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Quando existem rusgas entre vizinhos sempre é bom conversar objetivando a conquista do entendimento e a prevalência da paz.
Entretanto não seria de bom senso não esperar atitudes violentas emergidas do clima tenso, bastante hostil.
Desta forma até mesmo os atos exercidos em legitima defesa - que repelem ataques inesperados - seriam no futuro, usados como alimento para o eterno blablablá.
Então imagine a cena: duas mulheres habituam-se, nos finais de semana, a passar durante as madrugadas, momentos prazerosos deitadas, com as pernas abertas, no chão da garagem, da casa de uma delas.
O portão da rua sempre escancarado sobre a calçada, o volume elevado do rádio portátil e a criança, de uma delas, de um ou dois anos, a zanzar pela casa toda acesa, dariam o tom do clima imperante.
Aos vizinhos, - que não foram convidados para as gandaias, a boa educação aconselha que as solicitações das atitudes mais equilibradas sejam adotadas pelos comportamentos descompensados, - devem ser feitas de forma gentil.
Afinal, existem leis municipais que proíbem ruídos depois de determinados horários.
Entretanto as abordagens podem ser repelidas com palavras de baixo calão e ataques físicos da doideira.
Então a rejeição da violência, com alguma outra violência afastaria o ataque injusto, mas alimentaria o zunzunzum interminável das mentes desequilibradas.
E o que é que o pacato cidadão pode fazer? Queixar-se ao Judiciário? Reclamar ao Bispo? Solicitar a presença da polícia? Rogar à imprensa?
Ao Judiciário é bom nem arriscar. Os cartórios estão inundados de processos; as prateleiras, com milhares de volumes, não conseguem ver cumprir os prazos mais elásticos previstos nas leis.
Ao bispo você pode até tentar. Quem sabe? Mas os liames para a acomodação conclamam que toda exclusão deve ser evitada; mesmo daqueles que precisam aprender as mais básicas e primárias noções de cidadania.
A polícia pode atender aos seus inúmeros chamados. Mas os conselhos dados, pelos atendentes das ocorrências, serão no sentido de que as conversações precisam ser estabelecidas com os fazedores das balbúrdias.
A imprensa mostrando os fatos ao bairro todo, à cidade inteira, ao estado, à nação e até mesmo ao mundo interessado, contribuiria para que os senhores politicos responsáveis providenciassem as atitudes necessárias ao suprimento das lacunas na educação e segurança da localidade.
Mas todo cuidado é pouco. Quem negaria que o embasamento do machismo doido seja a deficiência mental, intelectual ou psicopático?
Vivemos momentos em que não podemos mais nos queixar da falta d`água ou de chuvas.
Na verdade, há ocasião em que a abundância do liquido é tanta que causa até prejuízos materiais de grande monta.
Compete então, a quem de direito, as providências necessárias para o efetivo armazenamento do produto, evitando assim maiores sofrimentos quando houver, novamente, tempos de estiagem.
É o governo de São Paulo o responsável direto pela captação, manutenção, tratamento, e distribuição da água na maior parte do estado.
Negligência ou omissão neste setor estratégico, vital, de abastecimento básico, significa muito sofrimento, danos morais e materiais para a população paulista.
Perceba que com essa chuvarada toda, que vem caindo sobre Piracicaba, o mato florece a olhos vistos.
As ruas do Cemitério da Saudade estão praticamente todas tomadas pela erva daninha. A vegetação nasce e cresce entre as pedrinhas do calçamento.
Fica bem difícil para a administração municipal, exigir dos cidadãos comportamentos que ela também deveria ter e não tem.
Quando a prefeitura aponta e exige a capinação dos terrenos baldios e ela mesma não a faz, nos locais em que é obrigada a fazê-lo, assemelha-se aquele que vê o cisco no olho alheio, sem perceber a trave no próprio.
O jardim fronteiriço da sede do atendimento odontológico municipal, situado na Rua Tiradentes, tem tanto mato que não é difícil alquém encontrar ali recipientes criadores de mosquitos da dengue.
Ninguém nunca viu por ali animais peçonhentos tais como serpentes ou escorpiões. Entretanto, é sempre melhor prevenir do que remediar depois.
A administração municipal, segundo alguns, teria atualmente, mais problemas do que aptidão para resolvê-los.
Talvez a proximidade das eleições, no ano que vem, esteja ocupando o tempo do pessoal que pensa em reeleger-se.
Não tenho nada contra a reiteração de mandatos consecutivos. Acho até menos imoral do que a intenção de ocupar cargo, no funcionalismo público, depois de estar aposentado.
Qual seria a motivação - além da financeira - do sujeito que, depois de trabalhar 30 anos ou mais, numa administração, aposentar-se, e mesmo assim dispor-se a continuar ocupando o lugar que poderia evoluir?
Aqueles que garantem ser a facilitação da manutenção da hegemonia politico-partidária não estariam tão enganados.
Sem mudanças na administração pode haver estagnação do desenvolvimento na cidade.
Chacrinha, o velho guerreiro (foto), já dizia: "quem não se comunica, se trumbica".
E você sabe que comunicação além da pessoal, face a face, há a chamada comunicação de massa.
Esta se dá, por exemplo, quando um veículo de comunicação social, tipo jornal, expõe ao público suas ideias e opiniões.
O mesmo fenômeno comunicativo ocorre com as rádios, TVs, revistas, e agora, recentemente, com as chamadas redes sociais da Internet.
A importância dos meios de comunicação de massa está também na influencia sobre o público, que pode eleger, ou até mesmo desbancar um governante.
Não é à toa que a imprensa é conhecida como "o quarto poder", depois do executivo, legislativo e judiciário.
O poder manipulativo das massas é tão relevante que alguns governos autoritários perdem logo a paciência com as exposições, como ocorre na Argentina, na Venezuela, na Russia e dezenas de outros paises.
Aqui no Brasil o caso mais conhecido de tentar calar a imprensa foi o do ditador Getúlio Vargas que atuou diretamente na obstrução dos jornais manifestantes das opiniões contrárias às suas políticas.
A comunicação social não deixa então, de ser uma expecie de forma de governo, de dirigir as ações, os comportamentos, criando moda, dizendo o que é certo ou o que é errado.
Na Russia, recentemente, um opositor ferrenho do governo autoritário de Putin, foi cruelmente assassinado depois de encontrar-se com uma modelo belíssima e estar com ela caminhando pelas ruas de Moscou.
Quem comparasse este tipo de emboscada com o golpe do "suadouro" aplicado por bandidos e prostitutas nos incautos não estaria tão redondamente enganado.
A propriedade de um veículo desses, de comunicação, além de grande prestígio e respeito aos seus proprietários não deixa de assegurar também muita riqueza e satisfação pessoal.
Dentre os meios de se comunicar com o público o mais eficiente é, sem dúvida, a televisão.
Com ela todos os públicos são atingidos inclusive o de menor instrução escolar.
O grupo dono de emissora de TV estará sempre cercado por politicos influentes, artistas, escritores, iindustriais, religiosos.
Sempre haverá momentos em que a receita da empresa de comunicação terá mais consistência - aportes financeiros - dos contratos com os governos federal, estaduais e municipais do que com as demais instituições civis.
Quando isso não ocorre ou é dificultado por divergências de ordem ideológica, o "espancamento" da política, do partido ou até mesmo da figura do governante, será a constante na programação da emissora.
É claro que o surgimento de uma nova fonte de informação, para o público em geral, não é fácil de acontecer. Haverá sempre os empecilhos burocráticos, as opiniões contrárias, os momentos desagradáveis, mas também a glória e o glamour farão parte constante dos que conseguem atingir o ponto máximo.
Quanto a morte de um agente político próximo, diretamente relacionado com Cristina Kirchner, poderia influir no seu governo?
As investigações sobre a autoria do atentado terrorista que, com a explosãio de um carro bomba, destruiu a sede da AMIA (Asociación Mutual Israelita Argentina), na capital portenha, no dia 18 de julho de 1994, vitimando 85 judeus, estariam sendo dificultadas por Cristina Kirchner e seu gabinete.
No dia anterior à apresentação da denúncia, baseada em 10 anos de investigação, o promotor federal Alberto Nisman foi encontrado morto no seu apartamento. A primeira hipótese era de que ele teria cometido o suicídio.
A maior interessada na morte do fiscal, Cristina Kirchner, afirmou, entretanto, que não teria sido o suicídio a causa do falecimento dele.
A presidenta disse, via imprensa, que o agente foi assassinado por adversários políticos dela com a intenção de incriminá-la.
Esses acontecimentos todos surgiram nas proximidades das comemorações dos 70 anos, da chegada das tropas soviéticas libertadoras dos prisioneiros judeus, ao campo de concentração de Auschwitz.
O antissemitismo, preconceito contra os judeus, não é fato novo; e desde os tempos remotos, quando foram retidos no Egito por 400 anos, a perambulação pelo deserto por outros 40, até 1948, quando sob o patrocínio da Organização das Nações Unidas, criou-se o Estado de Israel - em terras árabes - o povo judeu não tinha território.
A instalação do Estado de Israel nunca foi pacífica; destacam-se os atritos frequentes com seus vizinhos; houveram vários momentos em que os desentendimentos recrudesceram.
Na década 1960 um sério conflito armado envolveu israel contra uma frente formada por Egito, Siria, Jordânia e Iraque, apoiados pelo Kuwait, Líbia, Arábia Saudita, Argélia e Sudão.
No episódio denominado A Guerra dos Seis Dias, o exército Israelense, comandado pelo General Moshe Dayan (foto), conquistou o território conhecido como Sinai.
O confliito entre o direito à propriedade, e o da posse de um espaço, onde se pode viver, no Brasil é também muito sério.
De um lado, os proprietários das imensas áreas de terras improdutivas, e do outro as legiões de pessoas sem ter onde morar, encenam esse drama bem atual.
Excetuando as coisas produzidas pelo conhecimento tecnológico, tudo o mais, não é novo debaixo do sol.
Então o ciúme, a inveja, o ódio, as paixões, o amor, o respeito, as perseguições, as opressões todas, assédios e os insultos, são componentes antigos das personalidades humanas.
A função principal das religiões é a da agregação, da união, junção dos desgarrados, da expressão da solidariedade, da caridade, respeito e louvação.
Entretanto quando todas as crenças embasadoras delas são usadas para a exclusão, ostracismo e perseguições, o ideário não deixa de ser alvo, inclusive, dos insultos.
Quem lê o Antigo Testamento pode perceber que haviam profetas insurgentes contra os costumes templários desequilibrados e também contra as cidades abrigadoras desses sistemas considerados condenáveis.
Jesus Cristo foi um dos que ensinou, por exemplo, contra a prática do sacrifício ao invés da misericórdia.
No século XVIII filósofos oprimidos escreveram teorias desancadoras, inclusive, dos textos sagrados.
Nem por isso toda a majestade, beleza, eficiência e necessidade das Igrejas foram diminuídas.
O Papa Francisco disse recentemente, quando respondia a jornalistas, que não é correto insultar as religiões, mas que se isso ocorrer, não se deve praticar crimes contra a vida.
Francisco comparou as diatribes, contra a ideologia religiosa de alguém, com as ofensas à própria mãe dele - desse alguém - e que essas atitudes não poderiam resultar em algo mais do que alguns sopapos.
Ocorre que nem sempre é assim. As interpretações equivocadas dos textos sagrados podem sim resultar nas ações violentas tais como as acontecidas em Paris, recentemente.
Sabe-se que a compreensão e interpretação de algo, dos fatos, depende da educação do interpretador. Educação está relacionada com escolas, professores, e estes, com as administrações públicas.
Quando a gerência da "res pública" sofre as ações dos corruptos e corruptores, ela - a instituição escola - se fragiliza, anemia-se, possibilitando o recrudescimento da selvageria.
Isso pode ser bom para alguns políticos mas é devastador para o Estado, a nação.
Portanto, para a manutenção da ordem e do progresso, nada seria mais importante do que o cumprimento das leis, condenando os culpados e absolvendo os inocentes.
O Papa Francisco disse, numa de suas prédicas sobre a família, que a causa mais frequente das discórdias, aborrecimentos, desarmonia e tensões familiares, ocorre pelo desconhecimento do desculpar-se.
Tem muita gente que se vê praticamente travada no momento de reconhecer o próprio erro. O desconhecer essa possibilidade, do pedir perdão, é claro, torna a convivência bastante desconfortável, propícia até da deterioração maior.
A dificuldade para desculpar-se pode estar embasada na soberba, no orgulho, ou até na concepção de que a causa do erro, ou ação prejudicial, não estaria nele, no agente cometedor do delito.
Então o agressor, ao invés de facilitar os relacionamentos futuros pedindo escusas, simplesmente procura apontar os supostos erros daquela sua vítima.
O orgulho, neste caso, tende a ser maior do que todo o desconforto causado pela agressão.
O agressor pratica a descompostura, baseado na crença de que sua vítima merece o tal castigo, desconsiderando inclusive, todas as instituições existentes para isso.
Haveria, no fundamento dessa atitude equivocada, duas hipóteses: a primeira seria a falta da educação, do treino, para agir solicitando a escusa. A estupidez, a grosseria, loucura mesmo, sustentaria o comportamento hostil inalterável.
Não deixa de haver a hipótese da prevalência da deficiência mental, causada por sérias desordens orgânicas, no comportamento obstinado, querelante, reivindicativo, em que predomina a fala estereotipada.
O vandalismo compõe também o rol das atitudes condenáveis nesse tipo de personalidade. Então, a invasão dos quintais vizinhos, o apedrejamento das pessoas ou objetos, os incêndios nas calçadas, a formação das turbas, nos crimes de rixa, e a destruição dos ornamentos das residências do entorno, são delitos bem comuns.
Os ensinamentos da escola, das religiões, dos contidos nos veículos de comunicação social, encontram na impermeabilidade, causada pela disformidade metabólica mental, a sua maior barreira.
As personalidades propensas às agressões careceriam dos tratamentos especializados, nas instituições existentes para isso, a fim de que aprendessem a suportar a si mesmas, todas as demais manifestações da diversidade, e a usufruir os benefícios da paz.
O ataque ao jornal francês Charlie Hebdo por terroristas significa a intolerância da deficiência intelectual contra a criatividade e a liberdade de expressão.
Sabe-se que as ameaças, e as agressões físicas, são as reações comuns dos que não têm argumentos para os diálogos e os entendimentos.
Ou seja, os "burros", quando se percebem sem condições de manter conversações inteligíveis, partem logo para as agressões físicas, danando a parte adversa.
Daí não ser incomum as tentativas de destruição da casa dos vizinhos, da sufocação com a emissão de tintas poluentes, a provocação das rachaduras nas paredes, e até a disseminação de calúnias na igreja, no fórum, na prefeitura e nas demais instituições da cidade.
É praticamente impossível deixar de comparar a destruição dos veículos laranjanews.blog oficina.blog, barbatana monitornews.blog e outros, com os ataques ocorridos recentemente na França.
É um problema educacional que o poder público não consegue, ou tem muita dificuldade, em amenizar.
Há quem veja o ciúme como embasador também desse tipo de ação criminosa. Afinal, o que dizer - como explicar - aos seguidores e dependentes, as manifestações daqueles que se destacam publicamente, comunicando versões diversas, se não os considerando loucos, ou destruindo-os fisicamente?
Como manter a liderança religiosa, politica ou familiar se não houver provas da loucura, doença ou incapacidade dos dessemelhantes que demonstram liberalidade nas comunicações públicas daqueles seus conceitos e opiniões?
Na ausência do convencimento dos tais asseclas, de que todos os que expressam suas opiniões contrárias impunemente, são doentes infelizes, os ataques físicos seriam solucionadores.
É o que se viu com a deletação dos blogs e da agressão ao Charlie Hebdo.
É nesse momento que a imprensa, o direito e as demais instituições democráticas precisariam entrar em ação, na defesa da cultura, da educação e do progresso intelectual, científico e tecnológico da nação.
A condenação à obrigatoriedade da frequência às escolas especiais, para os deficientes intelectuais agressivos, a prisão e a reparação dos danos morais, materiais e pessoais, dos criminosos intimidadores, seriam as reações esperadas das sociedades civilizadas.
De que adianta tanto conhecimento científico, tecnológico se não houver o amor, a compaixão?
Como negar que a inclusão dos retardatários agressivos seja ato de consideração afetiva, amorosa?
Contudo, a nosso ver, a socialização dos agressores é a consequência de algumas reciclagens atualizadoras que, também para muitos, só ocorrem nas penitenciárias ou nos hospitais psiquiátricos.
- Van, meu lindinho, cabecinha chata, embarangado, pelancoso e arruinado bêbado, diga-me, aqui e agora, nesta mesa do bar do Bafão: é verdade que você tinha um gatinho que se chamava Noé? - perguntou Luísa Fernanda.
- Sim. É verdade. Noé não me dava sossego. Era sempre assim: Noé mia de manhã, Noé mia de tarde, Noé Mia à noite. Noé mia no quarto, Noé mia na cozinha, Noé mia no banheiro, Noé mia no quintal. Era uma chateação danada - respondeu o ébrio com voz anasalada.
- Por que, meu amado mestre etílico, você deu ao seu gato esse nome: Noé? - quis saber a companheira.
- Ora porque... Noé tinha um barco que se chamava arca, arco... Sei lá... Dentro dele - do barco - Noé fez entrar uma porção de bichos. Tinha mais animal dentro do navio do que fora dele.
- Mas de que jeito era esse barco? Parecia caravela? Sabe aqueles navios grandes do tipo da Santa Maria, Pinta e Nina usados pelo Cris?
- Que mané Cris?
- O Cristóvão Colombo, ora bolas - concluiu Luisa Fernanda.
- Ah, não sei. Só sei que tinha mais bicho do que gente lá dentro, inclusive gatos - afirmou Van Grogue.
- Mas na arca do Noé tinha velas? - quis saber Luisa.
- Acho que não.
- Nas caravelas tinha um monte de velas. E pra segurar aquelas armações todas, veja só que trabalho, tinha muitas cordas, fios e cabos. Você manja de cabos? - explicou Luisa.
- Olha, Luisa, cabo bom pra mim é cabo de caneca de chope. No mais não sei do que se trata - respondeu Van.
- Tanto a tal de arca, quanto as caravelas eram feitas com madeira, paus, tábuas - ensinou Luísa.
- Sim, mas e eu com isso? - Van queria um sentido para aquilo tudo.
- Ora, nas cordas, nos fios das velas, pousavam pássaros, passarinhos. E veja só que perigo: se naqueles mastros enormes pousassem pica-paus e começassem a bicá-los, logo não haveria mais barco nenhum. Morou? - Luisa explicava bem as charadas. Era preciso espantar ou prender os passarinhos.
- Ah, sei... - murmurou o desanimado Grogue.
- E tem mais, viu? Naquelas embarcações havia lugar até para alguns artistas que pintavam telas lindas, memoráveis, eternas.
- Sério? - Van estava curioso.
- É claro, meu burocrático lindinho. Então você não sabia que em determinados navios havia algumas pequenas hortas cuidadas por especialistas agronômicos?
- Sabia disso, não. Pra mim é novidade - duvidou Van.
- É meu amigo. O bagulho era complicado. Tinha até briga em que se disputava o comando da embarcação. Quando mais cruel fosse o capitão, melhor seria.
Van bebeu um gole de cerveja e perguntou:
- É verdade que eles levavam os barcos nos trens?
- Ah, sim. As parcerias eram comuns. Os barquinhos iam e vinham nas carrocerias dos caminhões.
- Me disseram que nas cavernas das embarcações, às vezes, haviam morcegos. Será verdade? - quis saber o curioso Grogue.
- Não dá pra duvidar. Dizem que O Cavaleiro das Trevas... Conhece? Era um morcegão invocado que vivia com a vara na mão passeando de bote, prá lá e prá cá. Ele cavocava o chão com uma enxada buscando minhocas. Ele queria pescar lambaris, cascudos, mandis e outros peixes. Mas quando pegava uma piranha ele ficava temeroso. Ele achava que piranha boa era piranha frita. Para a manutenção e fabricação dos botes, os fabricantes recorriam aos marceneiros que trabalhavam, inclusive, nas fábricas de urnas. Manja urna mortuária?
- Sem chance de prosseguir com essa conversa, minha nobre e querida Luisa Fernanda. Paro por aqui - disse Grogue com firmeza colocando o copo na mesa.
- Ah, mas eu não te contei e, é claro que você não sabe, - continuou Luísa - que na fabricação das caravelas tinha até pedreiro que dava uma força, de vez em quando, pros caras?
- Bafão, manda a conta - finalizou Van Grogue levantando-se e sacando a carteira, recheada com notas graúdas, do bolso traseiro.
Se nada fosse por acaso, então os ganhadores das loterias já saberiam, por antecedência, os resultados.
E, realmente, se desta forma fosse, haveria a configuração de fraude. Ora, se as loterias, os resultados dos jogos de futebol são deste modo, conviria investigar.
Se nada fosse por acaso, então já estaria tudo predeterminado: a queda de um avião, de um prédio, uma ponte, incêndios.
Essa ideia de que nada seja por acaso, teria como motivador a noção de que haveria alguém por trás, a comandar, manipular e controlar tudo.
Até pode ser que assim seja: afinal o que não seriam - nos conflitos familiares, entre as nações - as sabotagens danosas, promovidas por aqueles que se julgariam prejudicados, não é mesmo?
O nada é por acaso, expressa o contrário do tudo depende do acaso. E certamente, a negação da primeira assertiva, não poderia deixar de ter uma conotação de culpabilidade, acusação, por algo acontecido por suposta intervenção de alguém.
Da mesma forma, o tudo depende do acaso, pode livrar das frustrações não esperadas, os responsáveis por um acontecimento aguardado,
O que você acha do resultado daquele jogo inesquecível entre o Brasil e a Alemanha na copa de 2014?
Perceba que os alemães chegaram ao Brasil indo diretamente à Bahia, local onde o Brasil teria "começado". Lá fizeram amizade com os índios, os primeiros moradores desta terra varonil.
Depois, já durante os enfrentamentos das seleções, submeteram-se a treinamentos extenuantes, como os praticados sob o sol do meio-dia; viveram manhãs em que despertavam dos seus sonos, nos alojamentos, sob o som das vaias vindas dos aparelhos dos psicólogos treinadores e, por fim, no jogo contra o Brasil, usaram assim, na maior, um uniforme semelhante ao do Flamengo.
Por outro lado, você meu ilustríssimo e querido leitor, haverá de se lembrar que o praticamente responsável pela escolha do Brasil como sede da copa de 2014 foi o PT do então presidente Lula.
Ora, o que existiria de mais humilhante, para o governo federal, do que um vexame da seleção brasileira, que, em caso da conquista do hexacampeonato "encheria a bola" do PT de uma forma insuportável para a oposição?
Portanto não é bem assim: "nada é por acaso". Em todas as decisões, pode haver a prevalência do acaso, tanto na forma positiva quando na negativa.
No direito penal há a previsão dos crimes culposos, onde não haveria a intenção do cometimento do delito. Por outro lado há a figura do dolo que é a manifesta intenção do agente em praticar o crime.
Tanto em um como em outro as circunstâncias devem ser bem investigadas.
Mas, com o devido respeito, nos crimes de ameaça, não poderia deixar de haver também, na sua etiologia, a tremenda sem-vergonhice, encapsulada na loucura - demência senil - intimidatória.
O que seriam das TVs, das câmeras filmadoras, fotográficas, dos filmes e das apresentações teatrais se prevalecesse a noção de que o exibir-se é condenável?
Não podemos deixar de crer que reprovam as manifestações pessoais, ao público - o querer aparecer - todos aqueles que julgam não ter predicados para fazer o mesmo.
Há indivíduos portadores de personalidades psicóticas que não admitem ser olhados por julgarem ter algo físico causador da zombaria.
Na maior parte das vezes, porém, a base do desejo de viver às ocultas, pode estar na autoestima debilitadíssima.
Então, ao contrário do que fazem as pessoas do mundo inteiro, postando na Internet selfies e filmes com imagens próprias, os que se menosprezam, procuram hostillizar moral e fisicamente aqueles que assim agem ao seu redor.
O que se vê é a negação da tecnologia ou a sua incapacidade para utilizá-la em proveito próprio. Na verdade é a negação de si mesmo e tentativa de sufocação dos que não são reputados semelhantes.
Desconsiderando as possíveis desconpensações orgânicas, razões prováveis de tanta insensatez, conclui-se que a deficiência, no aproveitamento dos benefícios trazidos pela tecnologia, só pode ter origem na falha da educação fundamental.
Agora adicione-se à essa formula o uso imoderado do álcool, tabaco, e drogas ilícitas.
O resultado é a exacerbação dos núcleos retardatários agressivos, impermeáveis às tentativas de socialização.
Das hostilidades morais, partem então, os criminosos, para a intimidação, o constrangimento; não raras vêzes eles - os criminosos - obtém o beneplácito de algumas "autoridades" do legislativo/executivo, mal informadas ou desejosas de retaliação.
O aburdo nisso tudo é fazer os incomodados retirarem-se quando os incômodos são a expressão das violações das leis.
O inacreditável nisso tudo é o temor de frequentar as cerimônias religiosas da paróquia, das reuniões dos grupos filantrópicos e praticar as ações a eles relacionadas.
Quando isso ocorre, meu amigo, inexiste nada mais educativo do que a aplicação das penas impostas pelas leis.
É o que temos dito.
Faz tempo.
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