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Discursos

por Fernando Zocca, em 25.04.16

 

 

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A Internet tem essa característica de proporcionar oportunidade para a manifestação e expressão do pensamento nunca antes havida em toda a história da humanidade.

Imagina como era na Idade Média. O sujeito falava de um púlpito e pronto, em não havendo como responder, tudo o que fora dito ali era tido como verdadeiro.

O sujeito no século XVI ou XVII expressava sua opinião por meio dum folheto ou jornal e, em não tendo forma nenhuma de contestação, pimba, lá estava a “verdade verdadeira” dos fatos contra quem quer que fosse.

Na década de 1930 o cidadão falava nos programas de rádio e não havendo como o contribuinte demonstrar a sua versão, pronto, ali estavam os fatos que se tornavam, com o passar do tempo, incontestes.

Em 1974/1975 o nobilíssimo edil, mesmo eleito com 500 votos, ou menos, discursando na tribuna da câmara municipal, faria ter contra os prováveis desafetos opiniões dificilmente contraditadas.

E você sabe: a opinião pública é uma onda tão poderosa que tanto pode dignificar incluindo as pessoas como demonizá-las excluindo-as. A opinião pública tanto põe como  tira gente do poder.

Mas, essas dinâmicas todas, das opiniões que não são contestadas, não diferem daquela em que o sujeito ao ouvir uma fofoca, um mexerico, acredita prontamente, independente de ouvir a versão daquele contra quem falam mal.

Os discursos da oposição tornam-se equivocadíssimos quando se baseiam nas opiniões próprias distantes da realidade dos fatos.

Quando a fundamentação toda do raciocínio oposicionista funda-se no “ouvir dizer”, na suspeita, na fofoca, no mexerico dos enxeridos, certamente gerará manifestações não condizentes com a verdade.

Um acontecimento não tem somente um lado relatado por aqueles que o vivenciam. Há outras versões e, quando falam muito sobre um mesmo assunto, batem numa mesma tecla, fazendo o tal de “cavalo de batalha”, pode ter a certeza de que não existe tanta pureza assim nos relatos.

Pois não existe, nos processos judiciais, o conluio, a combinação de duas, três ou mais pessoas, para manterem certas versões que mais interessariam à parte defendida?

Numa classe de alunos há aqueles que aprendem melhor os ensinamentos do mestre, da mesma forma que não deixa de haver os que não conseguem entender as explicações de jeito nenhum.

E não é porque a realidade da turma retardatária seja causadora de muito incômodo que os melhores mestres deixarão de avançar na matéria. E muito menos o bom professor ralhará, ou chamará a atenção, dos que se destacam tirando as melhores notas.

Entretanto ainda existe, meu amigo, você pode acreditar, mentes tão brilhantes que em vez de promoverem os atrasadinhos, investigarem as causas dos tamanhos empacamentos, das lerdezas, resolvem punir os alunos que aprendem mais facilmente os ensinamentos.

Ou seja, o professor que assim age não estaria, mas não estaria mesmo, apto a promover o progresso dos seus alunos, da sua escola, da sua cidade, do seu estado, e muito menos do seu país.

Ora o mestre que, ao contrário de privilegiar os que aprendem a matéria, os pune, regozijando-se com os revoltados, sinaliza que, ou não tem a capacidade suficiente para ensinar os retardadinhos, demonstrando medo deles, ou os que aprendem fácil, fazem surgir nele, um ciúme inconfessável passível de censura.

Quando Jesus e a Igreja Católica dão preferência aos mais pobres, humildes, mansos de coração, não a dão aos revoltados, aos cruéis, aos odientos, caluniadores, difamadores, pedófilos, que destroem as casas do quarteirão, matam os cães da vizinhança, depredam as árvores, ameaçam e constrangem crianças e velhos.

Aos que praticam essas barbaridades todas, caberia o arrependimento, a mudança de comportamento, “o morrer para o pecado”, a metanoia, e o compromisso com Jesus Cristo.

Demonstram compaixão aos que transgridem as leis aqueles que lhes mostram os erros, os equívocos, admoestando-os, chamando-lhes a atenção para que deixem de trilhar os maus caminhos, os maus costumes.

 

 

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publicado às 02:14

Piscina de quintal

por Fernando Zocca, em 20.04.16

 

 

 

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O Serviço Municipal de Água e Esgoto (SEMAE) que durante mais de uma década foi dirigido pelo presidente do PSDB em Piracicaba, passou a apresentar, depois de um certo tempo, disfunção importante que resultou em protestos veementes na Câmara Municipal e processos no judiciário.

A hipótese da intenção do sucateamento da entidade, com objetivo de privatizá-la, foi praticamente confirmada diante da ineficiência dos serviços prestados à população, bem como pela total desorganização interna.

A exacerbação nos preços cobrados pelo fornecimento da água potável foi o gatilho desencadeador da revolta de grande parte da população. Com aumentos de 100% a 150% nas contas mensais milhares de consumidores viram-se inadimplentes. Um fato inusitado inaugurou-se nestes tempos de administração esquisita: o parcelamento do pagamento das contas do consumo da água.

A câmara municipal, apoio incontestável da política tucana em Piracicaba, ao negar-se a aprovar moções de repúdio, instauração da comissão parlamentar de inquérito, para frear as decisões equivocadas da administração, legislava sem no entanto o perceber, contra os interesses dos eleitores.

A ausência do senso crítico no partido favoreceu a falsa ideia de que a adesão às orientações da presidência era mais importante, para a manutenção da coesão partidária, do que a satisfação dos clamores do povo.

Há quem veja resíduos do nazismo/fascismo nas ações do presidente afastado do SEMAE. Diante da certeza do seu erro administrativo, lançou ele, contra a população, as suas injustiças, da mesma forma que Hitler, diante da derrota iminente, valeu-se do que chamava a solução final.

O certo é que o ministério público investiga as ocorrências. Os vários aumentos sucessivos dos preços dos serviços prestados pela entidade podem ser revogados.

Essa forma especial de ver e resolver os problemas levou muitos proprietários de piscinas de quintal a deixarem de lado aqueles folguedos do fim de semana. O usufruir das águas pode ser muito mais oneroso do que a carne, o carvão, a cerveja e a música dos tais ruidosos embalos festivos.

Com bom senso, equilíbrio, sensatez, é claro, os cálculos da contabilidade podem ser mais exatamente elaborados.

Superfaturar os preços não cai bem para quem está há tanto tempo exercendo a função de dirigir os negócios da cidade.

Imagine que outro dia ouvi um cidadão dizendo: “sorte tinha o Beethoven que, por ser surdo, livrou-se de ouvir o que não gostaria”.

Mas melhor mesmo do que uma simples piscina de água do SEMAE seria aquela repleta de dinheiro, igual a do Tio Patinhas.

Já imaginou o camarada chegando à tardezinha do serviço estafante do escritório chato e botando aquela sunga maneira joga-se de costas na piscina cheinha de dólares e moedas?

Até o sobrinho do Patinhas, o Pato Donald, namorado da Margarida, se sentiria tentado na aventura.

O bom de uma piscina dessas, de grana, é que não precisa de tratamento frequente com cloro. Ela não teria o inconveniente de, no caso de abandono, ser viveiro dos mosquitos causadores da Zika e da Dengue. As dos clubes sociais que se transformam em condomínios luxuosos também.

 

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publicado às 18:17

Árvore alta

por Fernando Zocca, em 04.04.16

 

 

 

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Neste verão passado, chuvas torrenciais, muita água e vento, durante as tempestades, derrubaram milhares de árvores na capital paulista.

Houve muitos prejuízos materiais, feridos e até mortos. A imprevisibilidade e a negligência podem estar no rol das causas dos tantos males sofridos pelos cidadãos.

Quando a gente vê uma árvore muito grande, bem alta, já envelhecida, com o tronco muita vez circundado por parasitas, pode imaginar que suas raízes já não são as mesmas. Então quando surgem as ventanias elas simplesmente não aguentam vindo ao solo causando a destruição.

Aqui em Piracicaba existem centenas de árvores muito altas, cujas copas espalhando-se pela vizinhança do tronco, acumulam muita água das chuvas tornando o peso praticamente insuportável para as raízes já não tão saudáveis.

Muitas e muitas pessoas diante de um problemão desses liga para o 156 da prefeitura comunicando a possibilidade dos estragos que a situação pode causar.

Mas nem sempre os moradores são atendidos. A posse dos protocolos e mais protocolos, da entidade pública, solicitada a resolver os problemas, não vale nada.

O sujeito perde mais tempo indo atrás das pessoas responsáveis pela solução destes imbróglios do que ganha esperança de resolvê-los.

E quando a canseira é bem maior do que o medo de que a queda da árvore possa danar os automóveis, os telhados, os muros e as casas dos moradores, então não resta nada mais do que rezar pedindo a Deus o livramento das chateações tamanhas.

Apesar de existirem normas reguladoras desse assunto donde emanam enunciados de que quem promover o corte ou a poda da árvore, existente na rua, pode ser apenado com multas pesadas, ainda, mesmo assim, tem quem destrua a planta existente defronte a sua casa.

E como geralmente quem faz isso é muito “esperto”, aos possíveis questionamentos das autoridades, sempre poderá responder que “ela estava podre e morreu”.

Uma técnica observada, com muita frequencia, na ação fatal contra as árvores, é a do anelamento que consiste em tirar a casca do tronco, na altura da raiz.

Passadas algumas semanas depois deste ato vandálico, o vegetal começa a secar. Da mesma forma que o cão, envenenado por uma vizinha maluca, morre aos pouquinhos, sem chance de sobreviver, a árvore inicia também, sem poder se nutrir e respirar, um processo mórbido deixando cair as folhas; seus galhos logo secam inapelavelmente.

Então, da mesma forma que o dono do cão neurótico, louco, que ataca as pessoas nas ruas, ao ser questionado, afirma não ser o proprietário dele, o matador das árvores nega veementemente não ter sido ele o autor da tão condenável atitude.

O mal que habita pessoas assim é o mesmo que leva o deputado federal a receber propina depositando a fortuna no exterior.

Ou seja, não haveria um mínimo de consideração para com as coisas, inclusive as públicas. A perversidade é mais intensa do que o medo das possíveis punições que os tais meliantes possam receber.

Perceba que a alegação do desconhecimento da proibição da prática do ato destruidor da árvore pode, muita vez, encorajar a mentalidade insana a diariamente buscar a degeneração do vegetal plantado na calçada, bem na frente da sua própria casa.

Os “cabeças de burro” de um quarteirão valorizam mais os zumbidos bizorrais que podem produzir suas gargantas do que a estética e a limpeza do lugar onde vivem.

É uma pena que, ainda hoje, os ensinamentos escolares sejam insuficientes para formar personalidades capazes de valorizar mais o todo, o ambiente em que vivem, do que seus direitos de serem loucos irresponsáveis, agressores impunes, daqueles a quem antipatizam.

Mas apesar disso tudo, meu amigo, a gente ainda tem esperança de ver o sujeito que mata as árvores, o cão do vizinho, o padrasto maligno que abusa sexualmente dos enteados, a doidona que sendo portadora de afecção pulmonar, usa teimosamente o tabaco, descontando depois o sofrimento obtido, no inusitado bater violento da porta do barraco, o deputado ladrão esperto, a gente ainda tem, repetimos, a esperança de vê-los receberem o retorno, as consequências, que merecem.

Colhe-se o que se planta.

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publicado às 21:06






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