Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



A Casa é Minha

por Fernando Zocca, em 02.07.15

 

 

 

 

Da mesma forma que aquele que não vê a remela no próprio olho apontando, com insistência, o formato do olho alheio, a oposição, descuidando dos delitos praticados por si, cacareja os supostos desvios do governo.
E se, é claro, a oposição inquieta, reivindicativa e querelante pratica (ou praticou) o que condena, será indubitavelmente, também condenada.
Faz parte do ônus da vitória ter de suportar o descontentamento dos vencidos. Mas vem cá… Criticar só por criticar, não tem outro sentido do que o de demonstrar certa inquietude patológica.
Imagina se tem cabimento culpar o defensor pela condenação do réu, sabida e comprovadamente, cometedor do crime?
A pena do delito criminal é circunscrita ao criminoso. Por exemplo: não pode ser isento do castigo aquele que, por ter alguém xingado sua mãe, dentro do ônibus, atropela propositalmente um cachorro, rouba a corrente de ouro de uma transeunte ou dispara contra o proprietário do trailer de lanches.
Imagine se “cola” justificar os crimes dizendo que fez isso tudo por estar ofendido, sua mãe foi xingada, ou blasfemaram.
Da mesma forma, ressalvadas as devidas proporções e os nexos, que culpa teria o administrador público, nos crimes praticados por alguém nomeado antes, por ele, com base nas informações de que era um ótimo funcionário?
Num destes dias o presidente dos Estados Unidos Barack Obama discursava, na Casa Branca, sobre a aceitação, pelos tribunais norte-americanos, dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
Durante a sua fala alguém começou a protestar insistentemente, quando então o presidente disse que ele – o que protestava – estava na casa dele – Obama – e que portanto deveria calar-se.
E é mais ou menos isso; é por aí. Enquanto o ocupante do cargo estiver legalmente exercendo a função, é ele quem manda. A casa é dele.
E não adiantam as tentativas de desalojamento com calúnias sob temas de pedofilia, inadimplência ou blasfêmia. Se querem a devolução da casa, o desalojamento dos seus ocupantes, é melhor procurar as vias legais, tipo impeachment, se houverem motivos, é claro.
Hoje o cidadão com 16 anos já tem noção do que seja certo ou errado, lícito ou ilícito, portanto deve responder criminalmente por seus atos. A ignorância – desde os tempos da Roma antiga – não exime ninguém das penas.
Cabe ao Judiciário, diante dos casos concretos, reais, analisar as provas, tanto as contrárias, quanto as favoráveis, existentes em relação aos acusados com 16 anos.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 20:46

O padrinho

por Fernando Zocca, em 21.05.14

 

 

Diante dos ataques aos ônibus urbanos ocorridos quase que diariamente em muitas cidades brasileiras e noticiados pela mídia nacional, não deixa de nos ocorrer as nossas primeiras experiências com o veículo. 

Meu padrinho de batismo era um cirurgião dentista conhecidíssimo na cidade. Residia na área central e compunha entidades importantes relacionadas à saúde bucal, tanto de benemerência quanto profissionais. 

Eu me recordo que numa ocasião, quando ainda bem menino, meu pai me levou à casa dele. Íamos a pé, de mãos dadas, e antes de chegarmos ao nosso destino, nos encontramos com o doutor, na calçada, perto do local onde mantinha o consultório. 

O dentista mostrou-se surpreso com a nossa presença e depois dos cumprimentos, apontando para mim perguntou ao meu pai:

- É esse aí?

Eu não entendia muito o que eles conversavam mas pude sentir que o clima era festivo e não fiquei muito constrangido quando, naquele tom de muita graça, o padrinho me perguntou:

- Cadê o pinto? Mostra aí. 

Provocando a gargalhada no padrinho e a repreensão do meu pai, que me deu um puxão forte no braço, eu abaixei o short e mostrei-lhe o que ele queria ver.

Depois da constatação do dentista, expressa na frase "ele mostra mesmo", dita entre risos, fomos todos à sua casa onde nos presenteou com dezenas de brinquedos antes usados por seu filho já adulto.

Dentre esses brinquedos havia um ônibus.  

Eu passava muitas horas dos dias me divertindo com os presentes todos. Mas fiquei bem triste quando soube que o filho do padrinho viera, numa tarde, buscar o ônibus que me fora dado, mas que tinha de ser devolvido. 

O tempo entre a infância e a maturidade passou rápido e na década de 1980, me vejo formado em Direito, pela universidade local.

No verso do diploma a inscrição Diploma 78409, registrado no livro Dir-6, fls. 174, conecta a carta ao sequestro do ônibus 174 da linha Gávea-Central, ocorrido no Rio de Janeiro, aos 12 de junho de 2000, no qual morreram o sequestrador Sandro do Nascimento, e a refém, a professora Geisa Firmo Gonçalves, moradora da favela da Rocinha.  

Todos nós temos de um jeito ou de outro, experiências com os ônibus. Que não sejam elas nunca relacionadas à destruição.

Durante a existência os fatos se sucedem. A gente reza e torce para que todos tenham saúde, paz e oportunidades de trabalho; e que não seja nunca necessário o uso da violência, física ou moral, para a obtenção de tudo o que nos é assegurado pela vida. 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 13:55

Legalidade Rechaça Fuzuê

por Fernando Zocca, em 11.03.13

 

 

 

 

A legalidade rechaçou o fuzuê que o vereador José Antônio Fernandes Paiva (PT), o sindicato dos bancários e um pequeno grupo de estudantes secundaristas, promoveram contra do aumento das tarifas de ônibus.


Os protestos pífios, apesar do barulho, não conseguiram o intento de fazer voltar ao estágio inicial, o preço das passagens, majoradas pelo então prefeito Barjas Negri.


Perturbações do sossego público teriam sido mais eficazes se usassem, os descontentes, uma cadela Poodle que latisse na orelha do prefeito durante vinte e quatro horas, de uma semana inteira de meses seguidos.


Todos aqueles desejosos de pagar menos pelo uso dos ônibus obteriam maior sucesso, se utilizassem também, como forma de pressão, uma banda formada por amadores, que poderia ensaiar música sertaneja na vizinhança do secretário municipal de transportes, durante noites e noites seguidas até altas horas da madrugada.


Mas bater em latas, assoprar apitos e gritar não é uma boa forma de conseguir o que se almeja. O auê serviu mais como show circense, bom para projetar a figura de vereador.


Resultado mesmo que é bom necas de catibiriba. O povo continua pagando os mesmos preços vigentes depois das gandaias.


Se você, meu querido leitor, examinar bem as fotos das matérias publicadas, por este vosso blog mais querido, sobre o assunto, verá que não passou de 360 protestantes, o máximo que a popularidade legislativa responsável, conseguiu juntar.


Aliás, em que pese a intenção dos promotores do evento inconformista, há que se considerar os prováveis prejuízos, perda de tempo e danos causados, pela interrupção do trânsito em vários pontos da cidade.


Olha, não quero ser chato, mas se os organizadores desses banzés-de-cuia inoperantes, pagassem jantares e dessem carona para o pessoal que manda verdadeiramente na cidade, talvez os resultados fossem mais positivos. 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 01:52

Aumento das Tarifas Fere a Lei

por Fernando Zocca, em 07.02.13

 

 



Parece-nos que a população, que utiliza frequentemente os ônibus, venceu a parada dos preços das tarifas.


Pra quem não se lembra, o caso é o seguinte: três dias antes do término do seu mandato, o prefeito Barjas Negri (PSDB), reajustou em quase 16% as passagens de ônibus.


O ato gerou descontentamento e motivou cinco ou seis manifestações populares, comandadas pelo Sindicato dos Bancários, Movimento Pula Catraca e o mandato do vereador Paiva (PT).


Ontem (6) o Jornal de Piracicaba publicou a matéria que mostra não terem sido cumpridas as formalidades previstas na lei, para que ocorresse o aumento das tarifas.


Se o prefeito Gabriel Ferrato insistir mantendo os reajustes, poderá causar sérios prejuízos aos cofres públicos, quando a população obtiver, na justiça, a declaração de que, por descumprimento da lei, os aumentos são nulos.


A princípio seria mais sensato ao prefeito, revogar as decisões que geraram a majoração e depois, seguindo os trâmites exigidos, providenciar alternativas, do que submeter as finanças do município à reparação.


Na verdade o prefeito poderia, demonstrando ao seu secretariado e eleitores que, realmente, o ato administrativo elaborado por seu antecessor, carece de legitimidade, manter os preços vigentes antes dos reajustes.


Quem sai ganhando com isso é a população. O prefeito Gabriel Ferrato pode ter a certeza que, dentre os usuários de ônibus, há milhares que votaram nele.


Sem a oposição legislativa, o executivo piracicabano sujeita-se a cometer injustiças gravíssimas em detrimento dos direitos mais básicos dos eleitores.


Por isso, e mais que deste episódio da política piracicabana consta, é que a população interessada clama:


-         Revoga Ferrato!

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 11:09

 

 O vereador Paiva (PT) concedeu entrevista à imprensa hoje pela manhã, durante o segundo ato de protesto contra o aumento das tarifas de ônibus. Foto: monitornews.blog



 

 

Aconteceu hoje (12/01) pela manhã, por volta das 9:00, na Praça do Terminal Central de Integração, o segundo protesto contra o aumento das tarifas de ônibus urbanos.


O ato foi promovido pelo Sindicato dos Bancários, mandato do vereador Paiva (PT), e outros segmentos representativos da sociedade piracicabana.


A manifestação popular tem por base o reajuste das tarifas feito pelo ex-prefeito Barjas Negri (PSDB), três dias antes de deixar o cargo.


O manifesto considera o ato de majoração das tarifas um golpe contra a economia popular e contra os eleitores que têm no transporte público, a única forma de ir e vir ao trabalho e lazer.


O cidadão que depende dos ônibus diariamente tem comprometido 30% dos seus salários. A passagem que era R$2,60 em 29/12, saltou para R$3,00. O passe escolar custa R$2,25.


Esse ato administrativo, considerado abusivo, tem provocado indignação manifestada por discursos, passeatas e muito barulho.


Hoje cerca de 500 participantes, depois das considerações sobre a politica extremamente voltada ao fator material da cidade (pontes, viadutos, asfalto, prédios públicos), ignorando os setores (transporte, saúde, educação e segurança) que poderiam melhorar o bem-estar,da maior parte do povo, saíram em passeata de protesto.


 A multidão seguiu pela Avenida Armando de Salles Oliveira, subiu pela Rua Ipiranga, tomou a Rua Governador Pedro de Toledo até a Rua XV de Novembro de onde chegou à Praça da Catedral e José Bonifácio.

 

Depois tomou a Rua Prudente de Morais até a Avenida Armando de Salles de Oliveira, na altura do cruzamento com a Rua XV de Novembro, onde houve a dispersão.


Um princípio de incidente aconteceu na esquina das Ruas Governador Pedro de Toledo com a Prudente de Morais, quando dois guardas civis, pilotando perigosamente suas motos atravessaram a multidão.


Um dos guardas, ao passar, buzinando e acelerando violentamente o veículo, foi atingido por um esbarrão acidental, tendo voltado para o meio do povo unido, acompanhado por outro colega.


Houve um “fecha” sem maiores consequências.

  

Os estudantes, trabalhadores, donas de casa, pais de família, e usuários do transporte coletivo mostram-se indignados com a total insensibilidade politica do PSDB. 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 16:25

A Partida e a Chegada

por Fernando Zocca, em 15.09.12

 

 

Dizem que os momentos antecedentes de uma festa, nos quais se prepara tudo, seriam melhores do que os festejos em si. Alguns ciclistas consideram o percurso, entre dois pontos, muito mais prazeroso até do que a chegada no final.

Há quem diga que a viagem, entre duas cidades, daria mais satisfação, exatamente naqueles instantes em que ocorre o deslocamento.

Nesses três exemplos vemos uma coisa em comum: a partida e a chegada.

Na existência também podemos observar duas ocasiões importantíssimas, que são o nascimento e a morte.

Entre o berço e a sepultura, há um "caminho"; existe o viver. A permanência entre esses dois polos pode ser bem breve ou longa, dependendo da providência divina e também do que nos dispomos a fazer.

É mais do que sabido que o estilo de vida contribui, em muito, para uma realidade longeva; assim o uso imoderado do álcool, do tabaco e outras drogas, levariam às conturbações danosas ao bem-estar, tornando consequentemente, sofrida a vivência do cotidiano.

Perceba que as discussões intermináveis, as agressões contra as pessoas mais jovens, violência contra os mais velhos, e a total incapacidade para adaptar-se, às novas circunstâncias, fariam do indivíduo um sofredor incurável, que por sua vez, faria padecer aqueles que o rodeiam.

O sujeito perturbado, querelante, reivindicativo, obstinado e cultivador do ódio, tem muito mais chances de sofrer acidentes vasculares cerebrais (AVC), infartos do miocárdio e esgotamento nervoso, do que aqueles que se ocupam em louvar o sagrado e observar as leis, tanto dos homens quanto as da natureza.

A agitação, o agir atabalhoadamente, além de não beneficiar a si próprio, lesaria a outras pessoas. Os desencantos todos contribuiriam, num verdadeiro círculo vicioso, para o desconforto ainda maior do desorientado.

Fazer o bem, evitar o mal, seria um bom princípio para o estilo de vida mais inteligente e saudável.

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 21:42






subscrever feeds