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Governos Autoritários

por Fernando Zocca, em 27.01.15

 

 

 

 

 

Teriam razão aquelas pessoas que garantem ser a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, simpatizante do Nacional-Socialismo?
Dois fatos de suma importância, ocorridos recentemente, na história da nação vizinha, dão a ideia de que a mandatária teria tendências ditatoriais.
O primeiro deles foi o conjunto de ações com as quais tentava abafar as investigações do ato terrorista, ocorrido em 1994, que destruiu, com a explosãio de um carro bomba, no dia 18 de julho, um prédio da AMIA (Asociación Mutual Israelita Argentina), na capital portenha, vitimando 85 judeus.
O final deste capítulo foi alinhavado ocm a morte do promotor federal Alberto Nisman. A cena do crime tentava passar a noção de suicídio; entretanto as investigações posteriores descartaram esta hipótese, prevalecendo a tese do assassinato.
Cristina disse recentemente que o promotor foi vítima de homicídio e associou a arma do crime aos seus adversários políticos.
O segundo conjunto de atos governamentais, indicativos do autoritarismo da presidenta, é composto por ações objetivando limitar a ação da imprensa, especialmente do grupo Clarin.
Perceba que em ambas as ações governamentais há a intenção de impedir a divulgação (considerada perturbadora para o governo), das atitudes administrativas, à sociedade.
Ora, quem evita a publicidade tem motivos para o anonimato e este, certamente, estaria relacionado com atos escusos praticados durante a gestão no executivo. Quem não tem o que esconder, não teme a transparência.
A priori, essa forma de agir é bem própria dos governos autoritários, indispostos a conversação, machistas, aos quais favorecem o sigilo, o anonimato.
A verdade sempre aparece e a justiça, meu amigo, tarda mas não falha.

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publicado às 23:09

Cristina e suas aprontadas

por Fernando Zocca, em 26.01.15

 

 

 

Alguém duvida que a presidente Cristina Kirchner era a maior interessada na morte do procurador federal Alberto Nisman?

Ha pouco tempo Cristina, e seu governo, buscavam calar a imprensa, sobretaxando o papel e todos os demais componentes utilizados na veiculação das notícias impressas.
Alberto Nisman investigava, há 10 anos, a responsabilidade do governo argentino na dificultação das investigações do ato terrorista que vitimou 85 judeus em Buenos Aires.
Fora as denúncias de corrupção, todos os demais fatores mantenedores de Cristina, e seus aliados no poder, estão abalados, mais por frustrarem, do que atenderem as expectativas do eleitorado.
Cristina defende-se dizendo que, realmente, não foi suicídio mas sim ato criminoso da oposição, objetivando culpar seu governo.
As más línguas, no entanto, garantem que ela teria se saido muito melhor, em silenciar o opositor, se lhe tivesse ajeitado uma namoradinha, cuja função seria corneá-lo, discretamente, toda vez que pensasse em dizer algo desagradável, não aceito por seu gabinete.
Ou ainda, a Casa Rosada poderia até financiar um curso universitário ao procurador. Se ele persistisse nas denúncias sofreria dissabores na universidade. Em caso de abandono das aulas teria conceitos desabonadores desta sua conduta.
Ainda que mal comparando existem semelhanças entre esse crime bárbaro e o ataque feito por seguranças de Getúlio Vargas, comandados por Gregório Fortunato (Anjo Negro), contra Carlos Lacerda e acompanhantes, no dia 5 de agosto de 1954, na Rua Toneleiro, quando morreu o oficial da Aeronáutica Rubens Florentino Vaz.
Esse episódio culminou no suicídio de Getúlio no dia 24 de agosto de 1954, no Palácio do Catete, Rio de Janeiro.
Governantes que se mantém no poder corrompendo, sendo corrompidos, matando e mantendo o povo na miséria, no sofrimento, não teriam mesmo outra alternativa do que a de deixarem os cargos tranquilamente sem promover mais derramamento de sangue.
Cidades cujas populações sofrem com as deficiências dos atendimentos médicos, de segurança, de saúde, educação e transporte dar-se-iam por satisfeitas se tivessem como prefeitos e vereadores pessoas dispostas a sanar as causas destas falhas todas e não em reprimir os descontentes.

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publicado às 01:13

Dentes na boca de pobre

por Fernando Zocca, em 23.01.15

 

 

 

 

 

O povo desdentado de Piracicaba agradeceria muitíssimo se o atendimento odontológico municipal (CRAB), situado na Rua Gonçalves Dias, nº 70, funcionasse corretamente.
Os certificadores de que tudo vai bem, não podem, entretanto, negar que a demanda seja bem superior que a capacidade do atendimento.
Aliás a deficiência pública, nesta área da saúde, reflete o amadorismo político, atualmente vigente em Piracicaba, desde há muitos e muitos anos.
O cidadão sem dentes, que se candidata à uma dentadura municipal, precisa seguir certos trâmites burocráticos, eficientíssimos na desesperança que provocam.
A ausência da capacitação, nesta área odontológica da cidade, talvez precise de tantas idas e vindas dos candidatos, como forma de barreira de contenção, das verdadeiras procissões sucessivas dos carentes.
A dinâmica que o eleitor sem dentes de Piracicaba deve seguir é essa: 1. Precisa ir ao posto de saúde municipal do seu bairro; 2. Lá o funcionário o encaminhará ao CRAB do Piracicamirim; 3. No CRAB o pobre desdentado piracicabano pode ser informado que deve voltar ao posto do seu bairro, onde lhe informarão quem é o dentista - se está de férias ou não - que pode atendê-lo.
Percebe-se que os casos em andamento obtêm, depois da espera demorada, a atenção dos encarregados.
Entretanto novos candidatos, a essa dádiva miraculosa municipal, só poderão ser aceitos quando dentistas responsáveis voltarem das férias, ou quando houver, depois de mêses e mêses de mastigação ineficiente, o prêmio duma vaga nova, ofertado pela abertura dessa espécie de vestibular, onde só passa quem está bem trumbicado.
Não dá pra deixar de concluir que há muita gente precisando de tratamento dentário e pouca em condições de oferecê-lo.
Então meu astuto e inteligente leitor perguntaria: "Mas por quê não contratam mais dentistas, instalam outros consultórios?" Ora, porque teoricamente, a administração municipal teria de aportar mais verbas neste setor. Além disso a prefeitura deveria criar mais cargos e isso, depende da Câmara Municipal.
É como despir um santo pra vestir outro. E as pontes, o asfalto, o luxo dos prédios públicos que todo mundo vê? Como ficaria a imagem da administração se essas coisas, visíveis ao eleitor, tivessem sua seiva minguada em benefício das dentaduras ocultas?
É claro que mais vale, aos políticos profissionais, os salários e seus acessórios, garantidos pela satisfação popular, nascida nas visões do asfalto recapeado, do que nos sorrisos proprocinados pelas dentaduras municipais.
Ou seja: asfaltar ruas provoca mais ideia de competência do que botar dente na boca de pobre.
É urgente a instalação de novos gabinetes dentários e a contratação de mais dentistas compromissados com o atendimento eficiente da população carente desta cidade.

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publicado às 15:01

Louvando o que deve ser louvado

por Fernando Zocca, em 19.01.15

 

 

 

 



Excetuando as coisas produzidas pelo conhecimento tecnológico, tudo o mais, não é novo debaixo do sol.
Então o ciúme, a inveja, o ódio, as paixões, o amor, o respeito, as perseguições, as opressões todas, assédios e os insultos, são componentes antigos das personalidades humanas.
A função principal das religiões é a da agregação, da união, junção dos desgarrados, da expressão da solidariedade, da caridade, respeito e louvação.
Entretanto quando todas as crenças embasadoras delas são usadas para a exclusão, ostracismo e perseguições, o ideário não deixa de ser alvo, inclusive, dos insultos.
Quem lê o Antigo Testamento pode perceber que haviam profetas insurgentes contra os costumes templários desequilibrados e também contra as cidades abrigadoras desses sistemas considerados condenáveis.
Jesus Cristo foi um dos que ensinou, por exemplo, contra a prática do sacrifício ao invés da misericórdia.
No século XVIII filósofos oprimidos escreveram teorias desancadoras, inclusive, dos textos sagrados.
Nem por isso toda a majestade, beleza, eficiência e necessidade das Igrejas foram diminuídas.
O Papa Francisco disse recentemente, quando respondia a jornalistas, que não é correto insultar as religiões, mas que se isso ocorrer, não se deve praticar crimes contra a vida.
Francisco comparou as diatribes, contra a ideologia religiosa de alguém, com as ofensas à própria mãe dele - desse alguém - e que essas atitudes não poderiam resultar em algo mais do que alguns sopapos.
Ocorre que nem sempre é assim. As interpretações equivocadas dos textos sagrados podem sim resultar nas ações violentas tais como as acontecidas em Paris, recentemente.
Sabe-se que a compreensão e interpretação de algo, dos fatos, depende da educação do interpretador. Educação está relacionada com escolas, professores, e estes, com as administrações públicas.
Quando a gerência da "res pública" sofre as ações dos corruptos e corruptores, ela - a instituição escola - se fragiliza, anemia-se, possibilitando o recrudescimento da selvageria.
Isso pode ser bom para alguns políticos mas é devastador para o Estado, a nação.
Portanto, para a manutenção da ordem e do progresso, nada seria mais importante do que o cumprimento das leis, condenando os culpados e absolvendo os inocentes.

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publicado às 19:01

Reconhecendo os próprios erros

por Fernando Zocca, em 11.01.15

 

 

 

 

 

 

O Papa Francisco disse, numa de suas prédicas sobre a família, que a causa mais frequente das discórdias, aborrecimentos, desarmonia e tensões familiares, ocorre pelo desconhecimento do  desculpar-se.  

Tem muita gente que se vê praticamente travada no momento de reconhecer o próprio erro. O desconhecer essa possibilidade, do pedir perdão, é claro, torna a convivência bastante desconfortável, propícia até da deterioração maior. 

A dificuldade para desculpar-se pode estar embasada na soberba, no orgulho, ou até na concepção de que a causa do erro, ou ação prejudicial, não estaria nele, no agente cometedor do delito. 

Então o agressor, ao invés de facilitar os relacionamentos futuros pedindo escusas, simplesmente procura apontar os supostos erros daquela sua vítima.

O orgulho, neste caso, tende a ser maior do que todo o desconforto causado pela agressão. 

O agressor pratica a descompostura, baseado na crença de que sua vítima merece o tal castigo, desconsiderando inclusive, todas as instituições existentes para isso. 

Haveria, no fundamento dessa atitude equivocada, duas hipóteses: a primeira seria a falta da educação, do treino, para agir solicitando a escusa. A estupidez, a grosseria, loucura mesmo, sustentaria o comportamento hostil inalterável.

Não deixa de haver a hipótese da prevalência da deficiência mental, causada por sérias desordens orgânicas, no comportamento obstinado, querelante, reivindicativo, em que predomina a fala estereotipada. 

O vandalismo compõe também o rol das atitudes condenáveis nesse tipo de personalidade. Então, a invasão dos quintais vizinhos, o apedrejamento das pessoas ou objetos, os incêndios nas calçadas, a formação das turbas, nos crimes de rixa, e a destruição dos ornamentos das residências do entorno, são delitos bem comuns. 

Os ensinamentos da escola, das religiões, dos contidos nos veículos de comunicação social, encontram na impermeabilidade, causada pela disformidade metabólica mental, a sua maior barreira. 

As personalidades propensas às agressões careceriam dos tratamentos especializados, nas instituições existentes para isso, a fim de que aprendessem a suportar a si mesmas, todas as demais manifestações da diversidade, e a usufruir os benefícios da paz.  

 

 

 

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publicado às 22:02

Reciclagem

por Fernando Zocca, em 08.01.15

 

 

 

 

O ataque ao jornal francês Charlie Hebdo por terroristas significa a intolerância da deficiência intelectual contra a criatividade e a liberdade de expressão. 

Sabe-se que as ameaças, e as agressões físicas, são as reações comuns dos que não têm argumentos para os diálogos e os entendimentos. 

Ou seja, os "burros", quando se percebem sem condições de manter conversações inteligíveis, partem logo para as agressões físicas, danando a parte adversa. 

Daí não ser incomum as tentativas de destruição da casa dos vizinhos, da sufocação com a emissão de tintas poluentes, a provocação das rachaduras nas paredes, e até a disseminação de calúnias na igreja, no fórum, na prefeitura e nas demais instituições da cidade. 

É praticamente impossível deixar de comparar a destruição dos veículos laranjanews.blog oficina.blog, barbatana monitornews.blog  e outros, com os ataques ocorridos recentemente na França. 

É um problema educacional que o poder público não consegue, ou tem muita dificuldade, em amenizar.

Há quem veja o ciúme como embasador também desse tipo de ação criminosa. Afinal, o que dizer - como explicar - aos seguidores e dependentes, as manifestações daqueles que se destacam publicamente, comunicando versões diversas, se não os considerando loucos, ou destruindo-os fisicamente?

Como manter a liderança religiosa, politica ou familiar se não houver provas da loucura, doença ou incapacidade dos dessemelhantes que demonstram liberalidade nas comunicações públicas daqueles seus conceitos e opiniões?

Na ausência do convencimento dos tais asseclas, de que todos os que expressam suas opiniões contrárias impunemente, são doentes infelizes, os ataques físicos seriam solucionadores.

É o que se viu com a deletação dos blogs e da agressão ao Charlie Hebdo.

É nesse momento que a imprensa, o direito e as demais instituições democráticas precisariam entrar em ação, na defesa da cultura, da educação e do progresso intelectual, científico e tecnológico da nação. 

A condenação à obrigatoriedade da frequência às escolas especiais, para os deficientes intelectuais agressivos, a prisão e a reparação dos danos morais, materiais e pessoais, dos criminosos intimidadores, seriam as reações esperadas das sociedades civilizadas. 

De que adianta tanto conhecimento científico, tecnológico se não houver o amor, a compaixão?

Como negar que a inclusão dos retardatários agressivos seja ato de consideração afetiva, amorosa?

Contudo, a nosso ver, a socialização dos agressores é a consequência de algumas reciclagens atualizadoras que, também para muitos, só ocorrem nas penitenciárias ou nos hospitais psiquiátricos. 

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publicado às 16:54

Caravelas

por Fernando Zocca, em 03.01.15

 

 

 

 

caravelas.jpg

 

- Van, meu lindinho, cabecinha chata, embarangado, pelancoso e arruinado bêbado, diga-me, aqui e agora, nesta mesa do bar do Bafão: é verdade que você tinha um gatinho que se chamava Noé? - perguntou Luísa Fernanda.

- Sim. É verdade. Noé não me dava sossego. Era sempre assim: Noé mia de manhã, Noé mia de tarde, Noé Mia à noite. Noé mia no quarto, Noé mia na cozinha, Noé mia no banheiro, Noé mia no quintal. Era uma chateação danada - respondeu o ébrio com voz anasalada.

- Por que, meu amado mestre etílico, você deu ao seu gato esse nome: Noé? - quis saber a companheira.

- Ora porque... Noé tinha um barco que se chamava arca, arco... Sei lá... Dentro dele - do barco - Noé fez entrar uma porção de bichos. Tinha mais animal dentro do navio do que fora dele.

- Mas de que jeito era esse barco? Parecia caravela? Sabe aqueles navios grandes do tipo da Santa Maria, Pinta e Nina usados pelo Cris?

- Que mané Cris? 

- O Cristóvão Colombo, ora bolas - concluiu Luisa Fernanda.

- Ah, não sei. Só sei que tinha mais bicho do que gente lá dentro, inclusive gatos - afirmou Van Grogue.

- Mas na arca do Noé tinha velas? - quis saber Luisa.

- Acho que não. 

- Nas caravelas tinha um monte de velas. E pra segurar aquelas armações todas, veja só que trabalho, tinha muitas cordas, fios e cabos. Você manja de cabos? - explicou Luisa. 

- Olha, Luisa, cabo bom pra mim é cabo de caneca de chope. No mais não sei do que se trata - respondeu Van.

- Tanto a tal de arca, quanto as caravelas eram feitas com madeira, paus, tábuas - ensinou Luísa.

- Sim, mas e eu com isso? - Van queria um sentido para aquilo tudo. 

- Ora, nas cordas, nos fios das velas, pousavam pássaros, passarinhos. E veja só que perigo: se naqueles mastros enormes pousassem pica-paus e começassem a bicá-los, logo não haveria mais barco nenhum. Morou? - Luisa explicava bem as charadas. Era preciso espantar ou prender os passarinhos.

- Ah, sei... - murmurou o desanimado Grogue.

- E tem mais, viu? Naquelas embarcações havia lugar até para alguns artistas que pintavam telas lindas, memoráveis, eternas. 

- Sério? - Van estava curioso.

- É claro, meu burocrático lindinho. Então você não sabia que em determinados navios havia algumas pequenas hortas cuidadas por especialistas agronômicos?

- Sabia disso, não. Pra mim é novidade - duvidou Van.

- É meu amigo. O bagulho era complicado. Tinha até briga em que se disputava o comando da embarcação. Quando mais cruel fosse o capitão, melhor seria.

Van bebeu um gole de cerveja e perguntou:

- É verdade que eles levavam os barcos nos trens?

- Ah, sim. As parcerias eram comuns. Os barquinhos iam e vinham nas carrocerias dos caminhões. 

- Me disseram que nas cavernas das embarcações, às vezes, haviam morcegos. Será verdade? - quis saber o curioso Grogue.

- Não dá pra duvidar. Dizem que O Cavaleiro das Trevas... Conhece? Era um morcegão invocado que vivia com a vara na mão passeando de bote, prá lá e prá cá.  Ele cavocava o chão com uma enxada buscando minhocas. Ele queria pescar lambaris, cascudos, mandis e outros peixes. Mas quando pegava uma piranha ele ficava temeroso. Ele achava que piranha boa era piranha frita. Para a manutenção e fabricação dos botes, os fabricantes recorriam aos marceneiros que trabalhavam, inclusive, nas fábricas de urnas. Manja urna mortuária?

- Sem chance de prosseguir com essa conversa, minha nobre e querida Luisa Fernanda. Paro por aqui - disse Grogue com firmeza colocando o copo na mesa. 

- Ah, mas eu não te contei e, é claro que você não sabe, - continuou Luísa - que na fabricação das caravelas tinha até pedreiro que dava uma força, de vez em quando, pros caras? 

- Bafão, manda a conta - finalizou Van Grogue levantando-se e sacando a carteira, recheada com notas graúdas, do bolso traseiro. 

 

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publicado às 16:42

Demência senil

por Fernando Zocca, em 03.01.15

 

 

 

 

Se nada fosse por acaso, então os ganhadores das loterias já saberiam, por antecedência, os resultados. 

E, realmente, se desta forma fosse, haveria a configuração de fraude. Ora, se as loterias, os resultados dos jogos de futebol são deste modo, conviria investigar. 

Se nada fosse por acaso, então já estaria tudo predeterminado: a queda de um avião, de um prédio, uma ponte, incêndios. 

Essa ideia de que nada seja por acaso, teria como motivador a noção de que haveria alguém por trás, a comandar, manipular e controlar tudo. 

Até pode ser que assim seja: afinal o que não seriam - nos conflitos familiares, entre as nações - as sabotagens danosas, promovidas por aqueles que se julgariam prejudicados, não é mesmo?

O nada é por acaso, expressa o contrário do tudo depende do acaso. E certamente, a negação da primeira assertiva, não poderia deixar de ter uma conotação de culpabilidade, acusação, por algo acontecido por suposta intervenção de alguém.

Da mesma forma, o tudo depende do acaso, pode livrar das frustrações não esperadas, os responsáveis por um acontecimento aguardado,

O que você acha do resultado daquele jogo inesquecível entre o Brasil e a Alemanha na copa de 2014?

Perceba que os alemães chegaram ao Brasil indo diretamente à Bahia, local onde o Brasil teria "começado". Lá fizeram amizade com os índios, os primeiros moradores desta terra varonil.

Depois, já durante os enfrentamentos das seleções, submeteram-se a treinamentos extenuantes, como os praticados sob o sol do meio-dia; viveram manhãs em que despertavam dos seus sonos, nos alojamentos, sob o som das vaias vindas dos aparelhos dos psicólogos treinadores e, por fim, no jogo contra o Brasil, usaram assim, na maior, um uniforme semelhante ao do Flamengo.

Por outro lado, você meu ilustríssimo e querido leitor, haverá de se lembrar que o praticamente responsável pela escolha do Brasil como sede da copa de 2014 foi o PT do então presidente Lula. 

Ora, o que existiria de mais humilhante, para o governo federal, do que um vexame da seleção brasileira, que, em caso da conquista do hexacampeonato "encheria a bola" do PT de uma forma insuportável para a oposição?

Portanto não é bem assim: "nada é por acaso". Em todas as decisões, pode haver a prevalência do acaso, tanto na forma positiva quando na negativa. 

No direito penal há a previsão dos crimes culposos, onde não haveria a intenção do cometimento do delito. Por outro lado há a figura do dolo que é a manifesta intenção do agente em praticar o crime.

Tanto em um como em outro as circunstâncias devem ser bem investigadas. 

Mas, com o devido respeito, nos crimes de ameaça, não poderia deixar de haver também, na sua etiologia, a tremenda sem-vergonhice, encapsulada na loucura - demência senil - intimidatória. 

 

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publicado às 02:50






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