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Você percebe a incoerência no comportamento de alguém ao presenciar atitudes opostas, contraditórias.
Essa discrepância nas atitudes fica mais grave e danosa quando estão envolvidas muitas pessoas, crenças e coisas.
Só para exemplificar, digamos que o professor distribua entre os seus alunos um comunicado sobre as matérias que ministrará durante o semestre.
Depois de todos estarem bem cientes de quais serão os procedimentos, durante aquele período, o mestre, assim, sem mais nem menos, muda a ordem das coisas, causando muita surpresa.
E é claro que a situação torna-se mais confusa ainda se o tal responsável, ao tentar explicar as mudanças feitas na última hora, não consegue convencer a todos os envolvidos.
A motivação oculta faz pensar em hipocrisia, falsidade ou má intenção, com alguém ou o grupo todo.
A mecânica da ação assemelha-se ao do legislador que nega a palavra a alguém, durante uma sessão camarária, mesmo estando a manifestação garantida anteriormente por dispositivo legal.
Este projetar algo e mudar o curso da ação durante a execução é própria também daquele que idealiza uma viagem, por determinado caminho, mas durante o trajeto, resolve alterar a rota ou o meio de transporte.
Quando as mudanças repentinas, imprevistas, não causam danos a ninguém, não há do que reclamar. Entretanto, quando as pessoas esperam algo e ela não acontece, ocorrendo constrangimento ou até danos, sem dúvida nenhuma, adentra-se na área da reparação.
O contrário também ocorre. Se por exemplo, o traçado de uma ação, depois de consolidado demonstrar, com o passar do tempo, que ele seria menos prejudicial se fosse modificado, e em assim o sendo, comprovar os benefícios, com certeza evidencia muito mais méritos.
Na relação doador/donatário, o combinado, quando não cumprido, isto é, quando não executado, pode produzir manifestação de estranheza e até desistência da efetivação das doações futuras.
Olha, há quem creia que essa contestação entre o dizer e o fazer seja caso de atenção psicológica.
A noção da necessidade do auxílio especializado se reforça com a exacerbação do uso do álcool e o isolar-se frequentemente dos familiares - por exemplo - nos ranchos de pescaria para a prática do onanismo.
Como sofre o miserável para conseguir uma dentadura piracicabana. Pelo amor de Deus!!!!
O pessoal que trabalha no setor odontológico municipal, situado na Rua Tiradentes, prevê o início do atendimento de novos casos de próteses, para agosto ou setembro.
Eles estão chamando os inscritos em maio de 2014, segundo uma atendente do local.
Não deixa de existir a sensação da possível criação das dificuldades para a venda das facilidades. Quem é que sabe?
Desta forma, é claro que o cidadão pode valer-se dos serviços de um vereador, deputado estadual ou daquele suplente de federal, para conseguir, pela influência, a furação da fila.
Mas nesse caso, meu amigo, você contribuirá com a eternização do sujeito no cargo para o resto da vida dele.
E não é só isso. Veja que além de "mamar" por gestões e mais gestões, ficar 20 ou 30 anos "fazendo leis" não basta. Se puder, a exemplo do que sucedeu na Petrobras, Metros e trens de São Paulo e Brasília, o camarada botará a sua maõzinha na cumbuca, com toda certeza.
Então o que você vê é esse enorme descalabro, essa diferença entre o poder aquisitivo de uns e de outros.
Não dá prá deixar de concluir que não é bem o trabalho honesto que enriquece o homem. Entende?
Atualmente o cara, pra provar que é bom, homem, cabra macho, deve demonstrar a capacidade para iludir milhões de pessoas, roubando sem ser pego.
Pedro Barusco (aquele da Petrobras) juntou 97 milhões de dólares em contas no exterior. O cara disse que sentiu medo de ter tanto dinheiro de origem criminosa.
Enquanto isso a limitação do espaço das unidades de saúde, bem como as minguadas receitas municipais impedem a expansão dos serviços públicos nesta área, que só ocorrerá com a contratação de mais profissionais capacitados para atender tanta demanda.
Não basta prender os responsáveis pelo crimes cometidos contra as administrações públicas. É necessário, além da condenação dos culpados, (depois do processo legal, onde se assegura o mais amplo direito a defesa), a execução das penas, e a devolução de tudo o que foi roubado.
É claro que isso tudo não impedirá a ocorrência de novos e futuros casos de corrupção. Mas o candidato a ladrão saberá, que tem a favor da sua honradez, o exemplo daqueles que se deram muito mal quando escolheram esse caminho.
Crucificaram Jesus Cristo por ensinar a paz, o amor, a solidariedade, a compaixão e a bem-aventurança para bilhões de pessoas no mundo inteiro.
Por que não condenarão os ladrões que, ao contrário, jogam na miséria milhões e milhões de brasileiros?
O tempo que a população humilde perde nas salas de espera dos serviços públicos odontológicos de Piracicaba é irrecuperável.
Não é porque o pobre não tenha outra escolha que o atendimento não deva ser melhorado.
Quando o cidadão chega ao balcão de atendimento do CRAB do Piracicamirim, na Rua Gonçalves Dias, não sabe se deve retirar uma das várias senhas ali expostas ou perguntar, a qualquer das atendentes, o que deve fazer.
Geralmente, após esperar numa pequena fila, e ser informado qual tipo de senha ele deve ter em mãos, o eleitor precisa aguardar até que seu número seja chamado.
Se ele já é cadastrado no sistema do SUS - depois de obter aquele cartãozinho azul, no Poupa Tempo Municipal, situado na Avenida Armando de Salles Oliveira - terá seu cadastro acessado facilmente pela funcionária que o atenderá.
Então mesmo após a espera, por duas ou três horas, sentadinho, comportadinho, humildemente ciente de que o pagamento das suas obrigações tributárias foram suficientes somente para a conquista daquela situação toda, o eleitor poderá ser agraciado com a designação de uma outra data qualquer, em outro local bem distante.
Mas se depois da espera de horas, seu número foi chamado num volume de voz inaudível, até mesmo por quem estava pertinho da atendente, e você, descobrindo que foi preterido, poderá, humildemente se aproximar da ilustre senhora, dizendo-lhe das suas necessidades dentárias especiais.
E se por um acaso, descuido do destino, você eleitor, pagador de impostos, disser que esqueceu o bendito cartãozinho azul e apresentar o seu RG, poderá ter a má surpresa de ouvir que o seu cadastro não pode ser acessado com o tal documento federal.
Mas se você tem a consciência de que os cadastros podem sim ser acessados com o RG, recebendo as anotações, não evitará a conclusão de que houve e há, muita má-fé nos atendimentos.
Tenho dito, e desde há muito, que a hegemonia politica do PSDB em Piracicaba, - depois de tanto tempo no poder - não resultou em quase nada mais do que na criação de situações desrespeitosíssimas para com o seu público.
Será que pedir atendimentos mais humanizados é exagero?
Não meu amigo, definitivamente helioterapia não é namorar o tio Hélio.
Helioterapia, na verdade, significa tratar as doenças pela luz solar.
Conheci um veterinário que recomendou, à zelosa dona de um gatinho adoentado, a tal terapêutica e, para isso, ela deveria estimulá-lo a permanecer por algum tempo, durante vários dias, sobre os telhados para que pudesse gozar os benefícios da luz e calor do sol.
A área das bordas das piscinas também seria útil, mas como na casa da cliente do veterinário não havia essa comodidade e indispunha de uma chácara ou sítio que pudesse servir para a terapia, os telhados não seriam tão ruins.
E foi o que aconteceu. O gatinho subia e permanecia sobre as telhas de uma casa da vizinhança, aquecendo-se conforme ensinava a sua proprietária.
Acontece que o dono da casa, um homem irritadiço, não entendeu muito bem a intenção daquele gesto (de ter alguém sobre o seu telhado) e mandou logo, assim de repente, um tiro de revólver, que acertou a coluna do gato.
O bichinho ficou tetraplégico.
A notícia espalhou-se rapidamente no bairro e até mesmo na cidade. O homem malvado, percebendo que cometera um exagero grave tratou logo de reparar o dano.
Ele então providenciou tratamentos especiais para o gatinho que, com adaptações engenhosas, passou a locomover-se usando rodas substitutas das pernas.
Mas não ficou só nisso; muito comovido com o fato e também pressionado pelo zunzunzum das cercanias, o atirador arrependido, passou a patrocinar a todos os gatinhos deficientes concorrentes às eleições de maior beleza ou eficiência que aconteciam, de tempos em tempos, na cidade.
É certo que invadir o espaço alheio não deixa de ser crime. Da mesma forma que defender o espaço, fazendo uso de arma ou até mesmo de um pedaço de pau, não infringe a legislação, desde que não extrapole os limites do tolerado, do bom senso.
Inaceitável é o exagero na reprimenda. Assim matar o animal que invade a casa pode não ser condenável, desde que as circunstâncias do caso assim o admitam.
Mas, mesmo entendendo que não existam condenações morais eternas, as sequelas das agressões permanecerão vivas na vítima e seus parentes.
Bastante censurável também seria estimular a ocorrência de fatos semelhantes para ter desculpas do próprio erro.
Cometer crimes de abusos sexuais contra crianças (especialmente parentes próximos) e depois atribuir por insinuação, a culpa a outras pessoas (falso testemunho), não deixa de ser delito gravíssimo.
Olha, na minha opinião, tanto a invasão domiciliar quanto o abuso sexual devem ser levados ao conhecimento das autoridades.
A sociedade espera que cada um cumpra o seu dever. Não é verdade?
É desumano o espancamento que a chamada grande mídia vem impetrando contra o PT e a presidenta Dilma Rousseff.
Certamente que a possibilidade da reeleição fundamenta também esse tipo de tormento.
Não queremos exagerar, mas as atitudes criticas talvez tenham até ultrapassado os limites funcionais da oposição ao governo.
Apesar de o povo saber que "ninguém chuta cachorro morto" e que só se joga pedra nas árvores que dão frutos, o desancamento insiste, batendo agora na tecla Petrobrás.
Entretanto não deixa de haver a consciência de que os documentos autorizadores da compra de 50% da refinaria de Pasadena, assinados pela então presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, poderiam sofrer modificações nos seus objetivos.
Quem não sabe que a assinatura de uma simples procuração - por exemplo - que objetiva determinado fim, pode causar consequências inesperadas e danosas ao seu outorgante?
Quem desconhece o fato da criação dos freios de contenção, dos chamados projetos de vetores, no desenvolvimento das políticas da República?
Não se lança no mercado bólidos sem freio. Não pode haver, na vida pública, quem não tenha, ainda que involuntariamente, o comprometimento com o condenável, o "rabo preso".
Pois é neste exato momento, ano eleitoral, que busca a oposição, aplicar a pressão naquele pedal frenador; o tal fato supostamente poderia lhe trazer vantagens na redução da credibilidade da administração de sucesso.
Deus sabe, entretanto que, enquanto o peso e a quantidade dos benefícios proporcionados ao povo, pela politica do PT, forem maiores do que os supostos prejuízos, voluntários ou não, ela continuará sendo sempre a preferida.
É o que temos dito.
Os sindicatos, as associações e demais entidades de classe existem, desde a idade média, para defender os interesses dos seus associados.
Isso ocorre porque na sociedade, tal qual como acontece entre os indivíduos, há os conflitos entre as classes.
Citando um exemplo recentíssimo você pode observar, nos jornais, a pendenga costumeira entre os bancários e os banqueiros.
Mas não é somente entre capitalistas e trabalhadores que há os desencontros, os desentendimentos. Eles podem ocorrer entre homens e mulheres, entre jovens e velhos, entre homossexuais e heterossexuais, católicos e protestantes, funcionários públicos e governo, e por aí vai.
Então o agrupamento entre os que têm os mesmos interesses serve, além de dar o sentido de pertencimento a uma categoria, a uma classe, propicia também a certeza de que haverá auxílio mútuo e defesa dos interesses dos associados, quando for necessário.
Neste sentido, você que gosta da mídia e acompanha sempre os noticiários, percebeu que a classe dos psicólogos postulou recentemente, no congresso nacional, o direito de diagnosticar. Esse ato é prerrogativa da classe médica que, combatendo veementemente o compartilhamento do privilégio, derrotou a proposta dos psicólogos.
A classe dos farmacêuticos também tentou obter o privilégio de emitir receitas, prescrevendo aqueles medicamentos, mais usados pelas pessoas, nos casos de automedicação.
Mais uma vez o corporativismo médico, protestando contra, venceu a questão, mantendo para ele, este ato considerado exclusivo.
A nação brasileira passa um perrengue desgraçado por causa da ausência de médicos nos locais mais afastados dos grandes centros populosos e economicamente desenvolvidos.
Contrariando os projetos governamentais como a criação de faculdades de medicina, oferta de benefícios aos estudantes, para que depois de formados, dediquem um período de trabalho nos locais mais carentes, estão as entidades representativas dos médicos.
Contra a vinda de profissionais formados no exterior, está mais outra vez a corporação médica.
Os adversários da advocacia têm conseguido aprovar projetos violentíssimos contra os interesses dos advogados e da classe, mas a Ordem dos Advogados do Brasil não faz absolutamente nada que impeça o desmoronamento das prerrogativas.
Então, para fazer inventários, separações judiciais e praticar outros atos antes privativos, por força da lei aos advogados, hoje se prescinde da sua presença.
Mas o advogado não é indispensável à administração da justiça?
Ou não fazem parte da administração da justiça os procedimentos antes privativos?
Com o devido respeito: para que serve a Ordem dos Advogados do Brasil além de fornecer o cafezinho e o uso de alguns computadores nas salas por ela mantidas nos Fóruns?
Para que serve a Ordem dos Advogados do Brasil além de oprimir, com procedimentos fiscais, os associados que não rezam por sua cartilha política, ou que contrariam os interesses daquele deputado famoso por sua capacidade de traficar influência?
Pedimos, com o devido respeito, uma Ordem mais compromissada com os seus associados e menos sensível às manipulações dos políticos frustrados.
A corrupção mata quando o corrompido em troca da propina que recebe, permite a construção de moradias nas áreas de risco.
A corrupção destrói famílias inteiras quando o corruptor, em troca da “bola” que recebe, não impede o motorista embriagado de prosseguir dirigindo.
A corrupção também mata a esperança de justiça, quando as autoridades judiciárias permitem, ao político profissional, seguir com a carreira, crivada de denúncias de crimes contra a administração.
O suborno extermina a vida de uma cidade inteira, quando garante a esse mesmo político profissional, a sua permanência nos postos privilegiados.
Agarrados às tetas públicas, por uma vintena ou mais de anos, essas mentes malignas legislam em causa própria, ofertam mimos às suas próprias pessoas e induzem ao erro as almas puras.
Você percebe que o político é profissional, quando na dúvida entre escolher o benefício para a coletividade ou a manutenção do próprio cargo, escolhe a segunda opção.
A corrupção provoca danos quando permite ao lelo o ingresso numa faculdade de medicina; depois de formado, o insensato estupra 39 pacientes.
Corrupção tem muito a haver com hipocrisia, com fingimento, simulação. Jesus pedia aos seus discípulos que tivessem cuidado com esse tipo de fermento.
Num quarteirão pode existir um grupamento familial onde as drogas, o álcool, o tabaco, o analfabetismo e a violência predominam, sem que isso mereça qualquer atenção, tanto das autoridades civis quanto das eclesiásticas.
A propina teria muito mais força em causar as omissões, do que a própria consciência de que essas pessoas seriam também criaturas divinas.
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Tomávamos o café da manhã naquele sábado ensolarado. À mesa estava Neide, nossos dois filhos de oito e sete anos e eu que lia também o jornal.
Por estar em férias, já pensava no que faria depois de completar a leitura. Havia algumas alternativas como passear com as crianças, curtindo a vegetação da praça, sair sozinho, para fotografar alguma cena interessante ou ver TV.
Ainda na dúvida e envolvido pela zoeira dos meninos, que já corriam pela sala, ouvi o velho telefone fixo que tilintava insistente.
Neide levantou-se rápida, e ainda mastigando um pedacinho de biscoito de chocolate, atendeu.
- Ah, oi! Como vai? Você não acredita, mas estava pensando em você. Hã, sei. Lá no sítio? Hoje? Não sei, vou falar com o Lucas.
Depois de mais algumas palavras Neide tapou o bocal do aparelho e olhando para mim disse:
- É a Madalena! Ela está perguntando se a gente quer passar o final de semana lá no Alvo. Diz que vai ter festa.
- Essa sua irmã não tem sossego mesmo. Acabou de chegar da Disney e já pensa em festança – respondi fechando o jornal e ingerindo o último gole de café.
- Ela está dizendo que vai ter churrasco e que meio mundo foi convidado.
- Quando ela vai? – quis eu saber já preocupado.
- Madalena! Quando vocês vão? Hoje? Hã, você passa aqui pra nos pegar? Ah tá, nós esperamos – encerrou Neide a conversa, desligando o telefone.
Depois, vindo em minha direção:
- Ela disse que daqui a meia hora vem nos pegar, pra gente passar o final de semana lá no Alvo. É melhor todo mundo ir se aprontando – ordenou Neide batendo palmas no meio da sala, chamando a atenção dos meninos.
Passado o tempo Madalena buzina defronte o sobrado. Além de causar o estardalhaço com o som estridente ela gritava também.
- Neide! Lucas! Vamos embora crianças!
- É a Madalena. Vamos, todo mundo! Rápido, correndo! – instigava Neide meio louca com a agitação da irmã.
- Nossa Senhora! Pelo amor de Deus! Vamos devagar se não a coisa complica – gritei eu, tentando segurar a avalanche.
Madalena já acionava a campainha da porta gritando na sequencia:
- Vamos gente. Temos que pegar a estrada daqui a pouco.
Todos, inflados pela doideira da Madalena, corremos pra porta. A agitada nos ajudou a acomodar as mochilas no porta-malas.
No carro e ao som, no último volume, de Massachusetts do Bee Gees, Madalena esgoelava:
- Vamos pra Campinas. O Marcelo está nos esperando.
E lá fomos nós estrada afora. Ainda bem que havia pouco movimento.
Em Campinas, na mansão da cunhada, Marcelo dormia com a boca aberta, atravessado na cama do casal. Ele vestia camiseta verde, calça jeans justa e calçava mocassim marrom. Ele não se assustou quando Madalena acordou-o.
Enquanto esperava Marcelo trocar as roupas – ele trabalhara a manhã toda – Madalena, falando pelos cotovelos, preparou um café bem forte.
Ouvindo a história de que a empregada fora dispensada na sexta-feira à noite e, informados de que não haveria tempo para a feitura do almoço, tomamos o lanche feito com pão de forma, queijo prato e café com leite.
Marcelo apareceu na cozinha com os cabelos molhados e penteados para trás. Vestia uma camiseta alvinegra de listras horizontais, calça jeans limpa e os mesmos sapatos. Ele abriu a geladeira e tomando uma lata de cerveja abriu-a, beliscando o queijo também.
Combinamos que iríamos ao sitio em dois carros. Num deles Marcelo e eu. No outro Neide, as crianças e Madalena.
Chegamos ao Alvo à tardezinha. Havia muita gente reunida. Eram os parentes dos irmãos do Marcelo, empregados das empresas e o pessoal que morava no sítio.
Uma churrasqueira enorme fumegava assando muita carne, linguiça e até milho verde. Um tambor – desses usados no transporte de petróleo – cortado ao meio, continha dezenas de garrafas e latas de cerveja envoltas por blocos de gelo e pó de serra.
Crianças corriam entre os adultos acomodados em torno das mesas fartas. Depois de comer e beber muito saí para caminhar um pouco.
Passei com calma, por uma porteira e prossegui lentamente, por uns dois minutos, sobre a vegetação densa.
Percebi que alguém vinha atrás de mim. Mas não me preocupei em saber quem seria. Mal podendo ver adiante, por causa das folhas altas, ouvi um ruído esquisito.
Senti medo. Mas, pé ante pé, continuei avançando. De repente uma cabeça levantou-se dentre as folhas do capim crescido. Era um cavalo marrom que mastigava lentamente. Ao seu lado havia um pedaço de corda.
Imediatamente pensei em laçá-lo e montar. Mas uma voz – daquela pessoa que caminhava atrás de mim – disse com força:
- Não o faça correr porque pode ter um infarto. Faz muito tempo que está parado e pode morrer – disse Ubaldo o caseiro do sítio.
Recuperado do susto que levei ao ouvir o vozeirão, enlacei o pescoço do animal, amarrei a corda em torno do focinho e montei.
O bicho ainda mastigava quando começamos a caminhada lenta. Ele estava gordo e assoprava as narinas fazendo ruído.
Quando apareci diante das pessoas montado no cavalo pude ouvir alguns comentários sobre a possibilidade do passamento do bicho.
- Ele está muito gordo – gritou uma mulher com voz de quem havia bebido. Um zunzum levantou-se em favor do protesto.
Não me importei com a falação e conduzi a cavalgadura para o meio do campo onde homens e crianças, formados em dois times distintos, jogavam futebol.
Sob o alarido das reclamações eu cavalgava pelo campinho, correndo de uma trave a outra, até que alguém veio me explicar que o animal não suportaria tanta agitação.
Apeado achei que me daria bem jogando futebol com a molecada. Propus-me a jogar num dos times, mas diante da rejeição peremptória, vi-me forçado a procurar o outro.
O pessoal do segundo time, receoso, concordou que eu jogasse, mas só se ficasse no espaço entre o meio do campo e a nossa grande área. O ataque era reservado aos mais experientes.
Todos jogavam de chuteiras e a maioria reagiu com indignação, quando entrei no campo calçando sapatos.
Eu justificava minha posição alegando não poder jogar descalço enquanto todos usavam chuteiras.
Estava tudo muito bom, corria tudo muito bem, até o momento em que eu, tentando interceptar o avanço do atacante adversário, atingi o seu joelho, com o peito do meu pé.
Terminou ali, para mim, o jogo e a festa. Eu acabara de fraturar o pé direito.
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Você sabe o que é um cara de pau? Cara de pau é aquele vereador que, sendo analfabeto, apresenta declaração falsa no ato da inscrição da sua candidatura, na justiça eleitoral.
Face de lenha tem o proprietário de jornal que promove “curso” e “exame” para candidatos a vereador.
Cara de pau é o sujeito que comparece ao vestibular de medicina, portando equipamento fraudador; depois que se forma estupra mais de 30 pacientes.
De pau tem a cara, o parente que numa quizumba, escolhe ficar ao lado de quem não conhece, em prejuízo da vítima parental.
Possui a cara de pau também, esse mesmo parente que se nega a testemunhar um fato notório e depois de passados alguns anos, vem com o maior espírito solícito, rogar a presença em festejos.
Cara de pau tem o diretor da escola que passou o ano acicatando os professores e, nas festas de finais do período, pede a todos que compareçam ao jantar que ele pretende ofertar.
Face de madeira tem o suposto colega que, contigo diante de alguém, fala uma coisa, mas quando você já não está por perto, afirma outra completamente diversa.
Cara de pau tem a vizinha que todo mês vem lhe trazer a santa, mas que quando volta pra casa, desanda a murmurar malefícios e a destilar ódio.
Na verdade o cara de pau é o incoerente, o inconstante, o hipócrita, o mentiroso, o inconsequente.
Cara de pau mesmo é o palhaço que não está nem ai com as possíveis consequências que seus atos possam ter.
Não se pode negar que o fortalecimento das ações criminosas, principalmente no complexo do Alemão e Vila Cruzeiro, tiveram a “contribuição” de alguns políticos omissos.
Então quando você, na sua cidade natal, percebe as falcatruas relacionadas com licitações, ambulâncias e superfaturamento de obras, cometidas pelos distintos ocupantes do poder, e não faz nada contra, certamente estará incentivando o surgimento de “governos paralelos” como esses desbaratados ontem no Rio de Janeiro.
O sucateamento das instalações hospitalares públicas, a deterioração dos salários dos professores, os abusos cometidos nos pedágios, o enriquecimento ilícito, o controle da imprensa, em cidades vulneráveis aos corruptos, são o resultado da completa omissão e alheamento da participação popular.
O que seu deputado federal tem feito para melhorar o conforto, o bem estar e a paz na sua cidade? Ele só se dedica a financiar programas culturais e jornalísticos objetivando acicatar adversários políticos?
Você pode imaginar qual é o salário do deputado federal que acabou de reeleger? Você consegue ter a noção de quanto tempo teria de trabalhar, recebendo um salário mínimo, para conseguir o que um só deputado federal recebe, entre verbas diversas e salários, num mês?
E aquele vereador analfabeto, que quando se candidatou, afrontou a constituição da república apresentando documentos falsos? Hoje ele comemora vinte, trinta anos de ocupação no cargo. Você teria a “cara de pau” para fazer isso?
São essas mazelas que induzem, de uma forma ou de outra, o surgimento do tal poder paralelo, que acabamos de ver derrotado no Rio de Janeiro.
Só para relembrar: seria difícil entender que a sensação de injustiça provocada pela vitória de uma única empreiteira, durante o mandato de um prefeito, conduziria a consequências tão graves, como o desencadeamento de ações criminosas e organizações semelhantes às que acabamos de ver pela TV?
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