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Precatórios

por Fernando Zocca, em 28.03.15

 

 

 

A grosso modo precatório significa crédito que o cidadão tem para receber do poder público.
Da mesma forma que o eleitor tem o dever de pagar os impostos, as taxas e outras obrigações tributárias, sendo cobrado judicialmente, quando não o faz, os entes públicos devem pagar aos eleitores, os valores a que foram condenados pelo judiciário.
Tanto as prefeituras, quanto os estados, e a união são passíveis de serem cobrados por suas dívidas.
A prefeitura de São Paulo, por exemplo, poderá passar a próxima administração todinha, empregando os seus recursos, no pagamento dos tais precatórios.
E, cá entre nós, não faria nada mais do que a obrigação.
No mesmo sentido a união, ou seja o governo federal, tem obrigações de há muito e muito tempo. As pilhas de processos e as filas de credores são imensas.
Os estados formadores da federação também são devedores de muita gente. Há pessoas que passam 20, 30 e até 40 anos esperando a boa vontade política dos governantes.
Mas há casos em que os credores, e seus descendentes todos, já se foram deste mundo sem receber o que lhes deviam os poderes.
Você já pode ter percebido a desigualdade entre os polos desse tipo de litígio: de um lado a estrutura burocrática cobradora, corrupta, hipócrita, falsa e mal pagadora. Do outro o trabalhador pagador incansável de tudo o que lhe é imposto.
Vejo muitas queixas contra as críticas que fazem aos políticos. Mas o que têm feito eles - além de não pagarem o que devem - para minimizar essa disposição geral de ânimo?
Uma das razões que alguns administradores usam para se esquivar dos pagamentos é a de que as obrigações - as dívidas - tiveram origem nas administrações anteriores.
É claro que as leis determinam a obrigatoriedade dos pagamentos das contas públicas mesmo não tendo sido originadas no governo atual.
Mas o que se vê são as postergações maldosas, cheias de má-fé. Afinal uma ciclovia é mais visível e eleitoralmente muito mais produtiva do que as carteiras recheadas daqueles pagadorzinhos de impostos.

 

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publicado às 11:03

Zen

por Fernando Zocca, em 26.03.15

 

Piracicamirim.jpg

 

Já faz algum tempo que estou sem ver televisão. Não que tenha sito tomado por aversão ou desgosto. Nada disso. É que a minha "lindinha" pifou, veja bem, de repente, de uma hora pra outra.
Então, como a grana, nestes tempos, está assim como mangas para os coletes, a alternativa é ouvir o rádio no computador.
Adianto àqueles que sugeririam ver a TV no notebook que isso aqui, não dá certo por algumas razões.
A primeira é que a tela é invadida por banners insistentes de publicidade e não há o que os faça recuar.
A segunda razão consiste no travamento constante das imagens, gerando a assincronia entre elas e o som.
A vida sem TV é triste. Então a gente aproveita para aumentar o tempo dedicado às atividades físicas.
Para quem pesava quase 90 kg, era fumante, sedentário e que só dormia sob efeito daqueles remediozinhos receitados pelo doutor, e que agora, depois de ter mudado completamente o quadro, vivendo sem as chamadas "muletas", tendo emagrecido, e dormir naturalmente, há um bom tempo, a alegria é imensa.
Dentre as atividades físicas como o caminhar, pedalar e correr, prefiro as três. Mas há ocasião em que uma ou duas delas são mais favoráveis do que as outras.
Por exemplo: se a bike está com os pneus furados nada como caminhar ou correr para manter a saúde.
Você sabe muito bem que as atividades físicas são importantes para a manutenção do equilibrio metabólico do corpo.
O estresse, o nervosismo, a raiva, geralmente passam depois de duas ou três horas - por semana - de caminhada ou corrida.
Imagina como seria a vida do sujeito que tivesse de enfrentar situações de adultério, invasão de domicílio, barracos homéricos, imensos, agarrões, puxões e xingamentos, tudo isso por muito tempo, temperados com maços e maços de cigarros.
Você pode acreditar que não haveria coração capaz de manter-se íntegro.
A indignação que a traição provoca é terrível. Mas o pior não é só isso. O pior ocorre com as reações daqueles todos que foram vítimas das agressões produzidas pela perfídia.
O sujeito fica praticamente louco. É capaz de agredir a uma mocinha, uma velhinha e até mesmo a um homem adulto. O atordoado, neste estado de sofrimento, é capaz de dar uma "voadora" no peito do adverso, fazendo-o cair no chão, perder os chinelos e os óculos.
É terrível.
No momento presente, não vejo outro modo de alcançar o estado zen, que não seja pela atividade física constante.
Eu recomendo, viu?

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publicado às 02:04

Inexatos

por Fernando Zocca, em 23.03.15

 

 

 

 

Parece que, com as investigações, processos, condenações e execuções das penas, dos crimes cometidos contra a "rés" pública, ressurge a esperança de tempos melhores para o Brasil.
Os entendidos dizem que a corrupção sempre existiu em qualquer atividade humana. Entretanto, nunca antes foi tão prazeroso descobrir, expor, ver as consequências dos malfeitos, e do fim que levaram os malfeitores.
O pessoal mais antigo, daquele tempo em que o cinema tinha mais destaque do que a TV, isto é, era mais fácil ir ao cine do que ver programas exibidos pelas TVs, se lembra dos filmes de faroeste.
Sempre tinha o bandido que roubava bancos, assaltava fazendas, roubava o gado, mudava as cercas das propriedades, elaborava falcatruas mil e, no final, era pego pelo mocinho que, depois de esculhambá-lo na rua principal da cidade, dando-lhe um tiro, naquele duelo em que sacava mais rápido, assoprava o cano fumegante do revólver.
Até há pouco tempo, os crimes cometidos pelo chamado pessoal do "colarinho branco" não eram flagrados ou descobertos por causa das características insidiosas dos delitos.
Entretanto com o advento dessa tecnologia das câmeras filmadoras e gravadores, não há mais acontecimento secreto que não possa ser revelado.
Então, meu amigo, as chances do surgimentos dos novos mocinhos, dignos merecedores do reconhecimento popular, do amor da mocinha, são proponderantes.
Perceba que a diferença entre os mocinhos dos filmes de faroeste e dos justiceiros de hoje está no equipamento usado. O homem da lei, hoje, usa câmeras, a imprensa e a opinião pública, ao contrário do vaqueiro daquele tempo que contava com o revólver e, no máximo da sofisticação, com balas de prata.
O que importa mesmo é a garantia de que as condições favoráveis ao pleno desenvolvimento da vida prevaleçam sobre as diruptivas.
E para que isso ocorra, tanto os delitos praticados por meliantes arruaceiros do quarteirão, quanto os daqueles administradores públicos, devem ser exemplarmente castigados.
Eu gostaria de dizer, especialmente aos "defensores espirituais" dos maus-caracteres que Jesus tinha preferência pelos pobres, doentes, oprimidos, cobradores de impostos, meliantes, desgarrados, porque via neles a oportunidade para o propiciamento de uma vida nova, da verdadeira conversão salvadora.
Reitero que sem a evangelização eficaz é mais provável que o educador assuma o modus vivendi dos inexatos, do que estes dele.

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publicado às 12:51

Baby

por Fernando Zocca, em 19.03.15

 

 

 

 

 

 

 

 

Nesta guerra entre emissoras de TV, partidos políticos, ideologias celestes, filosóficas, esportivas, comerciais e industriais, o cidadão fica mais perdido que o cego no tiroteio.
Todos querem provar que suas atitudes são as melhores, as ideias mais recomendáveis e infalíveis.
Então você vê irmão brigando com irmão por causa de herança, vizinho atacando vizinho porque não gosta dele, padrasto humilhando enteado que demonstra ciúme da mãe e por ai vai.
Nessa bagunça toda tem gente que emite palavra quando espirra ou tosse. Você já viu isso? Pois fique sabendo que existe.
Não é nada raro, nesse clima, a instalação dos dilemas homéricos na cabeça dos embasbacados. Direita ou esquerda, Corinthians ou São Paulo, esposa ou amante, Avenida Paulista ou Copacabana, psicologia ou filosofia, blog ou site, Fluminense ou Flamengo, São Paulo ou Rio de Janeiro, espiritismo ou catolicismo?
Se a paz do cidadão mantiver estabilizada, livre dos sustos provocados pelas explosões das bombas surpresa, então pode-se dizer que tudo, de certa forma, uma hora ou outra, se acomodará.
A gente sabe que sem dinheiro não se faz nada. E quando você descobre que foi covardemente roubado e em consequência disso afunda-se inapelavelmente na miséria, sua tendencia de paciencioso tende a fortalecer.
Mas se isso não acontece, você pode se juntar ao MST, organizar-se, pensar em ordem unida, disciplina e, com o devido respeito, "mandar ver".
Como é que pode, neste século XXI pessoas, ou grupelhos perseguirem alguém em nome do que quer que seja?
O tempo da inquisição já passou há muito. Mas você ainda acha que os radicais que atacaram o jornal frances Charlie Hebdo não tem uma ramificaçãozinha aqui no Brasil?
Loucos existem em todos os lugares. E, travestidos, em nome das teorias obscuras oprimem e destroem.
Uma das definições do direito é "dar a cada um o que é seu". Não seria nada novo dar a Cezar o que é de Cezar, a Deus o que é de Deus, à Petrobras o que é dela e a herança ao herdeiro.


 

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publicado às 11:49

Jacobice

por Fernando Zocca, em 15.03.15

 

 

 

 

Você percebe a incoerência no comportamento de alguém ao presenciar atitudes opostas, contraditórias.
Essa discrepância nas atitudes fica mais grave e danosa quando estão envolvidas muitas pessoas, crenças e coisas.
Só para exemplificar, digamos que o professor distribua entre os seus alunos um comunicado sobre as matérias que ministrará durante o semestre.
Depois de todos estarem bem cientes de quais serão os procedimentos, durante aquele período, o mestre, assim, sem mais nem menos, muda a ordem das coisas, causando muita surpresa.
E é claro que a situação torna-se mais confusa ainda se o tal responsável, ao tentar explicar as mudanças feitas na última hora, não consegue convencer a todos os envolvidos.
A motivação oculta faz pensar em hipocrisia, falsidade ou má intenção, com alguém ou o grupo todo.
A mecânica da ação assemelha-se ao do legislador que nega a palavra a alguém, durante uma sessão camarária, mesmo estando a manifestação garantida anteriormente por dispositivo legal.
Este projetar algo e mudar o curso da ação durante a execução é própria também daquele que idealiza uma viagem, por determinado caminho, mas durante o trajeto, resolve alterar a rota ou o meio de transporte.
Quando as mudanças repentinas, imprevistas, não causam danos a ninguém, não há do que reclamar. Entretanto, quando as pessoas esperam algo e ela não acontece, ocorrendo constrangimento ou até danos, sem dúvida nenhuma, adentra-se na área da reparação.
O contrário também ocorre. Se por exemplo, o traçado de uma ação, depois de consolidado demonstrar, com o passar do tempo, que ele seria menos prejudicial se fosse modificado, e em assim o sendo, comprovar os benefícios, com certeza evidencia muito mais méritos.
Na relação doador/donatário, o combinado, quando não cumprido, isto é, quando não executado, pode produzir manifestação de estranheza e até desistência da efetivação das doações futuras.
Olha, há quem creia que essa contestação entre o dizer e o fazer seja caso de atenção psicológica.
A noção da necessidade do auxílio especializado se reforça com a exacerbação do uso do álcool e o isolar-se frequentemente dos familiares - por exemplo - nos ranchos de pescaria para a prática do onanismo.

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publicado às 21:31

Mudança

por Fernando Zocca, em 13.03.15

 

 

 

Vivemos momentos em que não podemos mais nos queixar da falta d`água ou de chuvas.
Na verdade, há ocasião em que a abundância do liquido é tanta que causa até prejuízos materiais de grande monta.
Compete então, a quem de direito, as providências necessárias para o efetivo armazenamento do produto, evitando assim maiores sofrimentos quando houver, novamente, tempos de estiagem.
É o governo de São Paulo o responsável direto pela captação, manutenção, tratamento, e distribuição da água na maior parte do estado.
Negligência ou omissão neste setor estratégico, vital, de abastecimento básico, significa muito sofrimento, danos morais e materiais para a população paulista.
Perceba que com essa chuvarada toda, que vem caindo sobre Piracicaba, o mato florece a olhos vistos.
As ruas do Cemitério da Saudade estão praticamente todas tomadas pela erva daninha. A vegetação nasce e cresce entre as pedrinhas do calçamento.
Fica bem difícil para a administração municipal, exigir dos cidadãos comportamentos que ela também deveria ter e não tem.
Quando a prefeitura aponta e exige a capinação dos terrenos baldios e ela mesma não a faz, nos locais em que é obrigada a fazê-lo, assemelha-se aquele que vê o cisco no olho alheio, sem perceber a trave no próprio.
O jardim fronteiriço da sede do atendimento odontológico municipal, situado na Rua Tiradentes, tem tanto mato que não é difícil alquém encontrar ali recipientes criadores de mosquitos da dengue.
Ninguém nunca viu por ali animais peçonhentos tais como serpentes ou escorpiões. Entretanto, é sempre melhor prevenir do que remediar depois.
A administração municipal, segundo alguns, teria atualmente, mais problemas do que aptidão para resolvê-los.
Talvez a proximidade das eleições, no ano que vem, esteja ocupando o tempo do pessoal que pensa em reeleger-se.
Não tenho nada contra a reiteração de mandatos consecutivos. Acho até menos imoral do que a intenção de ocupar cargo, no funcionalismo público, depois de estar aposentado.
Qual seria a motivação - além da financeira - do sujeito que, depois de trabalhar 30 anos ou mais, numa administração, aposentar-se, e mesmo assim dispor-se a continuar ocupando o lugar que poderia evoluir?
Aqueles que garantem ser a facilitação da manutenção da hegemonia politico-partidária não estariam tão enganados.
Sem mudanças na administração pode haver estagnação do desenvolvimento na cidade.

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publicado às 13:39

A Dentadura Caipira

por Fernando Zocca, em 11.03.15

 

 

 

 

Como sofre o miserável para conseguir uma dentadura piracicabana. Pelo amor de Deus!!!!
O pessoal que trabalha no setor odontológico municipal, situado na Rua Tiradentes, prevê o início do atendimento de novos casos de próteses, para agosto ou setembro.
Eles estão chamando os inscritos em maio de 2014, segundo uma atendente do local.
Não deixa de existir a sensação da possível criação das dificuldades para a venda das facilidades. Quem é que sabe?
Desta forma, é claro que o cidadão pode valer-se dos serviços de um vereador, deputado estadual ou daquele suplente de federal, para conseguir, pela influência, a furação da fila.
Mas nesse caso, meu amigo, você contribuirá com a eternização do sujeito no cargo para o resto da vida dele.
E não é só isso. Veja que além de "mamar" por gestões e mais gestões, ficar 20 ou 30 anos "fazendo leis" não basta. Se puder, a exemplo do que sucedeu na Petrobras, Metros e trens de São Paulo e Brasília, o camarada botará a sua maõzinha na cumbuca, com toda certeza.
Então o que você vê é esse enorme descalabro, essa diferença entre o poder aquisitivo de uns e de outros.
Não dá prá deixar de concluir que não é bem o trabalho honesto que enriquece o homem. Entende?
Atualmente o cara, pra provar que é bom, homem, cabra macho, deve demonstrar a capacidade para iludir milhões de pessoas, roubando sem ser pego.
Pedro Barusco (aquele da Petrobras) juntou 97 milhões de dólares em contas no exterior. O cara disse que sentiu medo de ter tanto dinheiro de origem criminosa.
Enquanto isso a limitação do espaço das unidades de saúde, bem como as minguadas receitas municipais impedem a expansão dos serviços públicos nesta área, que só ocorrerá com a contratação de mais profissionais capacitados para atender tanta demanda.
Não basta prender os responsáveis pelo crimes cometidos contra as administrações públicas. É necessário, além da condenação dos culpados, (depois do processo legal, onde se assegura o mais amplo direito a defesa), a execução das penas, e a devolução de tudo o que foi roubado.
É claro que isso tudo não impedirá a ocorrência de novos e futuros casos de corrupção. Mas o candidato a ladrão saberá, que tem a favor da sua honradez, o exemplo daqueles que se deram muito mal quando escolheram esse caminho.
Crucificaram Jesus Cristo por ensinar a paz, o amor, a solidariedade, a compaixão e a bem-aventurança para bilhões de pessoas no mundo inteiro.
Por que não condenarão os ladrões que, ao contrário, jogam na miséria milhões e milhões de brasileiros?

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publicado às 17:13

Calçadas

por Fernando Zocca, em 07.03.15

 

 

 

Assisti recentemente, pela TV, uma reportagem sobre a quizumba ferrenha, entre alguns habitantes de Lisboa, que discutiam sobre qual forma de calçada seria a melhor para o conforto dos transeuntes.
Sabemos que as calçadas lisboetas são, na sua grande maioria, feitas de pedrinhas colocadas uma a uma, com as quais se pode expressar também os mais variados desenhos.
A chamada calçada portuguesa é uma tradição de muitos e muitos anos, tendo inspirado as de Copacabana, e outros locais turísticos do Rio de Janeiro.
Entretanto, há aquele pessoal contrario a esse tipo de calçamento por prender o salto das senhoras, desfazer-se com alguma facilidade e pelo trabalho que dá para fazê-las.
Os adversários da calçada portuguesa preferem as feitas com o betão. Betão, na verdade, lá em Portugal é o concreto, isto é, a argamassa composta de cimento, areia, brita, cal e água.
Calçada é um assunto interessante; aqui em Piracicaba ela é motivo de dúvidas por ter conotações particulares e também públicas.
A calçada é uma espécie de caminho, de passeio, que serve para todas as pessoas em geral, sem distinção de sexo, raça, cor ou religião transitarem, exercerem o seu direito de ir e vir.
Portanto, calçada é um espaço público, de todos. Entretanto a sua manutenção é exclusiva do morador do imóvel defrontado por ela.
Essa duplicidade de conceitos (o que é público e privado) causa alguma confusão na cabeça de certas pessoas. Elas não distinguem uma coisa da outra, agindo assim de forma equivocada.
Por exemplo: o cidadão, por achar que deve (por causa da lei), manter a calçada, defronte a sua casa, sempre limpa e consertadinha, pode desejar impedir a passagem de quem ele acha que não merece por ali transitar.
Essa mistura de conceitos ("a calçada é pública, mas sou eu que devo cuidar") geradora de confusões, e que habita a mente daqueles negligentes, que a tudo respondem com o "nada a ver", é comum também em muitos ocupantes (com raras excessões), dos cargos públicos.
A calçada é uma passagem para o público; deve ser mantida sempre limpa, desobstruída, em boas condições de transito, pelo morador do imóvel, que primeiro dela se utiliza, quando dele sai.
Desta forma, seria deselegante, mas não incorreto, dizer: "sai da minha frente que eu quero passar".

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publicado às 20:42

Fofo

por Fernando Zocca, em 06.03.15

 

 

 

 

 

Ursinho de pelúcia.jpg

 

Meu amigo, quando a urucubaca resolve acercar-se da sua ilustre pessoa é assaz difícil a obtenção dos bons agouros.
Sabe aquela situação em que você precisa só de meio ponto pra ser aprovado na escola, dois ou três benditos votos pra conquistar a reeleição, a colocação daquele processo no alto da pilha, lá no cartório, a fim de se sentir abençoado, e vê que isso tudo não se realiza?
Chato, né? Mas calma: não há nada bem ruim, que não possa piorar ainda mais.
Diga-me se você navega num mar rosas quando perde uma das lentes dos óculos, e o seu oculista preferido, insubstituível, está de férias; seus lindos dentes, responsáveis pela segurança nos relacionamentos pessoais, precisam de substitutos à altura, mas o protético está em Nova Iorque, curtindo um casacão de peles, ao lado daquela loirança proibidíssima.
E então? Acha que ainda não pode piorar? É claro que sim. Imagine um infarto no miocárdio, um AVC, um atropelamento, cuidadosamente plenejado por aquela pessoa que te quer tão bem sofrido.
Olha que não precisa muito pra você despertar a má vontade alheia. Dependendo do lugar, é só não participar das rodas de fofoca, beber aquela pinga no final das tardes ou não consertar o pneu da sua bicicleta no doidinho avassalador.
Conta pra mim, se você está com a aura dos sortudos quando aquele parente fofo, corrompendo tudo o que é sagrado, lhe deixou sem um mísero tostão da herança.
Veja como isso tudo felicita os que não te querem. Você, é claro, não deve decepcioná-los mostrando a resignação com a frase: "o que é uma ferida a mais pra quem já está lazarento?", pois o que está ruim pode ficar bem pior.
A turma dos que querem ver o circo pegar fogo é grande, meu amigo, imensa.

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publicado às 15:52

Glória e Glamour

por Fernando Zocca, em 03.03.15

 

Chacrinha.jpg

 

Chacrinha, o velho guerreiro (foto), já dizia: "quem não se comunica, se trumbica".
E você sabe que comunicação além da pessoal, face a face, há a chamada comunicação de massa.
Esta se dá, por exemplo, quando um veículo de comunicação social, tipo jornal, expõe ao público suas ideias e opiniões.
O mesmo fenômeno comunicativo ocorre com as rádios, TVs, revistas, e agora, recentemente, com as chamadas redes sociais da Internet.
A importância dos meios de comunicação de massa está também na influencia sobre o público, que pode eleger, ou até mesmo desbancar um governante.
Não é à toa que a imprensa é conhecida como "o quarto poder", depois do executivo, legislativo e judiciário.
O poder manipulativo das massas é tão relevante que alguns governos autoritários perdem logo a paciência com as exposições, como ocorre na Argentina, na Venezuela, na Russia e dezenas de outros paises.
Aqui no Brasil o caso mais conhecido de tentar calar a imprensa foi o do ditador Getúlio Vargas que atuou diretamente na obstrução dos jornais manifestantes das opiniões contrárias às suas políticas.
A comunicação social não deixa então, de ser uma expecie de forma de governo, de dirigir as ações, os comportamentos, criando moda, dizendo o que é certo ou o que é errado.
Na Russia, recentemente, um opositor ferrenho do governo autoritário de Putin, foi cruelmente assassinado depois de encontrar-se com uma modelo belíssima e estar com ela caminhando pelas ruas de Moscou.
Quem comparasse este tipo de emboscada com o golpe do "suadouro" aplicado por bandidos e prostitutas nos incautos não estaria tão redondamente enganado.
A propriedade de um veículo desses, de comunicação, além de grande prestígio e respeito aos seus proprietários não deixa de assegurar também muita riqueza e satisfação pessoal.
Dentre os meios de se comunicar com o público o mais eficiente é, sem dúvida, a televisão.
Com ela todos os públicos são atingidos inclusive o de menor instrução escolar.
O grupo dono de emissora de TV estará sempre cercado por politicos influentes, artistas, escritores, iindustriais, religiosos.
Sempre haverá momentos em que a receita da empresa de comunicação terá mais consistência - aportes financeiros - dos contratos com os governos federal, estaduais e municipais do que com as demais instituições civis.
Quando isso não ocorre ou é dificultado por divergências de ordem ideológica, o "espancamento" da política, do partido ou até mesmo da figura do governante, será a constante na programação da emissora.
É claro que o surgimento de uma nova fonte de informação, para o público em geral, não é fácil de acontecer. Haverá sempre os empecilhos burocráticos, as opiniões contrárias, os momentos desagradáveis, mas também a glória e o glamour farão parte constante dos que conseguem atingir o ponto máximo.

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publicado às 00:19






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