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Piscina de quintal

por Fernando Zocca, em 20.04.16

 

 

 

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O Serviço Municipal de Água e Esgoto (SEMAE) que durante mais de uma década foi dirigido pelo presidente do PSDB em Piracicaba, passou a apresentar, depois de um certo tempo, disfunção importante que resultou em protestos veementes na Câmara Municipal e processos no judiciário.

A hipótese da intenção do sucateamento da entidade, com objetivo de privatizá-la, foi praticamente confirmada diante da ineficiência dos serviços prestados à população, bem como pela total desorganização interna.

A exacerbação nos preços cobrados pelo fornecimento da água potável foi o gatilho desencadeador da revolta de grande parte da população. Com aumentos de 100% a 150% nas contas mensais milhares de consumidores viram-se inadimplentes. Um fato inusitado inaugurou-se nestes tempos de administração esquisita: o parcelamento do pagamento das contas do consumo da água.

A câmara municipal, apoio incontestável da política tucana em Piracicaba, ao negar-se a aprovar moções de repúdio, instauração da comissão parlamentar de inquérito, para frear as decisões equivocadas da administração, legislava sem no entanto o perceber, contra os interesses dos eleitores.

A ausência do senso crítico no partido favoreceu a falsa ideia de que a adesão às orientações da presidência era mais importante, para a manutenção da coesão partidária, do que a satisfação dos clamores do povo.

Há quem veja resíduos do nazismo/fascismo nas ações do presidente afastado do SEMAE. Diante da certeza do seu erro administrativo, lançou ele, contra a população, as suas injustiças, da mesma forma que Hitler, diante da derrota iminente, valeu-se do que chamava a solução final.

O certo é que o ministério público investiga as ocorrências. Os vários aumentos sucessivos dos preços dos serviços prestados pela entidade podem ser revogados.

Essa forma especial de ver e resolver os problemas levou muitos proprietários de piscinas de quintal a deixarem de lado aqueles folguedos do fim de semana. O usufruir das águas pode ser muito mais oneroso do que a carne, o carvão, a cerveja e a música dos tais ruidosos embalos festivos.

Com bom senso, equilíbrio, sensatez, é claro, os cálculos da contabilidade podem ser mais exatamente elaborados.

Superfaturar os preços não cai bem para quem está há tanto tempo exercendo a função de dirigir os negócios da cidade.

Imagine que outro dia ouvi um cidadão dizendo: “sorte tinha o Beethoven que, por ser surdo, livrou-se de ouvir o que não gostaria”.

Mas melhor mesmo do que uma simples piscina de água do SEMAE seria aquela repleta de dinheiro, igual a do Tio Patinhas.

Já imaginou o camarada chegando à tardezinha do serviço estafante do escritório chato e botando aquela sunga maneira joga-se de costas na piscina cheinha de dólares e moedas?

Até o sobrinho do Patinhas, o Pato Donald, namorado da Margarida, se sentiria tentado na aventura.

O bom de uma piscina dessas, de grana, é que não precisa de tratamento frequente com cloro. Ela não teria o inconveniente de, no caso de abandono, ser viveiro dos mosquitos causadores da Zika e da Dengue. As dos clubes sociais que se transformam em condomínios luxuosos também.

 

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publicado às 18:17

Os Latidos da Cadela

por Fernando Zocca, em 15.05.10

Imagine experienciar uma quizumba num bairro de periferia de cidade pequena. Ciente de que você tem direitos a serem preservados, dirige-se rápido a delegacia de polícia.

Então pensando que com as providências da autoridade policial, a situação se acalme ao seu redor, depois de cumpridas todas as formalidades que lhe cabem, tenta esquecer o caso.
 
Mas veja que situação: ao invés de arrefecer os estados de espírito belicosos você nota que tudo ficou pior, os ânimos se exaltaram mais ainda.
 
Chega o momento em que você acha que não deveria ter ido à delegacia de polícia. E como entender que as pessoas investidas nas funções de funcionários públicos, possam agir em desacordo com o direito? Como explicar isso?
 
Você já ouviu falar em tráfico de influência? Pois é. Numa cidade pequena, onde quase todas as pessoas se conhecem, num auê entre vizinhos, um vereador, deputado estadual ou deputado federal podem solicitar à autoridade policial, favores em benefício de alguém, e detrimento dos direitos de outrem.
 
Entende?
 
Então numa desinteligência acontecida entre vizinhos, por causa da omissão de impedir os latidos incessantes de uma cadela, a vítima pode, ao dirigir-se à repartição policial, encontrar lá um clima completamente desfavorável.
 
Esse é o que se chama de tráfico covarde de influência. Esse crime pode ser praticado com o abuso do poder econômico. Ou seja, o tal vizinho meliante, que por ter entre os seus amigos gerentes bancários, acha que pode mandar e desmandar num bairro, passando inclusive sobre os direitos fundamentais das outras pessoas.
 
Esse tipo de comportamento injusto favorece a descrença nas autoridades, nas leis, e faz com que a vítima seja atingida na sua auto-estima.
 
E você acha que as injustiças e as lesões aos direitos das pessoas param por ai? Nada disso. Depois de ser “trucidada” num departamento policial, a vítima pode ainda ser denegrida no Fórum, nas casas comerciais do bairro, bancos, igrejas e por ai vai.
 
Quem conhece os mentirosos sabe que para manter uma mentira o fulano tem que contar outra mentira. E para defender suas posições deve mentir, mentir e mentir cada vez mais.
 
Isso acontece até o momento em que “a casa cai”, ou em que toda a verdade vem à tona.
 
Com a injustiça é a mesma coisa. Para defender os bens e a posição injusta, o indivíduo precisa seguir em frente praticando outra e outra injustiça, até o momento em que tudo se volta contra ele mesmo.
 
O ressarcimento financeiro, cremos nós, cessaria esse círculo vicioso maligno. Pelo menos mudaria o sentido do cenário.
 
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publicado às 12:48






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