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Meu querido velho

por Fernando Zocca, em 27.06.14

 

 

Fulvio Zocca.jpg

 

Quando era moleque, meu pai não teria sido de trato muito fácil. 

O objetivo paterno de proporcionar-lhe uma boa educação fez com que ele participasse ainda bem criança, de algumas aulas de violino.

Nascido aos 12 de outubro de 1927, talvez por incompatibilidade com as irmãs mais velhas, ou inexistência de vaga nas escolas de Piracicaba, Fúlvio, também conhecido como Zico, foi levado a um colégio interno em Campinas, onde cursou o ginasial.

As visitas semanais que recebia traziam-lhe, dentre outras coisas, as famosas linguiças de porco feitas no açougue do meu avô, pai dele.

O aroma que evolava do alimento, guardado no armário particular do seminário, aguçava o paladar dos demais garotos desejosos de experimentar o sabor. 

Formado no ginasial Fúlvio, de volta à Piracicaba, trabalhando como caixa no Banco Moreira Salles, ingressou no curso Normal, do Colégio Piracicabano, onde se formou professor de artes. 

Durante o curso, no decorrer de uma festa junina, lá no Colégio, ele conheceu a minha mãe, que cursava o madureza. 

Depois de casados meu pai foi designado para lecionar numa comunidade japonesa (Bunka) de uma cidade bem distante. Minha mãe e eu ficávamos sozinhos na casa da Rua Benjamin Constant, que ocuparam, no início da década de 1950.

Admitido por concurso no IAPI (instituto de aposentadoria e pensão dos industriários), predecessor do INPS e depois INSS, Fúlvio Zocca ajudou a instalar a agência da entidade em Santa Barbara D Oeste, SP.

Com o dinheiro da venda de um dos imóveis do espólio de seu pai José Carlos Zocca, ao invés de adquirir a casa própria, comprou maquinário - máquinas de costura - para a confecção de camisetas. Com o tal empreendimento pretendia empregar a mulher e os filhos.   

Em 1973, durante o expediente, na agência da Rua XV de Novembro 790, ele sofreu um infarto.

Hospitalizado em São Paulo passou por sua primeira cirurgia cardíaca feita pelo famoso doutor Zerbini. 

Retornando e bem recuperado, foi aprovado em concurso, no INSS, para o cargo de fiscal previdenciário. 

Mesmo assim, por ser portador de cardiopatia grave, aposentou-se precocemente. 

Por determinações médicas devia fazer exercícios físicos com regularidade. Levando os conselhos ao pé da letra, ele associou-se ao Clube Cristóvão Colombo, onde algum tempo depois, ajudou a criar o departamento de tênis.

Além do tênis, que jogava com regularidade, meu pai gostava de fotografar e pretendia aprender a tocar violão. 

Em 1983 submeteu-se novamente a outra cirurgia do tórax na Beneficência Portuguesa, em São Paulo.  

Fúlvio Zocca faleceu no dia 23 de agosto de 1990, na cidade de São Paulo, aos 63 anos de idade, poucas horas depois da sua terceira cirurgia cardíaca. 

Saudades. 

 

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publicado às 18:42

A Complacência dos Julgadores

por Fernando Zocca, em 11.07.11


 

 

      

 

                   O prefeito de Campinas Hélio de Oliveira Santos, diante da descoberta das falcatruas nas licitações da Sanasa, resolveu agora passar a responsabilidade por elas aos secretários municipais.

                    Ou seja, quem fará as licitações, daqui pra frente, são as secretarias municipais que precisam das obras ou das prestações de serviços.

                    Esse ato pode significar que a figura do prefeito estaria, em tese, blindada, no caso de ocorrência de novas fraudes. Entretanto a mera transferência do comando não impede que as burlas ocorram.

                    Na verdade o elemento desestimulador, das práticas prejudiciais à população de uma cidade, é a aplicação da lei penal.

                    Comprovada a existência dos atos ilícitos e também sendo certa a autoria deles, não existiriam motivos para a complacência dos julgadores, a não ser que neles predominem os desejos da pratica dos mesmos crimes.

                    Se há irregularidades na concessão de alvarás para loteamentos, instalação de antenas de celulares, e prestação de serviços junto às autarquias municipais, por que não haveriam também, nos demais atos administrativos pelos quais se processam o recapeamento das ruas, a construção das pontes, prédios públicos e viadutos?

                    Veja no vídeo abaixo o que acontece quando o dinheiro público, que deveria ser aplicado no atendimento à população, vai para o bolso dos políticos.

 

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publicado às 18:40

A Voz do Povo

por Fernando Zocca, em 15.06.11

 

 

 

                      A população de Campinas, por meio dos seus vereadores, decidirá hoje, a partir das 18h, na Câmara Municipal, se o prefeito Hélio de Oliveira Santos deve ou não se afastar do cargo, durante os processos de impeachment e judiciais, que apuram as responsabilidades por fraudes, praticadas na sua administração.

 

 

                    Se a escolha for pelo afastamento, o chefe do executivo permanecerá distante do centro das decisões por 90 dias.

 

 

                    Há os que acreditam que o prefeito deveria ser o primeiro a exigir as investigações rigorosas e as punições devidas.

 

 

                     A base dessa confiança estaria na certeza do seu não envolvimento com os prejuízos bilionários que afetaram a população campineira.

 

 

                    A assertiva de que “quem não deve, não teme”, possibilitaria ao governante, a segurança para distanciar-se, esperando que provem ou não o que dizem contra ele.

 

 

                    Em ocorrendo a improcedência de todas as demandas, o prefeito voltaria com força redobrada sobre os adversários.

 

 

                    Entretanto, se com base nas provas tanto testemunhais quanto documentais, colhidas pela polícia e Ministério Público, a acusação não desistir nunca e permanecer pedindo a aplicação da lei, então Arthur Orsi, o atual presidente do legislativo, ocupará a vaga do prefeito.

 

                    Isso é o que também desejam milhares de eleitores de Campinas.

 

 

15/06/11

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publicado às 16:40