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Lotado

por Fernando Zocca, em 09.10.14

 

Você sabe que mantive no ar por mais de cinco anos o blog monitornews, fundado no dia 1º de abril de 2006.

Ele foi o veículo de mais de 1000 publicações; sua capacidade original não suportava mais nem uma vírgula, sem que houvesse a eliminação dos textos mais antigos.

Eu relutava em apagar as matérias anteriores até que no dia 30 de setembro ele foi cruel e irremediavelmente defenestrado do portal Terra.

Dentre os fatos interessantes, que aconteceram durante estes anos todos, eu me lembro que nas eleições de 2010 apoiamos a candidata Dilma Rousself, que veio a ser eleita presidente do Brasil.

 Ninguém que emite opinião pode dizer-se incólume às opiniões contrárias e às críticas que as acompanham. Recordo-me de alguns e-mails interessantes que recebi na ocasião. Um deles dizia mais ou menos assim: “Prezado senhor editor: gostaria de saber de quem vou receber a grana que botei na campanha do candidato a deputado federal que não se elegeu. De quem cobro os prejuízos que me deram o pangaré?”

É claro que tive o maior cuidado em responder ao missivista. Afinal além de curtir a frustração depressiva de tamanha derrota, caberia ainda ao consulente o pagamento das dívidas contraídas junto aos bancos e até aos familiares, para o pagamento dos serviços daqueles que produziram o material de campanha.

São os ossos do ofício. Coisas da vida. Paciência, fazer o quê? Quanto ao meu blog me disseram pra escrever ao Terra, ir ao judiciário ou promover o pandemônio que geralmente se espera de alguém moralmente lesado. Mas pensei bem e resolvi relevar.

 Afinal diante de quem deixou de mamar por mais quatro anos os 48 salários pagos pelo povo e ainda tem dívidas enormes a serem pagas, a perda de uns blogs até que foram salutares.

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publicado às 21:43

Hostilização Inclemente

por Fernando Zocca, em 02.01.14

 



Não é possível deixar de acreditar que ainda há capitalistas frustrados, que adoram adjetivar de pedófilos, os chamados socialistas, com base naquelas assertivas equivocadas de que os comunistas são "comedores de criancinhas".

 
Na década de 1960 fazia parte da guerra fria, entre capitalistas e comunistas, a disseminação entre o povo, por aqueles, que estes, devoravam crianças.


Esse fato proporcionava situações em que as supostas vítimas de abusos sexuais, oriundas de lares desajustados (onde predominava o alcoolismo, as agressões físicas, a toxicomania e a prostituição), responsabilizavam bodes expiatórios que se tornavam os "causadores" dos tais dramas familiares.


E não faltava político esperto, oportunista, para, apresentando "soluções" ao problema, eleger-se ou manter-se no cargo por mais outro mandato.

 
Quando os comunistas assumiram o poder na Rússia em 1917, uma das primeiras ações opressivas foi a de reprimir a igreja. O mesmo aconteceu em Cuba.


Então pequenos industriais interioranos, comerciantes, latifundiários, empreendedores, prestadores de serviço e grande parte do funcionalismo público, adeptos da economia de mercado, não economizavam esforços na disseminação das ideias e conceitos repulsivos contra os comunistas.

 
A hostilização inclemente, aos adversários dos capitalistas, feitas por laranjas malignas, era constante, servindo os sofrimentos todos impostos, de bálsamo para os desequilibrados sádicos vingadores.


As frustrações nos negócios eram logo compensadas pela satisfação proporcionada pelas notícias de que mais um "comunista comedor de neném", sofria os efeitos das chibatas dos coros homéricos.


A fabricação, as vendas de barcos, de caramelos, e de sorvetes iam mal? A freguesia da alfaiataria escasseava? Os chefes das repartições públicas andavam nervosos, exigentes e briguentos por me dá cá aquela palha?


A culpa era do comunista comedor de infante. Descontava-se nele (da mesma forma que os Judeus faziam com os bodes, soltando-os depois no deserto), toda a frustração que pudesse causar os insucessos nos empreendimentos profissionais.


E criavam-se os boatos, os falsos testemunhos, as armadilhas, as ciladas. Não foi pouca a gente vitimada pela deserdação e a indigência.

 
Parece mentira, mas ainda há os resquícios daqueles tempos nebulosos.


Quero dizer que não sou comunista e que as ocorrências de crimes, de qualquer natureza, devem ser imediatamente comunicadas às autoridades competentes.

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publicado às 02:25