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Desde muito pequeno sempre me vi rodeado por livros. Talvez tivesse este fato sido estratégia dos meus pais para ocupar-me o tempo, por não haver, naqueles anos, nenhum acesso ao rádio ou aos televisores.
Você sabe meu querido leitor, que não pode haver melhor lugar para encontrar bons livros do que nas bibliotecas, tanto particulares quanto públicas.
Também os livros novos, devido ao ato importantíssimo da presidenta Dilma, criando o Vale Cultura, podem agora ser adquiridos com esse acréssimozinho aos salários.
Mas nos Sebos você não deixa de encontrar algumas verdadeiras obras primas.
Em Piracicaba as duas entidades - sebos e bibliotecas - atendem, hoje em dia, satisfatoriamente as demandas no setor.
Na década dos anos 1960, quando garoto ainda, emprestávamos livros da Biblioteca Pública e, por esquecimento, preguiça ou má vontade mesmo, deixávamos de devolvê-los, no dia marcado, aparecia, logo depois, um funcionário batendo à nossa porta em busca dos objetos.
Nos sebos você pode achar livros com carimbos das bibliotecas de escolas, hospitais, particulares e faculdades.
Outro dia, vasculhando a minha estante, encontrei dois deles nessas condições: um, de medicina, com o carimbo de uma biblioteca de hospital, e outro com a identificação da biblioteca Pública de Piracicaba.
Com relação ao de medicina eu me lembro muito bem de o ter adquirido no sebo, não sem antes receber a garantia, do comerciante, de que não se tratava de produto de furto.
Quanto ao segundo, na dúvida, resolvi levá-lo à Biblioteca Pública.
Se estava comigo por esquecimento, fica aqui o meu pedido de escusas.
Você já pôde notar a existência daquele tipo de personalidade que se faz de vítima.
É um jeito de ser que atribui a alguém, ou a situações especiais, os seus sofrimentos intermináveis.
Entretanto não deixa de ter certa razão o adulto que passou a infância "triturado" pelo ressentimento dos tios e primos mais velhos.
Ponha-se na situação de quem precisava muito do dinheiro para custear estudos em outras cidades, fazer frente às despesas comuns do dia-a-dia ou pagar dívidas de jogo, e não podia recebê-lo em decorrência de estar ele na posse de um...digamos usurpador.
Você já percebeu que todos os males do mundo teriam como fonte única o safadista desjuramentado que, com a mulher e um filho imberbe, se acomodaram na casa que deveria ser dividida entre todos os herdeiros do vovozinho falecido.
Agora, meu querido e paciente leitor, some às agruras dos frustrados o fato de não poderem ter eles mesmos um filho. Não por haver qualquer tipo de impotência sexual do varão, causada pelo tabagismo, alcoolismo e noitadas inteiras na gandaia, na jogatina de baralho, Não. Longe disso.
Talvez por incompatibilidade sanguínea quis o destino que o casal, formado pelo exímio jogador de cartas e a professora promissora, não pudessem dar ao mundo um descendente legítimo.
E então? Como fazem os casais que vivem tal vicissitude?
É comum à essas pessoas, que passam por esse tipo de problema, resolverem-no adotando uma criança.
Perceba que a frustração causada pela impossibilidade de ter um descendente foi suprida pela adoção, mas a de estar na posse do bem imóvel ficou latente, pulsante, teoricamente embasando, inclusive, as histórias de ninar do infante recém-chegado.
Como sagaz que é o meu nobilíssimo leitor já pôde vislumbrar a existência dos parentes ascendentes do neném adotado.
E haveria prazer mais satisfatório do que aquele em que se enreda, calunia e difama (aos familiares-ascendentes do guri) o tal devedor que não desocupa o bem do espólio?
Não, meu caro, não haveria mesmo.
E tome lero-lero: "deficientes mentais", "doentes do baço", "racistas", "nazistas" e "encrenqueiros", seriam os adjetivos mais leves dentre todos os impingidos àquela família, espécie de judeus usurpadores dos territórios palestinos do sertão paulista.
Se a maledicência fosse face a face, até que não causaria tantos males. Mas calúnia à socapa é muito mais eficiente, destrutiva, mortal, tucana e infame.
Essa, meu amigo, leva a morte à cabeceira do leito.
Deus me livre.
Passei, na sexta-feira de manhã, pela biblioteca pública municipal para assuntar o que diziam o Jornal de Piracicaba e a Folha de S. Paulo.
Depois de mais ou menos meia hora de leitura, cheguei a uma conclusão inegável: o que tem de funcionário público municipal desocupado, meu amigo, nem te conto.
Os caras podiam pelo menos disfarçar, fingir que faziam um serviço ou outro. Mas que nada. Na maior cara de pau, e em pleno horário de serviço, um grupo de pelo menos sete ou oito felizes ocupantes das sinecuras municipais, usufruíam os prazeres do ócio remunerado.
O prédio da biblioteca pública é majestoso, novo, grande e chique no último, mas o que tem de cabo eleitoral pendurado nos vistosos cabides municipais, não está escrito em nenhum livro de receitas.
O PSDB em Piracicaba é doutor, catedrático em cimento, areia, brita e construção civil pública. Esta característica incomum, talvez até ocorra por ter, nos seus quadros o arquiteto João Chaddad, um mestre que participou dos cálculos estruturais do Comurba.
Lembra do Comurba?
A tal instituição politica PSDB pode ser boa nestas coisas que envolvem licitações, empreiteiras, favorecimentos e superfaturamentos, mas naqueles itens (educação, segurança, saúde, transporte público), referentes às pessoas, eleitores, o pobre PSDB é inabilíssimo.
Pra quem precisa de assistência pública dentária o caminho burocrático é penoso. E bota penoso nisso.
Primeiro, o candidato à uma dentadura municipal, deve fazer ficha no posto de saúde do seu bairro. Para isso ele tem de ter em mãos o CPF e o RG.
Feito esse cadastro o banguela deve marcar uma consulta com o médico deste mesmo posto, do bairro onde mora e, sabe-se lá quando isso ocorrerá, terá então, o nosso querido piracicabano, obtido o visto para uma consulta com o dentista do posto do Piracicamirim.
Se lá no atendimento do Piracicamirim acharem que o caso é de relevância, encaminharão o desdentado para o CEO da Rua Tiradentes.
Morou nos trâmites burocráticos? Não é mais confortável deixar a situação do jeito que está?
Os milionários que governam, há muito e muito tempo, esta pobre cidade, deveriam envergonhar-se das ações e omissões prejudiciais aos eleitores, responsáveis pela fortuna deles.
Seria bem interessante e curioso saber que além de favorecer empreiteiros milionários, o PSDB se preocupasse, um tantinho que fosse, em facilitar também a vida dos pobres desta terra.
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