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Melhorando o status

por Fernando Zocca, em 29.05.14

 

Segundo alguns o Brasil atual passaria por uma situação politico-social semelhante a de 1963-1964.

Um diferenciador relevante estaria no cenário da política internacional. Na década de 1960 o mundo via-se envolvido na chamada "guerra fria" em que a doutrina econômica capitalista, representada pelos Estados Unidos, competia com a marxista da União Soviética, pelo domínio na América do Sul e África.

Em assim sendo - sem o fator pressão externa - o Brasil teria a oportunidade para resolver os problemas de forma diversa da utilizada naquele tempo.

Nem só quem era solteiro, desempregado, não tinha filhos, ou instrução nenhuma, e ainda está, depois de tantos e tantos anos, na mesma situação, poderia perceber que os acontecimentos politicos-sociais, vividos hoje, pela nação brasileira, seriam semelhantes aos daquela época em que, aos 31 de março de 1964, os militares assumiram bruscamente a direção.

A história, depois daquela tomada intempestiva, do controle, todos ou quase todos, conhecem.

E, da mesma forma que os deputados federais ou os prefeitos prevaricadores ver-se-iam diante da oportunidade para embolsar aquela propinazinha da licitação preparada, hoje mais temerosos com as consequências, deixariam de fazê-lo, o Brasil tem a chance de resolver os seus problemas sem o uso da força. 

É poderosa a tese de que prendendo, julgando e condenando os que corrompem, e são corrompidos, o Brasil prescindiria dos golpes de estado.

Em 1964 João Goulart não chegou ao fim do seu governo. Dilma e o PT, praticantes da mesma política Janista, aportam segundo a oposição, com as graças de Deus, ao termo final do mandato popular, se não felizes, pelo menos mais fortificados com toda a empreitada, considerada pelos tais descontentes, como bastante ousada.

É bom salientar que as condenações exemplares dos envolvidos nos esquemas causadores das sangrias, aos cofres públicos, supririam a tomada do poder pelas armas.

Perceba também que o governo petista fez muito mais pela população desvalida do que qualquer outra administração tucana.

Neste sentido, Piracicaba - melhorando o seu status no ranking das cidades desenvolvidas - entrou para o rol das prósperas urbes portadoras de faculdade de medicina. 

Este privilégio era um sonho antigo e, graças à política do governo federal, voltada para a educação, realizou-se, dignificando a Universidade Metodista.

É certo que enquanto os benefícios sociais da política petista forem bem maiores do que os equívocos danosos, voluntários ou não, ela continuará sendo a mais estimada pelo eleitorado.

É o que temos dito.

 

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publicado às 11:47

O padrinho

por Fernando Zocca, em 21.05.14

 

 

Diante dos ataques aos ônibus urbanos ocorridos quase que diariamente em muitas cidades brasileiras e noticiados pela mídia nacional, não deixa de nos ocorrer as nossas primeiras experiências com o veículo. 

Meu padrinho de batismo era um cirurgião dentista conhecidíssimo na cidade. Residia na área central e compunha entidades importantes relacionadas à saúde bucal, tanto de benemerência quanto profissionais. 

Eu me recordo que numa ocasião, quando ainda bem menino, meu pai me levou à casa dele. Íamos a pé, de mãos dadas, e antes de chegarmos ao nosso destino, nos encontramos com o doutor, na calçada, perto do local onde mantinha o consultório. 

O dentista mostrou-se surpreso com a nossa presença e depois dos cumprimentos, apontando para mim perguntou ao meu pai:

- É esse aí?

Eu não entendia muito o que eles conversavam mas pude sentir que o clima era festivo e não fiquei muito constrangido quando, naquele tom de muita graça, o padrinho me perguntou:

- Cadê o pinto? Mostra aí. 

Provocando a gargalhada no padrinho e a repreensão do meu pai, que me deu um puxão forte no braço, eu abaixei o short e mostrei-lhe o que ele queria ver.

Depois da constatação do dentista, expressa na frase "ele mostra mesmo", dita entre risos, fomos todos à sua casa onde nos presenteou com dezenas de brinquedos antes usados por seu filho já adulto.

Dentre esses brinquedos havia um ônibus.  

Eu passava muitas horas dos dias me divertindo com os presentes todos. Mas fiquei bem triste quando soube que o filho do padrinho viera, numa tarde, buscar o ônibus que me fora dado, mas que tinha de ser devolvido. 

O tempo entre a infância e a maturidade passou rápido e na década de 1980, me vejo formado em Direito, pela universidade local.

No verso do diploma a inscrição Diploma 78409, registrado no livro Dir-6, fls. 174, conecta a carta ao sequestro do ônibus 174 da linha Gávea-Central, ocorrido no Rio de Janeiro, aos 12 de junho de 2000, no qual morreram o sequestrador Sandro do Nascimento, e a refém, a professora Geisa Firmo Gonçalves, moradora da favela da Rocinha.  

Todos nós temos de um jeito ou de outro, experiências com os ônibus. Que não sejam elas nunca relacionadas à destruição.

Durante a existência os fatos se sucedem. A gente reza e torce para que todos tenham saúde, paz e oportunidades de trabalho; e que não seja nunca necessário o uso da violência, física ou moral, para a obtenção de tudo o que nos é assegurado pela vida. 

 

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publicado às 13:55

O telefone e a minha mãe

por Fernando Zocca, em 19.05.14

 

 

 

 

 

Faz parte dos procedimentos mais naturais do mundo queixar-se às mães das crianças, quando há a predominância da sensação de prejuízos, ou mal-estares, causados pelas estripulias delas. 

Quem, quando guri, não levou “broncas” da mãe, depois dela ter recebido várias reclamações sobre os supostos comportamentos inadequados?

Mãe é mãe; a minha me repreendeu muitas e muitas vezes. Hoje considero terem sido, aqueles sermões todos, cascudos e puxões de orelha, essenciais para a minha formação. 

Quando era solteira, minha mãe tinha por profissão a de telefonista, numa empresa importante.

Isso aconteceu naquele tempo em que as ligações telefônicas dependiam de alguém que ficava numa central para onde convergiam todas as linhas. 

Quando a funcionária recebia ligações, tinha de conectar, colocando os pinos nos orifícios correspondentes, o sujeito que ligava, à pessoa a quem era feita a ligação.  

Era tudo muito complicado. Havia um emaranhado enorme de fios e cabos. Não era raro a ocorrência de confusão nas conexões equivocadas. 

Por falar em telefonista, em telefone, você sabe quem inventou esse aparelho?

Foi o inventor Alexander Graham Bell, nascido aos 3 de março de 1847 em Edinburg na Escócia.  

Alexander era filho de Alexander Melville Bell, especialista em elocução e correção dos defeitos da fala; ele trabalhou junto com os irmãos como assistente do pai em Londres.

Graham Bell teve carreira independente no Canadá e nos Estados Unidos, onde foi professor de surdos-mudos.

Os pais da jovem Ellen Keller apelaram a ele a fim de que a educasse, tendo Alexander - que ficou com a supervisão - incumbido Anne Mansfield Sullivan do encargo. 

Em Boston, nos Estados Unidos, Bell fundou um instituto de pesquisas acústicas.

Johann Phillip Reis (1834-1874) já transmitira sons à longa distância na Europa, mas foi Bell quem construiu um aparelho para transmitir a voz. A invenção valeu-lhe o prêmio francês Volta em 1880. Nos experimentos o inventor utilizou pilhas, barras de aço, e eletroímãs.

Chama-se Bell (sino) a unidade internacional de potência sonora adotada em 1927.

O inventor morreu no Canadá no dia 2 de agosto de 1922, aos 75 anos. 

Por isso tudo você, meu estimado leitor, acha que é fácil esquecer a mãezinha, especialmente quando diante de alguém usuário do telefone? 

Que a paz esteja sempre contigo, minha querida. 

 

 

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publicado às 20:03

Cardume de piranhas

por Fernando Zocca, em 14.05.14

 

 

 

 

Você já imaginou o quão poderosa seria a força resultante da união entre os presidiários petistas, cumpridores das penas a eles impostas, e os corruptos tucanos, envolvidos nas fraudes licitatórias dos metôs e trens?

 

Há quem afirme que, a exemplo do que acontece ao boi, atacado por um cardume de piranhas, não restaria da entidade pública, onde eles atuariam, nada mais do que os destroços das estruturas.

 

Mas afinal o que existe em comum entre os componentes dos dois grupos?

 

Um dos fatores é a consciência da existência das riquezas a serem acrescidas aos seus patrimônios particulares. Outro elemento comum é a crença de que a impunidade superaria qualquer flagrante ou execração pública que pudesse haver.

 

E, certamente, a ocupação dos cargos públicos proporcionaria a chance de por em prática o vetusto ditado "a ocasião faz o ladrão".

 

Eu já disse várias vezes, neste vosso blog mais querido, que o ladrão vale-se tanto das pequenas, quanto das grandes coisas.

 

Assim, aquele ladrãozinho principiante pode satisfazer-se subtraindo para si textos copiados da Internet e publicados depois em seu nome.

 

O ladrão mais escolado pode levar na conversa famílias inteiras, deixando-as na penúria extrema, ao desviar para si ou para outros, os bens de uma herança. 

 

Você sabe que esse - o furto - é um jeito existente, capaz de  acrescer às suas, as coisas que não deveriam ser. É uma forma antiga de enriquecimento ilícito.

 

Por falar em enriquecimento, não podemos deixar de lembrar dos nossos queridos vereadores. 

 

Eles não fazem nada, praticamente nada, além de nomear ruas, loteamentos, e passar horas e horas discutindo coisas que qualquer cidadão comum faz, e de graça, nos assentos das praças.

 

A diferença entre os nossos edis e o povo, que conversa nas praças, é o salário. 

 

Não digo que os votos recebidos sejam diferenciadores porque não se pode duvidar da possibilidade da compra deles. A negociação feita com o pessoal capaz de aumentar ou diminuir - na apuração - o número dos votos, de qualquer candidato, pode gerar uma vida pública bem longa.

 

Nós temos aqui na cidade pessoas que vivem dos salários pagos pelo povo há mais de 20, 30 anos.

 

Quando comparamos o vereador a um operário da indústria percebemos que durante um ano o trabalhador pruduziu - por exemplo - 436 bicicletas, em troca de um ou dois salários mínimos mensais. 

 

Já o nosso homem público esperto não fez nada além de reunir-se, uma ou duas vezes por semana, no plenário da câmara municipal, para discutir assuntos de somenos importância, ou outorgar afagos públicos, recebendo em troca quase R$15 mil mensais. 

 

Mas o meu querido e inteligente leitor poderia perguntar: se é assim por que então o operário não se candidata aos cargos eletivos?

 

Ora porque, pra entrar nessa "panela", o sujeito tem de ter o caráter suscetível às desonestidades. Se não o tiver, que pelo menos, não impeça os despojamentos feitos pelos circundantes, quando a ocasião for propícia. 

 

Você sabe: muita gente boa morreu ao tentar "dedurar", impedir ou negar-se a participar das sem-vergonhices. 

 

Por isso meu amigo, se você é petista, tucano ou componente de qualquer outra entidade, apta a disputar as próximas eleições, saiba que o pessoal desse vosso blog quer estar alheio, bem alheio, a essa patifaria toda. 

 

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publicado às 11:03

O jogador de baralho e a professora

por Fernando Zocca, em 06.05.14

 

 

Você já pôde notar a existência daquele tipo de personalidade que se faz de vítima. 

É um jeito de ser que atribui a alguém, ou a situações especiais, os seus sofrimentos intermináveis.

Entretanto não deixa de ter certa razão o adulto que passou a infância "triturado" pelo ressentimento dos tios e primos mais velhos. 

Ponha-se na situação de quem precisava muito do dinheiro para custear estudos em outras cidades, fazer frente às despesas comuns do dia-a-dia ou pagar dívidas de jogo, e não podia recebê-lo em decorrência de estar ele na posse de um...digamos usurpador.

Você já percebeu que todos os males do mundo teriam como fonte única o safadista desjuramentado que, com a mulher e um filho imberbe, se acomodaram na casa que deveria ser dividida entre todos os herdeiros do vovozinho falecido.

Agora, meu querido e paciente leitor, some às agruras dos frustrados o fato de não poderem ter eles mesmos um filho. Não por haver qualquer tipo de impotência sexual do varão, causada pelo tabagismo, alcoolismo e noitadas inteiras na gandaia, na jogatina de baralho, Não. Longe disso. 

Talvez por incompatibilidade sanguínea quis o destino que o casal, formado pelo exímio jogador de cartas e a professora promissora, não pudessem dar ao mundo um descendente legítimo. 

E então? Como fazem os casais que vivem tal vicissitude? 

É comum à essas pessoas, que passam por esse tipo de problema, resolverem-no adotando uma criança.  

Perceba que a frustração causada pela impossibilidade de ter um descendente foi suprida pela adoção, mas a de estar na posse do bem imóvel ficou latente, pulsante, teoricamente embasando, inclusive, as histórias de ninar do infante recém-chegado. 

Como sagaz que é o meu nobilíssimo leitor já pôde vislumbrar a existência dos parentes ascendentes do neném adotado. 

E haveria prazer mais satisfatório do que aquele em que se enreda, calunia e difama (aos familiares-ascendentes do guri)  o tal devedor que não desocupa o bem do espólio?

Não, meu caro, não haveria mesmo. 

E tome lero-lero: "deficientes mentais", "doentes do baço", "racistas", "nazistas" e "encrenqueiros", seriam os adjetivos mais leves dentre todos os impingidos àquela família, espécie de judeus usurpadores dos territórios palestinos do sertão paulista. 

Se a maledicência fosse face a face, até que não causaria tantos males. Mas calúnia à socapa é muito mais eficiente, destrutiva, mortal, tucana e infame.

Essa, meu amigo, leva a morte à cabeceira do leito. 

Deus me livre.  

 

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publicado às 11:40

Os baques da insônia

por Fernando Zocca, em 05.05.14

 

 

O baque tem tudo a ver com a funilaria, com o funileiro. Sem ele - o choque - não há danos, amassamentos, deformações; portanto, o "martelinho de ouro" pode ser o bálsamo para a alma dos que passaram por esses perrengues. 

Há quem duvide, mas por causa dos tais danos, existem os que “martelam” durante a noite, neste árduo serviço de "endireitar" as latas, os conceitos, reposicionando as direções. 

Para a concorrência não passa mesmo de covardia a intenção de laborar no silêncio das madrugadas, não dando, ao rival, a chance de se defender com mais trabalho nas latas. 

Há os baques causadores da insônia; fazem com que os elementos do entorno, a eles inerentes, sintam os tremores da ocorrência.  

Aos baques, os calmantes, neurolépticos, sedativos e antipsicóticos não seriam desnecessários. 

Tem gente que vai mais longe.  Os que buscam as causas disso tudo não cansam de afirmar que há na composição deste fenômeno o analfabetismo, as deficiências intelectuais, o alcoolismo, e a covardia. 

Então o meu industrioso leitor perguntaria: escola, educação, sensatez, bom senso, amorteceriam os tais baques? 

A resposta é sim. A educação ministrada por psicopedagogos, psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais minimizaria os efeitos maléficos e bem deletérios dos baques.

Baque bom é baque manso, sossegado. Mas não há que se confundir: baque é baque; encostamento é encostamento. 

Para os que acham que nos baques há muito de ignorância, de medo e covardia, dizemos que são portadores da mobilidade extrema; eles só cessam depois da parada total.

Há quem creia ser saudável dizer bom-dia, boa-tarde, boa-noite aos baques.

Eu particularmente, por enquanto, prefiro me abster; escolho as superfícies mais lisas, macias, planas, afáveis, amenas e sociáveis.    

 

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publicado às 11:24






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