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Se nada fosse por acaso, então os ganhadores das loterias já saberiam, por antecedência, os resultados.
E, realmente, se desta forma fosse, haveria a configuração de fraude. Ora, se as loterias, os resultados dos jogos de futebol são deste modo, conviria investigar.
Se nada fosse por acaso, então já estaria tudo predeterminado: a queda de um avião, de um prédio, uma ponte, incêndios.
Essa ideia de que nada seja por acaso, teria como motivador a noção de que haveria alguém por trás, a comandar, manipular e controlar tudo.
Até pode ser que assim seja: afinal o que não seriam - nos conflitos familiares, entre as nações - as sabotagens danosas, promovidas por aqueles que se julgariam prejudicados, não é mesmo?
O nada é por acaso, expressa o contrário do tudo depende do acaso. E certamente, a negação da primeira assertiva, não poderia deixar de ter uma conotação de culpabilidade, acusação, por algo acontecido por suposta intervenção de alguém.
Da mesma forma, o tudo depende do acaso, pode livrar das frustrações não esperadas, os responsáveis por um acontecimento aguardado,
O que você acha do resultado daquele jogo inesquecível entre o Brasil e a Alemanha na copa de 2014?
Perceba que os alemães chegaram ao Brasil indo diretamente à Bahia, local onde o Brasil teria "começado". Lá fizeram amizade com os índios, os primeiros moradores desta terra varonil.
Depois, já durante os enfrentamentos das seleções, submeteram-se a treinamentos extenuantes, como os praticados sob o sol do meio-dia; viveram manhãs em que despertavam dos seus sonos, nos alojamentos, sob o som das vaias vindas dos aparelhos dos psicólogos treinadores e, por fim, no jogo contra o Brasil, usaram assim, na maior, um uniforme semelhante ao do Flamengo.
Por outro lado, você meu ilustríssimo e querido leitor, haverá de se lembrar que o praticamente responsável pela escolha do Brasil como sede da copa de 2014 foi o PT do então presidente Lula.
Ora, o que existiria de mais humilhante, para o governo federal, do que um vexame da seleção brasileira, que, em caso da conquista do hexacampeonato "encheria a bola" do PT de uma forma insuportável para a oposição?
Portanto não é bem assim: "nada é por acaso". Em todas as decisões, pode haver a prevalência do acaso, tanto na forma positiva quando na negativa.
No direito penal há a previsão dos crimes culposos, onde não haveria a intenção do cometimento do delito. Por outro lado há a figura do dolo que é a manifesta intenção do agente em praticar o crime.
Tanto em um como em outro as circunstâncias devem ser bem investigadas.
Mas, com o devido respeito, nos crimes de ameaça, não poderia deixar de haver também, na sua etiologia, a tremenda sem-vergonhice, encapsulada na loucura - demência senil - intimidatória.
Bafão abriu o boteco logo depois das oito horas, naquela manhã de sexta-feira. Ele pensara em chegar mais cedo para preparar o ambiente que receberia o pessoal do carteado logo mais a noite.
Ele varreu o chão, lavou os copos, enxaguou o banheiro, lustrou o tampo do balcão e, tomando os envelopes, que vieram na tarde do dia anterior, trazidos pelo carteiro, passou a abri-los um por um.
Eram cobranças de bancos, da empresa de telefonia, da companhia de luz, do serviço municipal de água, e panfletos publicitários das mais variadas formas.
Enquanto Bafão lidava com os papéis um dos cachorrinhos pretos da vizinha entrou no bar e, farejando pelos cantos, estancou perto do lugar onde permanecia o proprietário, levantou então a perna traseira direita, soltando em seguida, o esguicho determinador do local por onde passara.
Bafão já pensara em queixar-se com a proprietária sobre aquele bichinho que vadiava o dia todo pelas ruas do quarteirão. Mas como conhecia bem o temperamento melindroso da moradora, para não agitá-la, resolveu escrever-lhe uma carta.
Pegando um lápis pôs-se a rascunhar um desabafo contra a falta de cuidados e atenção daquela velha senhora tristemente barriguda, de calcanhares rachados, dona de um cachorro enxerido.
Depois Bafão, naquele armário antigo, de portas envidraçadas, onde expunha os sabonetes, as pastas dentifrícias, as linhas, as agulhas, os cadernos, os lápis e canetas, capturou um envelope.
Com uma lambida, na cola seca, da borda da aba da sobrecarta, ele fechou lá dentro a missiva.
Da gaveta do balcão ele tirou um selo, dando-lhe a lambidela umidificadora que possibilitou a fixação da estampa fina no envoltório tosco.
Irrompendo bar adentro uma garotinha, de cabelos curtos, castanhos e lisos, pediu um sorvete de chocolate, que imediatamente depois de ter a sua embalagem rasgada, foi levado à boca com avidez.
- Minha mãe mandou marcar na conta dela. – disse a menina ante o olhar atônito do Bafão.
- Ô mocinha, faça-me um favor. Quando passar por aquela caixa dos correios, ali perto daquele poste, coloque lá essa cartinha. - pediu Bafão para a freguesa que saia.
- É para o papai Noel? – quis saber a pequena lambendo ostensivamente a guloseima.
- Não é não. É para uma amiga dele. – respondeu o comerciante.
A jovenzinha saiu deixando o homem a sós, com a papelada dos credores.
Bafão olhou-se no espelho pequeno, de moldura laranja, e achou que já estava no tempo de cortar os cabelos.
Pensando em despreocupar-se ele então abriu uma garrafa de licor de jabuticaba, servindo-se com prazer num pequeno copo.
- Ah, os licores!!! Mas que delícia...
Quando o homem se preparava para ligar ao fornecedor das bebidas, a fim de reforçar o estoque de cervejas geladas, que serviria ao pessoal do carteado, ele notou que uma jovem magricela, de estatura pequena, com os cabelos pretos, presos em um rabo de cavalo, vestindo um short marrom e camiseta regata verde, parou defronte a porta do boteco.
Com a cabeça baixa, e de frente para o comerciante, a mulher fez com a mão direita, alguns gestos que lembravam as lambidas de uma girolanda imensa.
Bafão que pensava já ter visto tudo o que de mais bizarro podiam apresentar algumas almas atormentadas daquela rua, não esperava por mais aquela demonstração de menosprezo.
Ele recordou-se que quando chegava ao bar pela manhã e saia à tardezinha, sempre havia alguém da vizinhança fazendo-se notar.
- Fazer o quê? – inquiriu ele, meneando a cabeça. – Temos de ter paciência. Muita paciência.
Mudando de assunto:
Relembre Ângela Maria cantando “Mentindo”.
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