Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



O frentista e a bomba

por Fernando Zocca, em 28.06.14

 

 

 

O sujeito era frentista e gostava também de bombas. E tanto era assim que, para fazer bonito para a galera reunida, se propôs a um desafio: seguraria um petardo na mão para provar que era valente.

Depois da explosão ele percebeu que era sim um valente. Sem, no entanto, os quatro dedos da mão direita. 

Àqueles que diziam ser ele um burro, respondia que não esperava por uma detonação tão forte. 

"É que podemos ser surpreendidos quando não divisamos as consequências do ato", explicava ele, uma semana depois,  com o toco enfaixado. 

De certa forma concordo com o valente acidentado. Por exemplo: a gente tem experiência de que o ufanismo no futebol não pode resultar em sucesso. 

Mesmo assim a gente, pra fazer bonito, canta a vitória, antes do tempo, do mesmo jeito que o granjeiro conta com o ovo na cloaca da galinha, antes da postura.  

Assim, da mesma forma, seria o desmerecedor, o desrespeitador e o caluniador, atrasando a vida dos invejados, achando-se eles todos imunes ao próprio veneno.

Em defesa dos "simplinhos" surgem os complicadinhos que fazem tudo, menos levá-los para casa, dando-lhes os ensinamentos de civilidade. 

Seria difícil orientar os refratários a comportarem-se bem na vizinhança? Seria fácil se a morfologia cerebral dos histéricos fosse semelhante à da  maioria das pessoas. 

A percepção, os conceitos e o raciocínio do excepcional são peculiares e não interessa aos parentes, à escola, à igreja ou às autoridades botar a mão em cumbuca tão enraizada, em coisa tão complicada. 

É mais fácil sair de perto. 

Mas como os ventos que ventam cá, ventam também lá, o melhor a fazer seria mostrar as barbaridades que fazem. Com alguma sorte desmascaram-se algumas calúnias. 

Não seriam as características próprias dos deficientes  infratores capazes de  embasarem absolvições no judiciário. Mas isso não é o que temos visto atualmente em alguns casos. 

Não desejo mencionar a corrupção ou o tráfico de influência nas dependências da linda Temis.  Entretanto, por não haver a crença nas bruxas, não significa isso que elas não existam. 

A quem interessa tanta aporrinhação? Certamente aos poderes constituídos hoje, por homens há uma vintena, ou mais de anos, incrustados nos tecidos públicos. Eles se negam a largar as mamatas das sinecuras. 

Não duvide que quando o sujeito lê a Bíblia na Câmara Municipal o faz pensando na destruição daqueles todos que pensam diferente deles.

Bagunça pode existir em qualquer lugar da cidade. Mas quando essa complacência se acerca da instituição, ocorrem prisões, expulsões do recinto e a defecação de regras homéricas aparecidas assim, num piscar de olhos, da noite para o dia. 

Em clima de copa do mundo seria imprudente crer que o sucesso do time deva-se mais àqueles que estão fora do campo do que aos verdadeiros atores do circo.

É lógico que a sinergia entre o selecionado e a torcida faz maior sucesso do que qualquer outra fórmula. Mas é indispensável que os arruaceiros, débeis de entendimento, possam impunemente, emporcalhar ou obscurecer a alegria do povo.

Ao contrário do que aconteceu ao frentista cuja bomba explodiu na sua mão, esperamos que as explosões no futebol sejam só de alegria e júbilo. 

  

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 22:33

Os erros do Antônio Carlos

por Fernando Zocca, em 05.09.10

 

 

 

                             Para cometer essa injustiça, contra o pessoal do PT e do PSDB, o contador Antônio Carlos Atella Ferreira deve ter sido um sujeito bastante prejudicado. Na verdade pode até ser daqueles que, não vendo saída para seus problemas, resolve logo botar fogo no circo.

 

                A falsificação de documentos é um crime geralmente cometido por alguém que, em situação desvantajosa, procura por meios que não sejam os legais, reverter a situação.

 

                Seu inconformismo com as vicissitudes pessoais, que não pode controlar, faria dele um empreendedor capaz de tentar, por meios escusos, chamar a atenção sobre si mesmo, ao mesmo tempo em que apontaria os supostos erros alheios.

 

                Com seu ato criminoso, talvez ele tentasse descobrir naqueles documentos, irregularidades com as quais pudesse justificar seus próprios equívocos. Ai então ele diria:

 

                - Se fulana rouba, por que eu não posso também fazer o que faço?

 

                E depois então, quando os dois maiores interessados tivessem se digladiando, por causa da ilicitude cometida, pudesse o senhor Antônio Carlos dizer:

 

                - Está vendo? Eu não falei? Eles se acusam mutuamente, não se entendem, estão ambos errados e é por isso que nós sofremos aqui desse jeito.

 

                Talvez a noção de que os mitos Al Capone e Wilson Simonal, foram demolidos por ações de contadores, tivesse inspirado o senhor Antônio Carlos a fazer o que fez.

 

                Aprontar saia justa para os outros, motivado por problemas de ordem pessoal, que não consegue resolver, sem dúvida nenhuma, não só agravaria os maus momentos vividos, como complicaria a situação particular no futuro.

 

                Mudando de assunto, veja no vídeo abaixo o momento em que o presidente Luís Inácio Lula da Silva conclama os eleitores a votarem em Mercadante e Dilma Rousseff.

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 18:00

Sinecuras Vergonhosas

por Fernando Zocca, em 08.06.10

Essa história de dossiê que surgiu agora na mídia, envolvendo pessoas determinadas a espionar políticos candidatos, nós aqui em Piracicaba, já conhecemos.

 

                Aconteceu durante uma eleição para prefeito; os ingredientes dessa receita deram muito pano pra manga, do mesmo jeito que ocorre agora.
 
                Se não me engano, o grupo que atualmente ocupa o poder municipal e representa o coronelismo autoritário, providenciou a impressão de um jornal, com acusações sobre gente do partido dos trabalhadores e, pela imprensa fez um auê dos infernos.
  
                A grande jogada nisso tudo é a culpa que se joga no alheio. Entende-se que seja essa confusão, formada por gente do partido, desejosa de ajudar, mas que não se dá bem, quando o objetivo da estratégia falha.
 
                Então, para não ficar mal na fita, lançam a culpa no adversário político. Se não me engano isso deu certo aqui em Piracicaba.
 
                Basicamente os ingredientes e a receita dessa mixórdia são simples: um documento com acusações; a descoberta desse documento; a imputação do suposto crime ao adversário político e, logo em seguida, a publicidade do “fato criminoso”.
 
                   Ou seja: os documentos são falsos e os crimes neles relatados também são falsos. Mas a tentativa de difamar é verdadeira e é atribuída, com toda a veemência,  ao adverso.
 
                             A intenção é a de formar, no público, uma opinião negativa sobre o contrário. Seria o mesmo que atear fogo no  Reichstag e depois botar a culpa nos comunistas. Você entende?
 
                Isso tudo por causa das eleições. Essa bagunça faz parte do jeito que alguns políticos têm pra chegar ou se manter lá nas sinecuras vergonhosas. Enquanto isso a miséria corrói a sociedade.
  

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 21:06