladinho no aparelho que, naquele tempo funcionava a válvulas.
Mas antes da popularização do rádio e seus programas, a situação era bem diversa, esquisita e difícil, onde havia muita gente concentrada, sem ter muito que fazer.
Já imaginou o clima, por exemplo, num rancho de pescarias, logo depois do jantar, onde a dezena de pescadores já não tinha mais piadas para contar?
Transfira para o sertão ou às florestas distantes a mesma ocorrência. Creio que vem dai a insistência de algumas pessoas mais antigas sobre a importância das histórias, fantasias e mitos.
Como todo veículo de transmissão da cultura, o rádio serviu, no passado, para levantar multidões em torno de uma causa; para eleger políticos, criar, manter artistas, e impérios no setor da comunicação social.
Não se pode negar que o rádio foi usado também nas vinganças pessoais contra responsáveis por situações consideradas impossíveis de serem resolvidas com bons diálogos ou no judiciário.
Na década de 1950 foram poucos os que, ao escolherem o rádio para trabalhar, não se inspiraram em Orson Welles; em 1938 ele provocou o pânico na cidade de Nova York com as transmissões radiofônicas de A Guerra dos Mundos.
O casamento, a junção entre o rádio e o cinema resultou na TV. Perceba que os programas bons das grandes emissoras, hoje são tantos, que fica até um pouco dificultoso acompanhar a todos eles.
Eu me lembro de que o primeiro objeto que comprei, com o primeiro salário, daquele meu primeiro emprego, foi um pequeno rádio portátil a pilhas que era envolto numa estilosa capa de plástico azul.
A afeição que eu tinha pelo aparelho não foi, entretanto, suficiente para me impedir de vendê-lo, quando juntava numerário, para viajar ao Rio, num daqueles carnavais da década de 1970.
Quem gosta de rádio não fica sem curti-lo, mesmo nestes tempos de TV em alta definição e internet.