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Confissão

por Fernando Zocca, em 24.02.14

 

 

O alcoolismo enseja muitas violências domésticas altamente destrutivas, para os familiares do alcoólatra, e também dos objetos componentes do lar. 

Nem mesmo a formação no ensino superior pode, na maioria dos casos, evitar as grandes ocorrências das agressões contra a esposa e os filhos.

A intoxicação do adicto o faz irritável, sem paciência e esta situação conduz às altercações frequentes, que muita vez, terminam em socos e pontapés. 

Quando o pai agride a mãe diante dos filhos, estes podem levantar-se contra aquele; em decorrência disso, sofrem os danos morais e físicos.

É claro que uma cumplicidade envolve então as vítimas do agressor. A notícia das agressões espalha-se pela família; os pais, os irmãos e cunhados do enfermo, das vítimas, inteiram-se dos acontecimentos.

É neste momento em que um irmão oportunista do bêbado, aproximando-se, com o objetivo de consolar a agredida, pode obter a satisfação da luxúria. 

Mãe e filha podem também tornar-se coniventes nesta situação de adultério; o preço que a adúltera pagará pelo silêncio filial será, certamente, a complacência ante todas as birras e desejos da menina mimada.   

Diante desta situação, para a criança, não parecerá esquisito a mãe ganhar "na loteria" os valores de um carro novo, mesmo sabendo que ela não fez nenhum jogo nos últimos meses. 

Nas famílias muito numerosas (em alguns casos, nas menores também), todas as hipóteses referentes às novidades como os olhos roxos, o relógio carrilhão caríssimo quebrado, o aparecimento de um carro zero quilômetro na garagem, são suscitadas, especialmente pelas matronas donas de casa. 

Cabe então aos que "pisaram na bola" urdirem situações e criarem teses especialmente sugestivas sobre quem seriam os "culpados" pelos deslizes. Os chamados bodes expiatórios teriam suspeitas levantadas sobre suas atitudes e comportamentos, com a maior destreza. 

Não seria enganoso afirmar que a manutenção dos segredos da mãe, por parte da filha, seja causadora nesta, de alguns males psicossomáticos tais como, por exemplo, a obesidade e o resfriado crônico. 

A angústia, a ansiedade, originadas pela sufocação dos fatos envolventes da mãe, além de propiciarem o surgimento das afecções físicas, podem levar a adolescente aos estilos devassos de vida, durante muitos anos.

O retorno à vida comum e o relacionamento normal com parceiros, possíveis formadores de um casamento desejado, implicariam em justificar certos fatos físicos, como as circunstâncias da perda da virgindade, por exemplo.

Mais uma vez, a ocultação dos pecados da mãe e do tio oportunista, tenderia à incriminação de quem não teria nada a ver com a história. 

Cremos que a exposição real dos fatos, à profissionais habilitados, conduziria os fluxos vitais aos seus estofos primitivos; com certeza, isso facilitaria a reobtenção da saúde.  

 

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publicado às 19:51

Erro Judiciário

por Fernando Zocca, em 23.07.10

 

 

 

                                          É preciso muito cuidado com esses julgamentos antecipados, sem provas ou nada mais que possa servir de base para  condenações.

 

                    No caso do goleiro Bruno e outros envolvidos com o suposta morte de Elisa Samúdio, é bom tornar a relembrar que todos são inocentes até prova em contrário. É um princípio do direito penal e quando violado, as injustiças são tremendas e praticamente irreparáveis.

 

                    Na década dos anos 1930 em Minas Gerais, dois irmãos foram condenados pela suposta morte de um amigo. Um dos acusados morreu na prisão e o outro só foi libertado depois que o suposto morto apareceu. Passou 16 anos na cadeia.

 

                    A mãe dos acusados não acreditava no que a polícia autoritária da época afirmava. Na verdade vivia-se numa ditadura militar. Getúlio estava no poder e não havia muito tempo para conversas. O autoritarismo tem essa característica.

 

                    A polícia arrancou na “marra” uma confissão inverídica. Para os homens da lei daquele tempo os dois irmãos mataram a vítima que havia acabado de ganhar muito dinheiro com a venda de uma grande quantidade de arroz.

 

                    Enquanto os dois condenados sofriam na cadeia, o suposto morto vivia no Estado do Mato Grosso para onde viajara de avião.

 

                    Se não me engano até os dias atuais, a família dos injustiçados pleiteia, nos tribunais brasileiros, uma reparação para esse caso, que ficou conhecido como o caso dos irmãos Naves.

 

 

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publicado às 22:22