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Pelos noticiários da TV, jornais e rádios, você pode perceber o desespero com que os responsáveis pelas mortes ocorridas na boate Kiss, em Santa Maria (RS), na madrugada de domingo, 27 de janeiro, tentam se livrar da culpa.
Os proprietários, os integrantes da banda e muitos outros, fizeram tudo de forma tão equivocada, tão errada, que o que deveria ser somente uma festa, culminou com a morte de tantos jovens, naquela noite infeliz.
Pela quantidade de frequentadores dos shows, naquele local sinistro, deveria haver várias portas largas, para a saída, mas havia somente uma.
No forro não poderia haver material inflamável, mas havia. O músico que usava objetos pirotécnicos, nas apresentações que fazia, se não estivesse bêbado, deveria pensar que poderia incendiar a casa, se os usasse naquela noite.
A legislação que regula essa matéria, determina que as saídas de emergência devem ser iluminadas, de tal forma, que facilitem a visão das pessoas, em caso de pânico. Na Kiss não estavam.
Os proprietários da boate insistiam em promover shows no local, mesmo sem as vistorias dos órgãos competentes, que os autorizariam, com a emissão do alvará.
Por toda essa negligência e imprudência, os responsáveis pela boate Kiss causaram a morte de centenas de vítimas, bem como ensejaram a ocorrência de lesões corporais gravíssimas e graves, em outra centena de jovens.
Não há como negar que a omissão e a negligência dos donos da câmara de gás Kis, e músicos da banda Gurizada Fandangueira, tenham gerado circunstâncias causadoras da tragédia destruidora de tantas famílias.
É claro que os atos criminosos - homicídio e lesões corporais - são passíveis das condenações criminais; e também dos ressarcimentos pelos danos morais, a serem postulados na área cível.
A avidez do lucro leva a atitudes que minimizam, banalizam, o valor da vida, da integridade física e da saúde das pessoas. É como se os homicidas dissessem: "quero ganhar o meu dinheiro. Que se ardam os prejudicados".
Quantos jovens não estariam só em busca de um beijinho doce naquela madrugada, mas que encontraram o beijo quente da morte?
É neste momento que a sociedade, por intermédio do Judiciário, deve punir o comportamento criminoso. Se assim não o fizer autorizará tacitamente, a outras e outras tragédias terríveis como essa.
Quem não se lembra desse livro publicado por mim em 1982? Era um romance e deu um bafafá dos infernos. Teve marido que pensou logo na possível cornitude própria.
As reações foram tão sérias que o ciumento arregimentou parentes, vizinhos e os colegas de copo, pra confabular sobre as prováveis intenções adúlteras deste autor que vos fala.
Do boteco de periferia você sabe que nascem planos pra tudo: desde assaltos a banco, invasões de residências, furtos, assassinatos, estelionatos mil e até motins de rua.
Eu vendia bem o tal livrinho. Caminhava pelas ruas do centro de Piracicaba, com um pacote de vinte ou trinta exemplares e ao encontrar colegas, amigos, conhecidos e pessoas desconhecidas, oferecia o meu trabalho, obtendo assim grande, como direi, “fluxo de caixa”.
Cheguei a fazer uma poupança substanciosa com os recursos provenientes das vendas.
Mas você sabe como é: ninguém tirava da cabeça do travesso que a Ana do livro não era a mulher dele. O pior ainda acontecia quando o tal entrava nos botecos e era zoado pela torcida sobre a iminente eclosão dos chavelhos.
O cara não sossegou enquanto não obteve a satisfação íntima de que o escritor não passava de um zé-ninguém, um ingênuo do qual tiravam o que quisessem.
Pois foi o que aconteceu. Um advogado e corretor de imóveis, parente desse nosso homem que suspeitava, induziu clientes seus a nos procurar e desenvolver uma história pungente de abandono, separação, doença e morte.
Os homens se aproximaram de mim quando eu saia da Caixa Econômica do Estado, depois de efetuar mais um depósito na minha já gorducha conta corrente.
Conversa vai, conversa vem, os bons cidadãos disseram que me conheciam e que tinham um negócio muito bom pra mim.
Então falaram de uma pobre velhinha que não se dava bem com os vizinhos, que não bebia água, mas só refrigerantes, que estivera muito doente, acometida por diabetes e que viera a falecer deixando um imóvel numa localidade rural da cidade.
Esses generosos homens se propunham a ceder seus direitos hereditários sobre a referida propriedade, desde que recebessem o preço que julgavam justo.
Você não vai acreditar, mas o valor solicitado era o mesmo que havia na minha caderneta. E não é que a besta aqui, sem nem ao menos visitar o tal imóvel – apenas possuído pela compaixão - acabou adquirindo os direitos sobre ele?
Houve até escritura de cessão de direitos hereditários. Bom, isso era o que faltava para o suposto futuro traído acalmar a ebulição da alma que a tal hipotética cornitude provocava.
Logo depois foi a vez desse nosso querido quase atraiçoado nos mandar rosa. Era uma de carne e osso, idosa, tinha ascendência italiana, andava pelas ruas em andrajos e dizia ser proprietária de cinco imóveis em Piracicaba.
Mas isso, meu amigo, é outra história.
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Meus irmãos, não se façam todos de mestres. Vocês bem sabem que seremos julgados com maior severidade, pois todos nós estamos sujeitos a muitos erros.
Aquele que não comete falta ao falar, é homem perfeito, capaz de pôr freio ao corpo todo. Quando colocamos freio na boca dos cavalos para que nos obedeçam, nós dirigimos todo o corpo deles. Vejam também os navios: são tão grandes e empurrados por fortes ventos! Entretanto, por um pequenino leme são conduzidos para onde o piloto quer levá-los. A mesma coisa acontece com a língua: é um pequeno membro e, no entanto se gaba de grandes coisas.
Observem uma fagulha, como acaba incendiando uma floresta imensa! A língua é um fogo, o mundo da maldade. A língua, colocada entre os nossos membros, contamina o corpo inteiro, incendeia o curso da vida, tirando a sua chama da geena. Qualquer espécie de animais ou de aves, de répteis ou seres marinhos são e foram domados pela raça humana; mas nenhum homem consegue domar a língua. Ela não tem freio e está cheia de veneno mortal. Com ela bendizemos o Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. Da mesma boca sai a bênção e a maldição. Meus irmãos isso não pode acontecer! Por acaso, a fonte pode fazer jorrar da mesma mina água doce e água salobra? Meus irmãos, por acaso uma figueira pode dar azeitonas, e uma videira pode dar figos? Assim também uma fonte salgada não pode produzir água doce.
Tg 3, 1-12.
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