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Orlando Sabino ao lado dos policiais que o prenderam em 1972. Foto: Internet
Não é nada incomum a existência de sujeitos que, depois de velhos, aposentados, passam a viver pelas esquinas a fofocarem feito velhotas desgostosas.
Já vi, ouvi e li opiniões de "especialistas" afirmando ser a fofoca uma espécie de "válvula de escape", pela qual as pessoas descarregam as suas loucuras diárias.
É claro que não deixa de haver certo alívio emocional para quem fofoca. Entretanto para o objeto das murmurações, a situação pode não permanecer assim tão sossegada.
Não há dúvida de que esse "falar pelas costas" pode causar sérios danos morais e até materiais às vítimas da maledicência.
Quem nunca ouviu as histórias sobre os injustamente condenados pelo judiciário, ou trancafiados nos hospitais psiquiátricos, sem que tivessem feito algo justificador das condenações?
O caso de Orlando Sabino, o "monstro" de Capinópolis (MG) que, no início da década de 1970, teria aterrorizado o Triângulo Mineiro, matando pessoas e animais, ilustra bem o assunto.
Relatam alguns que Sabino teria matado mais de 20 pessoas e perto de 100 animais entre bois e bezerros em 1972. Ele usaria o pretexto de emprestar uma xícara de açúcar ou de sal para se aproximar dos donos dos sítios e fazendas.
Diziam que Sabino agia dessa maneira por vingança, porque quando ainda menino, presenciou seu pai sendo assassinado ao cobrar uma dívida.
Por ocorrerem as mortes em locais distantes uns dos outros, comentavam os fofoqueiros, que Sabino fizera um pacto com o Demônio e que, por isso, aparecia em diversos lugares ao mesmo tempo.
Em março de 1972, depois de mais de 40 dias de perseguição, o acusado foi preso às margens do rio Paranaíba, perto de Ipiaçu (MG). Ele estava assustadíssimo e tremia de medo.
Sabino era negro, tinha naquela época 30 anos e, depois de preso foi exibido ao público, que fazia fila, na cadeia de Capinópolis, para vê-lo.
Apesar das sérias acusações contra Sabino, muita gente acreditava na sua ingenuidade, atribuindo à violência moral e física, as confissões feitas por ele às autoridades.
Médicos diagnosticaram esquizofrenia e Orlando Sabino passou boa parte de sua vida num hospício.
Os que conheciam o tal "monstro" na verdade sabiam que os crimes eram todos cometidos por militares, policiais ou desafetos aproveitadores da ocasião da intensa perseguição politica, para se livrarem dos inimigos.
A fofoca serve para atribuir a alguém os fatos desabonadores cometidos em decorrência da força das circunstâncias.
Assim, a moça da classe média alta que, por revolta ou vingança, contra a família, dedica-se à prostituição, quando precisa justificar, ao futuro marido, que lhe dará vida nova, a existência devassa que experienciou, não reluta quase nunca, em culpar alguém que não teve nada a ver com o seu drama particular, como o causador dos seus fracassos.
Há quem creia que a língua - maledicência - destrói uma cidade.
A sociedade brasileira discute agora um assunto de relevante importância: trata-se de proibir ou não a publicação de biografias não autorizadas.
Para quem não sabe, biografia é a história da vida de uma pessoa. Por exemplo: Roberto Carlos é um cantor famoso, conhecido no Brasil e no mundo todo, tendo lançado muitos discos de sucesso.
Por ter milhares de fãs sua história foi sendo escrita ao longo dos anos em matérias das revistas e jornais. Não deixou de haver quem se dispusesse a reunir todo o conhecimento sobre a vida do cantor e publicar num livro.
Entretanto Roberto Carlos abriu uma ação contra o autor da biografia e a edição toda do livro foi retirada de circulação.
Todos, ou praticamente todos, os artistas que tiveram papel relevante durante o período em que vigorou o regime de exceção no Brasil posicionam-se contra a publicação de biografias sem a autorização.
O Código Civil Brasileiro dispõe que as biografias devem ter o aval dos seus biografados.
O argumento daqueles que assim se posicionam baseia-se no fato de terem passagens de suas vidas que gostariam que ficassem ocultas.
E esse é o tal princípio da privacidade que colidiria com um outro princípio também constitucional de que é livre a manifestação do pensamento.
Na Europa e nos Estados Unidos cada um fala e faz o que quer, naturalmente responsabilizando-se legalmente por seus atos.
Sabe-se que existem centenas de biografias de personalidades como John F. Kennedy, Marilyn Monroe, Michael Jackson e outras figuras relevantes da cultura norte-americana.
Ou seja, cada personalidade tem várias biografias escritas sobre si. É claro que as mais verossímeis se destacam e permanecem.
Na Europa é a mesma coisa: há biografias de políticos, artistas e pessoas de destaque social publicadas sem autorização.
Sabe-se que o direito é a cristalização dos usos e costumes que se modificam com o tempo.
Dentre outras razões e o surgimento da Internet, com a infinidade das novas formas de comunicação, por ela propiciada, torna-se sensato o uso mais liberal da forma de encarar o assunto.
O Código Penal Brasileiro nos seus Artigos 138, 139 e 140 define os crimes de Calúnia, Difamação e Injúria, que vigentes, são os reguladores naturais dos excessos que possam ser cometidos.
Você que está imenso, enorme, parecendo uma baleia, um hipopótamo ou aquela gigantesca rolha de poço e pretende fazer um regime esperto para juntar-se aos mais finos, coragem que com força de vontade e boa orientação não é difícil.
Você sofrerá um pouco mais, entretanto saiba que não é impossível emagrecer.
No meu caso, posso lhe dizer que era muito gordão. Há uns 20 anos atrás, por ser pilulólatra sedentário, acumulei tanta gordura que a proximidade dos 90 kg me assustou.
Diante daquela situação calamitosa eu tomei a decisão: pararia com os cigarros e com todos os comprimidos usados para todos os tipos de males.
Num dia qualquer amassei o maço cheio de cigarros e o joguei fora juntamente com aquela "farmácia" toda que eu mantinha.
Comecei caminhando em volta do quarteirão e fui expandindo o círculo até contornar grande parte da cidade, sem no entanto me incomodar com o sofrimento.
Depois de me sentir bem à vontade com as caminhadas, passei a correr por cinco minutos, aumentando sempre o tempo de duração da corrida, nunca a sua velocidade.
Depois de alguns meses correr 20 ou 30 minutos já não causavam tanto desconforto. Assim com o uso posterior da bicicleta cheguei aos incríveis 64 kg em pouco tempo.
O gordão deve saber que é exatamente o desconforto, as dores e os mal-estares, provocados pelo exercício físico, que reconduzem o organismo à normalidade.
O metabolismo se processa no sentido de recompor a situação de equilíbrio, seriamente abalada com o movimento.
O resultado é que depois de alguns meses você começa a perceber que está perdendo aquele excesso de peso.
Quando você estiver já próximo da normalidade convencionada para o seu biotipo, terá de enfrentar outra situação que independe do seu controle: é a inveja e o ódio da torcida que te deseja tudo de mal.
Assim aquelas figuras que estavam acostumadíssimas a vê-lo barrigudão, gorducho, pesado, lento, lerdo e mentalmente bastante lesado, se surpreenderão quando o virem assim alegre, livre, leve, solto e fagueiro.
As primeiras reações daqueles gorduchos que te conheciam serão de espanto, dúvida; não tardarão a aparecer as versões mais esdrúxulas que se pode imaginar, sobre o seu novo estado físico.
Os invejosos, isto é, aqueles impossibilitados de conseguir o que você conseguiu, dirão que está com AIDS, câncer ou que é pedófilo.
Os amargurados poderão criar armadilhas para depois perseguir impiedosamente as vítimas da inveja bobinha.
Não é raro que os tais tipos de personalidade confundam veterinário com bicheiro. Vê se pode.
Pode-lhes ser difícil a compreensão de que apesar de ambos lidarem com os bichos, o primeiro trata a saúde, enquanto que o segundo, cuida dos números relacionados a eles.
Emagrecido e preparado para ouvir maledicências, não se espante se, ao se aproximar daquela roda de gente conversando, logo alguém começa a discorrer sobre a AIDS, a pedofilia e tudo o mais que não presta, descoberto recentemente a seu respeito.
Negadinha é fogo.
Entretanto, apesar dessas más vibrações, o ex-baleia jamais deve deixar de praticar os exercícios que o trouxeram ao mundo dos normais.
Mesmo porque depois que o cara pega gosto pela atividade física, não fica sem vivenciar essa prática tão benéfica para a saúde das pessoas.
Portanto, meu amigo, minha amiga e senhoras donas de casa: se você está fazendo a coisa certa não se preocupe com o zum-zum dos bobocas que não sabem o que dizem.
A eles não restaria alternativa do que a de pagarem pelos malefícios que causaram com o inconsequente uso da língua viperina.
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