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Aquele senhor chatíssimo

por Fernando Zocca, em 22.10.13

Imagine estar você, meu querido leitor, numa sala de aulas assistindo o seu professor, compenetradíssimo, ministrando aquela aula de suma importância, quando de repente, não mais que de rrepente, o vê ser interrompido brusca e assustadoramente pelo bedel afoito.

Se a aula fosse transmitida pela rádio ou TV a descontinuação grosseira, daquele tipo de quem joga um balde de água fria, causaria tanto espanto, nos milhares de telespectadores, que os motivos que a produziram seriam considerados bem mesquinhos.
 
A situação seria semelhante à daquele catedrático que na pós-graduação, ao passar o conhecimento para a classe atenta, é interrompido pelo bedel que avisa, batendo na porta, que já  terminou o tempo da primeira aula.

Mais estranhesa ainda provocaria aquele senhor chatíssimo se, em ato contínuo, avisasse que começaria a segunda aula e que todos poderiam novamente ficar à vontade.

Então você, meu arguto e inteligente leitor perguntaria: "Mas o que é mais importante para todos, em geral, a transmissão da mensagem do professor ou a ciência do burocrático encerramento da primeira e o inicio da segunda aula"?

Ora, faça-nos um favor.
 
Este fato, que já faz parte do festival de besterias, com o devido respeito, atravanca e atrasa indiscutivelmente o progresso da cidade inteira.

Piracicaba já foi considerada a Atenas Paulista. Mas a idiossincrasia de algumas pessoas acumuladoras de poder tem baixado as discussões ao nível tão primário que qualquer sinal de utilização do conhecimento universitário provoca alaridos e rumores.

E o pior não é isso. O pior é que a tentativa de igualar por baixo, esse tal de nível, é tão evidente que causa estranheza a falta de reação daqueles que a poderiam ter.

Há características da ditadura no legislativo piracicabano. Uma delas é a perene ocupação do poder por uma e invariável só pessoa.

A outra é a inabilidade para a troca saudável de idéias. O que emerge de algumas sessões camarárias são os resquícios do  mandonismo, muito próprio do coronelismo do sertão mineiro, da linha dura, utilizada pelos militares, naquela fase terrível iniciada em 64.
 
Há quem afirme que se houver o predomínio da filosofia desse senhor chatovski por mais alguns anos a razão da Universidade Metodista de Piracicaba deixará de existir.

O tempo passou. Ditadura só em Cuba, na Coréia do Norte, na China e na Síria.
 
Ainda bem que o nosso Bashar al-Assad caipira não usa mais o seu equipamento químico. 

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publicado às 17:10