Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]




Com o devido respeito

por Fernando Zocca, em 28.03.14

 

 

É interessante esse fenômeno de você mesmo aumentar os seus próprios salários para alguém pagar. 

Imagine o meu querido leitor, uma empresa com 30 funcionários que decidam majorar os seus ganhos mensais pagos pelos donos da empresa. 

Se não houver a concordância dos dirigentes do empreendimento, dificilmente a pretensão se realiza.

No caso do aumento dos próprios vencimentos, efetivado pelos senhores vereadores de Piracicaba, a anuência certamente positivou-se, em decorrência da existência de fundos.

Não há dúvida de que o numerário, vindo anualmente lá do executivo e que, por não ter uso é comumente devolvido, nos finais dos anos legislativos, reforçará os ganhos mensais dos nobres senhores representantes dos seus eleitores. 

A sobra do numerário que poderia financiar o transporte público gratuito para a população, ao invés disso, servirá para o engrandecimento pessoal dos eleitos. 

Esse aumento dos próprios salários causou estranheza, em parte do eleitorado, durante a sessão que votou o tal benefício.

Houve protestos veementes vindos da plateia que acompanhava a reunião. No plenário somente um vereador votou contra a proposta de enriquecimento. 

Pessoas mais exaltadas, talvez com maior instabilidade emocional, puseram-se em bate-bocas homéricos, que nenhum proveito trouxeram para o decoro da casa.

Vai longe o tempo em que o cidadão se candidatava por ideal. Ou seja, o sujeito se apresentava para o exercício da legislatura em troca do que não era salário.

O glamour do cargo, o destaque oferecido por ele na sociedade, motivava o cidadão comum a candidatar-se. Nos dias atuais, torna-se cada vez mais torpe a prática do tal papel. 

Parece-nos que a função hoje se tornou muito mal vista, porém suficientemente remunerada. 

Mas, mal vista ou não, gratuita ou remunerada, a atribuição do vereador é a de servir ao povo. E este servir, além das moções e sessões de prestigiamento, é feito de elaborar normas que, em tese, facilitariam a vida do cidadão pagador de impostos.

Bem diferente do que produz - por exemplo - um operário da fábrica de televisores, que num ano é o corresponsável por cinco ou 10 mil aparelhos, ganhando em troca, no máximo R$ 5 mil mensais, um vereador poderá elaborar dois ou três projetos denominadores de bairros ou ruas e receber por isso salários que passam dos R$ 10 mil por mês. 

E perceba meu querido leitor, que a fonte deste dinheiro é o cidadão que paga o IPTU, as taxas de poder de polícia, de iluminação e de ISSQN.

Bom, eu não sei onde está a sensatez popular de aceitar o aumento das suas próprias obrigações em troca de, com o devido respeito, coisa nenhuma.   

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 19:44

Educação é fundamental

por Fernando Zocca, em 24.03.14

 

 

 

Quem mais, além da madrasta, reagiria com reprimendas e pescoções às solicitações de afeto do enteado carente?

Antes de você, meu querido leitor, responder que também o pai, os irmãos, primos, amigos, professores e vizinhos, poderiam reagir da forma contrária às necessidades da personalidade em formação, temos que limitar a nossa situação hipotética.

De fato, quem teria mais influência na constituição da personalidade de uma pessoa do que o adulto, responsável por ela, desde o princípio da adolescência?

Esse "dar uma pedra" quando o filho pede pão, não seria característica dos pais sensatos. Mas que sensatez teria a madrasta que não simpatizou com o enteado, desde o primeiro momento em que o viu?

A personalidade do adolescente terá, no futuro, depois de amadurecer, a mesma rispidez, dureza de coração, com que foi moldada diuturnamente.

E, a menos que passe por um longo período de psicoterapia, o adulto tenderá a "transferir", aos seus filhos, a mesma forma de agir que "aprendeu" com a madrasta malvada.

Negar a existência de um dedo a mais na mão pode até ser tranquilizador, mas, de forma alguma, muda a tal realidade. 

Contudo, agredir as pessoas por considerar que tal desconformidade seja motivo da indiferença ou desprezo delas já é exagero. Ausência de bom senso.

Considero que não haveria ninguém mais competente, do que os professores especialistas, para ensinar que nem sempre a desatenção das pessoas não se dá por causa da miséria material, ou aversão pela aparência.  

Professores especialistas são encontrados nos centros especializados, próprios para a regeneração, e a inserção social.

Educação é fundamental para a civilidade.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 14:41

É o jogo

por Fernando Zocca, em 21.03.14

 

 

Eu sabia que era impossível a inexistência de uma "treta” tão grande, grave e riquíssima, por trás daquele zunzunzum inquietante.

O PSDB é a cristalização da chamada livre iniciativa, do empreendedorismo, das ações que formam grandes latifúndios, fazendas e empresas particulares.

Durante a vigência do estado de exceção, quando os militares assumiram o governo central, a ideologia tucana era expressa pela sigla ARENA que significava Ação Renovadora Nacional.

Contrapondo-se aos proprietários empreendedores, há os trabalhadores que nada mais teriam do que a força do trabalho. 

Estas duas vertentes sociais estão no poder há algum tempo. Os trabalhadores, representados pelo PT, ocupam o governo central, enquanto que  o partido dos patrões governa São Paulo há décadas.

Contra os trabalhadores houve a comprovação de crimes em desfavor da administração pública. Punições exemplares foram executadas e os culpados sofrem as consequências. 

Mas, como ninguém é perfeito, surgem agora revelações na Europa e também para as autoridades judiciais brasileiras, sobre a existência de crimes de formação de cartel e outras irregularidades nas licitações para a construção de metrôs e trens de várias cidades brasileiras. 

Todos os crimes cometidos durante a administração do PSDB, e que lesaram os cofres públicos em bilhões de dólares, saciaram a poucos, bem poucos, empobrecendo, por outro lado, milhões de brasileiros. 

Corrupção semelhante você, meu querido leitor, pode notar no governo deposto da Ucrânia. Lá Viktor Yanukovich e seu gabinete, com tendências pró-Rússia, enriqueceu empobrecendo o povo, até o momento em que  este reagiu depondo-o.

Viktor Yanukovich pediu ajuda à Moscou e Putin, presidente Russo, invadiu com suas tropas a Criméia, parte do território ucraniano. 

O presidente norte-americano Barack Obama e os representantes da União Europeia, aparentemente derrotados neste cabo de guerra, não puderam impedir a grave perda de território, sofrida pela Ucrânia.

Perceba que a perda do domínio sobre uma vasta extensão de terras está relacionada à corrupção de um grupo de traidores.

Viktor Yanukovich, sua quadrilha e o governo Russo gozarão as delícias das riquezas roubadas, enquanto que o povo ucraniano sentirá na pele, durante longos anos, os gravames da escassez.

Tanto aqui no Brasil, quanto lá, na Ucrânia, as coisas são parecidas. 

É o jogo.   

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 14:47

Cãozinho estropiado

por Fernando Zocca, em 18.03.14

 

 

O pau que nasce torto e que, teoricamente morreria torto, se fosse um cãozinho, deveria aprender a conviver com os seus semelhantes, para não destoar assim tão ostensiva e agressivamente dos outros.

Pedagogias existem, tanto para os cãezinhos comuns, quanto para os assimétricos.

Cabe aos papais e às mamães o direcionamento dos seus filhotes a fim de que, adestrados, possam conviver no quarteirão sem ladrarem ou atacarem os vizinhos. 

O problema, entretanto parece não ter solução se, a mamãe cachorrinha também possui disparidade na consolidação do chassis.

Eu quero deixar expresso que não tenho nenhum tipo de preconceito contra os cachorrinhos estropiados. Só não concordo com o fato de serem, as suas deficiências, usadas como desculpa a todos os danos e dissabores que causam aos outros.

As alegações de que cachorrinhos assim não fazem mal a ninguém podem facilmente ser contestadas com a presença dos interessados no local, a fim de comprovarem o desassossego e os danos por eles produzidos. 

A cegueira dos parentes próximos para as crueldades dos cãezinhos tortos pode ser confortável. Afinal a negativa da existência dos problemas não deixa de ser uma espécie de defesa da própria paz.

Ou seja, é mais fácil dizer "eu não tenho nada com isso" do que estar presente, todos os dias, para afagar os bichinhos depois de servi-los com a ração e ossos.

As escolas especiais de adestramento exigem certa disciplina dos cachorrinhos morfologicamente prejudicados. Mas compete às mamães cachorrinhas a insistência do comparecimento e da permanência deles nas instituições veterinárias.

Engana-se, e muito, quem acha que cãezinhos tronchos, que latem, não mordem. 

Na opinião de muita gente eles são os piores: latem e mordem. Os desajeitados têm a característica de acreditar que, por apresentarem esta ou aquela forma, os olhares a eles dirigidos o são para a chacota. 

E quem meu amigo leitor, quem se disporia a dizer que, apesar deles serem feios, pobres e desengonçados, ainda assim possuem algo de venerável?

Eu, por estar escolado no assunto, - já levei mordidas que me doem até hoje - não me atrevo nem a chegar perto.

Você tem dó, compaixão? 

Adote. Leva um deles pra casa. 

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 19:00

As mentecaptas cabeças politicas

por Fernando Zocca, em 12.03.14

 

Diferente do que disse Pilatos ("o que eu escrevi, está escrito"), aos judeus que se queixavam do que ele mandara redigir na placa, pregada no alto da cruz, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando assumiu o poder, mandou o povo esquecer o que ele havia, durante muito tempo, ensinado.

Os judeus se queixavam que o governador romano mandara grafar, sem razão, as iniciais I.N.R.I. (Iesus Nazarenus Rex Iuderum), que quer dizer Jesus Nazareno Rei dos Judeus.

A queixa dos crucificadores era no sentido de que a frase, equivocada, fosse trocada para "este homem disse que é o rei dos judeus".

Foi quando então o representante do povo romano encerrou a conversa com o "o que eu escrevi, está escrito".

A inflexibilidade do governador imperial contrapõe-se à maleabilidade do governante brasileiro que, para dirigir o pais durante oito anos, precisou renunciar a todas as teorias que esposava quando era professor. 

Quero entender a dinâmica do desenvolvimento das teses do ex-presidente como sendo semelhante a do sujeito que, sob ataque, em legítima defesa própria, e a dos seus, revida moderadamente a opressão, afastando o perigo. 

Em sendo ou não exatamente isso, os fatos comprovam que os dois mandatos, exercidos pelo ex-presidente, seguiram os ditames do capitalismo, da economia de mercado e de todas as regras econômicas usadas no mundo ocidental.

E foi assim também com os governos de Lula, Dilma ou de quem mais vier. A história recente das nações está vivíssima na memória do mundo para provar quais são as melhores formas de governo e sistema econômico.

Convenha, meu querido leitor, não ser nada saudável que, por não ser simpático ao governo vigente, num determinado local, o cidadão deixe de se defender com o uso de todas as formas garantidoras das prerrogativas, especialmente as expressas na DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948.

Nem mesmo o mais lesado entendimento das mentecaptas cabeças politicas provincianas pode negar que o Artigo XII da citada declaração vem assim expresso:

Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.

Esgotadas pois, as instâncias administrativas, religiosas e judiciais sem que cesse o despotismo, nada mais honesto do que a busca da implosão das embasadoras teorias absurdas, injustas e opressivas.

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 17:44

O falso testemunho

por Fernando Zocca, em 07.03.14

 

 

 

Os falsos testemunhos, as mentiras deslavadas, são dados e inventadas pelos mais variados motivos. 

A inveja, o ciúmes, a luxuria, a ganância ou a justificação de fatos condenáveis podem levar alguém, a atribuir à outrem, ações criminosas que não cometeu.

Esse tipo de comportamento é hoje conhecido como calúnia e vem previsto no código penal. Além de ser um crime, contra integridade moral da vítima, demonstra a precariedade de quem o pratica. 

Entretanto podemos observar que a pratica dessa maldade não é nova. A maledicência é conhecida desde o tempo dos antigos profetas bíblicos. 

Você, meu arguto leitor, pode encontrar em Reis, especialmente no capítulo 21, aquela passagem em que Nabot de Jezrael, sendo possuidor de uma vinha, perto do palácio do rei Acab, foi vítima do falso testemunho.

Esse rei, desejando adquirir a propriedade de Nabot, procurou-o para comprar dele as terras e as vinhas. 

Entretanto Nabot de Jezrael negou-se a vender a propriedade. Acab ficou muito triste e, prostrado, não quis mais saber de conversa com ninguém. 

Então Jezabel a esposa dele, propondo-se a resolver a situação, escreveu cartas em nome de Acab, selou-as com o nome do rei e as enviou aos cidadãos mais notáveis da cidade.

As cartas mandavam que os seus destinatários fizessem jejum, levassem Nabot até os primeiros bancos do templo e, durante uma cerimônia, deveriam dizer que ele, Nabot, havia amaldiçoado ao rei e a Deus e que, portando, deveria ser apedrejado.

E foi o que aconteceu. Convidaram Nabot a sentar-se nos primeiros lugares do templo e durante a celebração, duas pessoas se aproximaram e, diante de todos, proclamaram que Nabot havia amaldiçoado ao rei e a Deus. 

Em consequência disso, Nabot foi levado para fora da cidade, apedrejado e morreu. 

Jezabel quando soube que seu plano dera certo, disse ao marido que fosse até a vinha desejada e dela tomasse posse.

Você pode notar que a motivação do crime praticado por Jezabel foi a ganância. 

Entretanto muitas outras causas podem levar uma pessoa a caluniar alguém. 

Por exemplo: a prostituta que viveu devassamente boa parte da sua existência, tendo encontrado alguém disposto a lhe garantir a mudança de vida, com a instituição das rotinas do casamento e do lar comum, pode justificar seu comportamento passado, com o suposto crime de abuso sexual, praticado por alguém. 

Entretanto, da mesma forma que Jezabel foi descoberta e punida por sua calúnia, mais cedo ou mais tarde, pode crer meu amigo leitor, todas as mentiras, para a glória da justiça divina, vêm à luz.

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 12:35

Paz na Terra

por Fernando Zocca, em 06.03.14

 

 

Em 1917 Lenin e Trotsky, inspirados pela ideologia de Karl Marx, e comandando milhares de seguidores, instalaram o comunismo na Rússia.

O país passou a chamar-se União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e, segundo consta, até a sua volta ao atual sistema capitalista (na década dos anos de 1980), provocou a morte de 30 milhões de dissidentes.

A simples manifestação do descontentamento com o governo, seus líderes, ou sua política, ensejava prisões e condenações à pena capital.

A tomada do poder, a exemplo do que ocorreu em Cuba em 1959, foi pelas armas. Uma das primeiras providências dos revoltosos foi a de fuzilar toda a família do Czar. 

O confisco dos bens particulares, a proibição das práticas religiosas, com o fechamento das igrejas, e uma severa vigilância contra opositores, marcaram as quase oito décadas do predomínio comunista na Rússia.

Uma das justificativas embasadoras das atitudes revoltosas foi a de que a família imperial, e toda a corte, viviam ostentando o luxo, a riqueza, enquanto a população passava por dificuldades terríveis. 

Sob o regime comunista a União Soviética, destacou-se na II Guerra Mundial, tendo dado início à derrota do Reich alemão, com a vitória sobre as tropas nazistas que, durante 900 dias, sitiaram Leningrado.

A exemplo dos Estados Unidos a URSS auxiliava financeiramente aos governos simpáticos à sua causa.  Desta forma países como Cuba e dezenas de outros na África, recebiam aportes vultosos de numerário, em forma de supervalorização dos produtos que comerciavam.

Assim Cuba vendia à URSS açúcar por preços maiores dos que os praticados no mercado mundial. Comprava gasolina, a preços menores, mantendo a sua condição de satélite soviético. 

Dentre os países que se alinhavam à antiga URSS estava, na Europa, a Ucrânia.  

Com a mudança do regime comunista para o capitalista, o auxílio aos seus antigos simpatizantes foi drasticamente reduzido, quando não extinto.

Diferentemente do que ocorreu com a Cuba de Fidel, a Ucrânia ainda recebia aportes vultosos de dinheiro vindos da Rússia.

O governo de Moscou, por utilizar o território ucraniano, com os seus dutos de gás, injetava grandes somas  fortalecedoras do poder local.

Ocorre que, à exemplo do que aconteceu na Rússia Czarista, o luxo, a pompa, a corrupção e as necessidades insatisfeitas do povo, trouxeram descontentamentos sérios contra o governo ucraniano apoiado por Putin. 

Então revoltosos, simpatizantes das orientações politicas e filosóficas da União Europeia, assumiram o poder, fazendo com que os líderes pró-Rússia deixassem o país asilando-se em território russo. 

O presidente Putin, a pretexto de defender as propriedades Russas na Criméia (parte do território ucraniano), enviou tropas militares que se preparam para ações violentas.

Por outro lado, a União Europeia e os Estados Unidos ofertaram alguns bilhões de dólares ao novo governo ucraniano pró-Europa.

Cremos que as reações agressivas dos russos, ante essas questões como protestos e manifestações diversas das suas orientações, tenham suas raízes na antiga feição dos governos comunistas de agir.

Assim, do  mesmo jeito que houve a mudança da forma de produção, do regime comunista, para a da economia de mercado, do modo autoritário para o democrático, talvez a atual conduta russa também se coadune com os modelos democráticos de proceder. 

Tomara. Deus queira.

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 01:44






subscrever feeds