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Sai pra lá gambá

por Fernando Zocca, em 02.02.16

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É só chegar o tempo das eleições que ressurgem os clichês característicos próprios de certos grupos políticos crônicos.
Há alguns anos, durante este período, os grandes caciques piracicabanos não deixavam de falar sobre vias férreas, trens, a expansão das estações, as vantagens sobre as estradas de rodagem e tudo o mais relacionado.
Durante esta temporada era comum também, não faz muito tempo, o assunto febre maculosa. Quem não se lembra da terrível maculosa que fazia, acontecia, e era temidíssima pelos sintomas que causava?
Imagine o desespero dos impressionáveis caçando a torto e a direito as pobres capivaras da região, por serem elas as portadoras dos condenadíssimos carrapatos chamados estrela.
Agora o tema central recorrente é o mosquito que transmitiria a dengue, o zika vírus e a chikungunya.
Não quero me enganar, mas esse terrorismo midiático, fundado no conhecimento técnico/científico, que avassala com os fatos noticiados sobre a microcefalia não passa também de estratégia eleitoral objetivando o afastamento da concorrência política.
Isso tudo é bem semelhante à situação vivenciada numa família grande onde os filhos disputam os carinhos da mamãe. Ou seja, é como se esse grupo dissesse: “sai pra lá gambá, que a mamãe gosta só de mim”.
Na verdade esse tipo de comportamento é muito feio. A mamãe gosta de todos os seus filhos e ela sabe que precisa agraciar, com oportunidades, a todos eles a fim de que se desenvolvam como deve ser.
Os tempos de Pedro I, Pedro II, do Regente Feijó já passaram e deixaram suas marcas. A bandeira hoje não é mais a do império.
O que impressiona é o fato de, por exemplo, um cidadão que ocupa cargo eletivo há mais de 20 anos, achar que não haveria mais ninguém capaz de apresentar soluções para os problemas da cidade além dele. E que por isso ele insiste em se candidatar.
Não que a cidade não mereça. Até mereceria, mas o que seria do verde se não fosse o amarelo, não é verdade?
É claro que o capitalismo é feito também pelo empreendedorismo, a tal da livre iniciativa, a circulação da grana, motivada pelo consumo, pela produção, mas não seria tão correto, causar tantos assombros constantes, pra que isso ocorra. Na minha opinião não é bacana industriar tanta marola pra vender fitoterápicos.
Mas afinal, o que mais poderiam fazer, além do que vêm fazendo, os ocupantes do poder a fim de se manterem mais uma temporada nele arvorados?
Na verdade há cidades em que não funciona praticamente nada. Não há atendimento adequado na área da saúde, o ensino não desempenha a sua função, o setor da segurança não age na conformidade necessária, o saneamento básico não é tão eficiente e a corrupção torna rico quem nunca foi.
Perceba que a situação é bem pior do que pode imaginar a nossa miserável filosofia. Imagine o dilema: a raça humana precisa dos veículos automotores para a sua sobrevivência. Acontece que o uso desse tipo de tecnologia vem causando danos no ambiente natural havendo a ameaça da transformação geral do clima no planeta e a sua destruição.
Ora, como fazer se, para se manter viva a raça humana precisa deteriorar o local que lhe serve para viver e que um dia não será o mesmo?
Certamente técnicas novas, mais limpas, surgirão sendo usadas nos transportes garantindo assim a continuidade da vida na terra.

 

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publicado às 11:05



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