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O ataque ao jornal francês Charlie Hebdo por terroristas significa a intolerância da deficiência intelectual contra a criatividade e a liberdade de expressão.
Sabe-se que as ameaças, e as agressões físicas, são as reações comuns dos que não têm argumentos para os diálogos e os entendimentos.
Ou seja, os "burros", quando se percebem sem condições de manter conversações inteligíveis, partem logo para as agressões físicas, danando a parte adversa.
Daí não ser incomum as tentativas de destruição da casa dos vizinhos, da sufocação com a emissão de tintas poluentes, a provocação das rachaduras nas paredes, e até a disseminação de calúnias na igreja, no fórum, na prefeitura e nas demais instituições da cidade.
É praticamente impossível deixar de comparar a destruição dos veículos laranjanews.blog oficina.blog, barbatana monitornews.blog e outros, com os ataques ocorridos recentemente na França.
É um problema educacional que o poder público não consegue, ou tem muita dificuldade, em amenizar.
Há quem veja o ciúme como embasador também desse tipo de ação criminosa. Afinal, o que dizer - como explicar - aos seguidores e dependentes, as manifestações daqueles que se destacam publicamente, comunicando versões diversas, se não os considerando loucos, ou destruindo-os fisicamente?
Como manter a liderança religiosa, politica ou familiar se não houver provas da loucura, doença ou incapacidade dos dessemelhantes que demonstram liberalidade nas comunicações públicas daqueles seus conceitos e opiniões?
Na ausência do convencimento dos tais asseclas, de que todos os que expressam suas opiniões contrárias impunemente, são doentes infelizes, os ataques físicos seriam solucionadores.
É o que se viu com a deletação dos blogs e da agressão ao Charlie Hebdo.
É nesse momento que a imprensa, o direito e as demais instituições democráticas precisariam entrar em ação, na defesa da cultura, da educação e do progresso intelectual, científico e tecnológico da nação.
A condenação à obrigatoriedade da frequência às escolas especiais, para os deficientes intelectuais agressivos, a prisão e a reparação dos danos morais, materiais e pessoais, dos criminosos intimidadores, seriam as reações esperadas das sociedades civilizadas.
De que adianta tanto conhecimento científico, tecnológico se não houver o amor, a compaixão?
Como negar que a inclusão dos retardatários agressivos seja ato de consideração afetiva, amorosa?
Contudo, a nosso ver, a socialização dos agressores é a consequência de algumas reciclagens atualizadoras que, também para muitos, só ocorrem nas penitenciárias ou nos hospitais psiquiátricos.
Não meu amigo, definitivamente helioterapia não é namorar o tio Hélio.
Helioterapia, na verdade, significa tratar as doenças pela luz solar.
Conheci um veterinário que recomendou, à zelosa dona de um gatinho adoentado, a tal terapêutica e, para isso, ela deveria estimulá-lo a permanecer por algum tempo, durante vários dias, sobre os telhados para que pudesse gozar os benefícios da luz e calor do sol.
A área das bordas das piscinas também seria útil, mas como na casa da cliente do veterinário não havia essa comodidade e indispunha de uma chácara ou sítio que pudesse servir para a terapia, os telhados não seriam tão ruins.
E foi o que aconteceu. O gatinho subia e permanecia sobre as telhas de uma casa da vizinhança, aquecendo-se conforme ensinava a sua proprietária.
Acontece que o dono da casa, um homem irritadiço, não entendeu muito bem a intenção daquele gesto (de ter alguém sobre o seu telhado) e mandou logo, assim de repente, um tiro de revólver, que acertou a coluna do gato.
O bichinho ficou tetraplégico.
A notícia espalhou-se rapidamente no bairro e até mesmo na cidade. O homem malvado, percebendo que cometera um exagero grave tratou logo de reparar o dano.
Ele então providenciou tratamentos especiais para o gatinho que, com adaptações engenhosas, passou a locomover-se usando rodas substitutas das pernas.
Mas não ficou só nisso; muito comovido com o fato e também pressionado pelo zunzunzum das cercanias, o atirador arrependido, passou a patrocinar a todos os gatinhos deficientes concorrentes às eleições de maior beleza ou eficiência que aconteciam, de tempos em tempos, na cidade.
É certo que invadir o espaço alheio não deixa de ser crime. Da mesma forma que defender o espaço, fazendo uso de arma ou até mesmo de um pedaço de pau, não infringe a legislação, desde que não extrapole os limites do tolerado, do bom senso.
Inaceitável é o exagero na reprimenda. Assim matar o animal que invade a casa pode não ser condenável, desde que as circunstâncias do caso assim o admitam.
Mas, mesmo entendendo que não existam condenações morais eternas, as sequelas das agressões permanecerão vivas na vítima e seus parentes.
Bastante censurável também seria estimular a ocorrência de fatos semelhantes para ter desculpas do próprio erro.
Cometer crimes de abusos sexuais contra crianças (especialmente parentes próximos) e depois atribuir por insinuação, a culpa a outras pessoas (falso testemunho), não deixa de ser delito gravíssimo.
Olha, na minha opinião, tanto a invasão domiciliar quanto o abuso sexual devem ser levados ao conhecimento das autoridades.
A sociedade espera que cada um cumpra o seu dever. Não é verdade?
O que mais poderia parecer esquisitíssimo do que um sujeito muito nervoso parar um carro velho branco, defronte sua casa e de forma imperativa, tentar vender-lhe um frasco de mel?
- Boa tarde. Fique com esse mel. Só R$20. - ordena o camarada agitadíssimo, colocando a embalagem plástica com o conteúdo suspeito, sobre o portão.
- Não obrigado. – digo-lhe esquivando-me; busco dispensar o chato rapidamente e voltar pra dentro de casa.
- É pra ajudar. Só R$20. Me ajude a comprar um marmitex. Vendi 43 até agora. - insiste o pegajoso num tom de quem ordena.
- Muito obrigado. Não posso comer muito doce. Me faz mal. - defendo-me.
- Só R$20. É pra ajudar a comprar o almoço de hoje. Seu vizinho já comprou. - garante o homem apontando, com o frasco, a casa ao lado.
- Não. Não estou interessado.
A rejeição ao invés de esmorecer o chatoso, incita-o a insistir cada vez mais e mais veementemente. Seu rosto intumescido demonstra que ele pode estar irado, pronto para uma possível agressão.
- Experimente um pouco. Tem 45% de sais minerais e vitaminas essenciais ao organismo. O senhor vai gostar. Abra a mão! - comanda o homem tirando a tampa laranja do vaso.
Constrangido, sem ter mais o que dizer, estendo a mão; ele despeja uma quantidade pequena do líquido viscoso e marrom sobre a palma. Levo à boca e ele então arremata:
- Faço por R$12! Ajude a comprar o meu marmitex de hoje.
Faz parte, há muito tempo, do rol dos meus argumentos finais a alegação da escassez monetária. Então eu mando ver com uma expressão entristecida no rosto:
- No momento estou sem dinheiro.
- Eu deixo por R$10, só pra ajudar. Vai!!!
- Não, muito obrigado. - recuso mais uma vez.
- Pode ficar. É um produto bom. Eu colhi hoje mesmo. - insiste o impertinente. - É só R$10.
- Um momento, por favor. - digo-lhe entrando pra dentro de casa.
- Viu? Faço por R$10 pra você. - matraqueia o camarada às minhas costas enquanto caminho apressado.
Sem me voltar transponho a porta e, na cozinha, encontro a patroa que, assustada, indaga sobre o significado daquele debate, quase duelo, à tardezinha, no interior da garagem.
- O cara quer me vender mel. Você tem R$10? - pergunto.
- Vai comprar mel? Você sabe o que tem no meio daquilo?
- É só pra dispensar o cara. - argumento.
- Deixa comigo. - diz a patroa indo em direção ao teimoso.
Passados alguns minutos a mulher volta com uma expressão de serenidade no rosto.
- E aí? - pergunto.
- Mandei embora. - responde ela com segurança.
- Como você fez? - indago buscando descobrir o segredo.
- Eu disse não. Você tem que aprender a dizer não.
- Aprender a dizer não? - resmungo incrédulo, num tom quase inaudível. - Como é que se faz isso?
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