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Acumuladores Compulsivos

por Fernando Zocca, em 11.04.13

 Local mantido por um acumulador compulsivo. Foto: Mais Você/Rede Globo

 

O programa Mais Você, da Ana Maria Braga, exibiu hoje a matéria que conta a realidade dos chamados acumuladores compulsivos.


São pessoas que ajuntam coisas, por acharem que um dia, precisarão delas.


Estas personalidades mantêm, na casa ou apartamento, desde animais, como cães e gatos, até jornais velhos, papelão, latinhas, revistas velhas, roupas, panos, madeira, objetos usados e muito, mas muito lixo.


O ajuntamento ganha tamanha proporção que todos os espaços da residência são ocupados, prejudicando a locomoção pelo ambiente, facilitando a criação de baratas, ratos, proliferação de doenças e a exalação de maus odores.


Uma das mais graves consequências sociais deste tipo de  perturbação é o afastamento dos familiares, e dos vizinhos, deixando o acumulador  praticamente isolado.


A diferença entre o colecionador e o paciente portador da afecção é bastante pequena, havendo a possibilidade de o colecionador de selos, livros, gibis, carros antigos e camisas de times, por exemplo, tornar-se um acumulador compulsivo com todas as características peculiares.


A aglomeração de coisas, feitas por estes portadores do TOC (transtorno obsessivo compulsivo), baseia-se também na possibilidade futura de um ganho financeiro com elas.


Perceba que a compaixão, suscitada pelo abandono e fragilidade dos animais, embasa também as ações resultantes em manter, no ambiente da morada, uma grande quantidade de cães e gatos.


As doenças e o desconforto advindos com a ausência da higiene podem afetar além do já combalido acumulador compulsivo, os parentes e também os vizinhos mais próximos do local onde se ajuntam o chamado "reciclável".


Aqui em Piracicaba já houve caso em que o paciente mantinha um carro deteriorado estacionado, defronte ao prédio onde morava entulhado com objetos completamente apodrecidos.


Por ser uma questão que envolve a saúde pública, interesses difusos e coletivos, se o próprio agente causador do transtorno, ou seus parentes mais próximos, não conseguem solucioná-lo, cabe ao poder público o uso das prerrogativas previstas na legislação específica.

 

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publicado às 14:41

Muito Lixo e Contas para Pagar

por Fernando Zocca, em 04.08.12

 

 

 

Piracicaba está, vergonhosamente, ocupada pelo lixo. Há alguns dias a empresa coletora não realiza o trabalho e o que se vê é detrito por todo o canto.


O problema começou logo na licitação para a escolha da empresa que prestaria o serviço; segundo o Ministério Público, a concorrência estaria eivada de vícios e arbitrariedades.


A inobservância das regras, por parte do senhor prefeito teria, em tese, lesado outros concorrentes.


Por causa dessa imprudência administrativa a coleta deixou de ser realizada e os eleitores percebem agora as consequências de mais essa inabilidade no trato da coisa pública.


Outra importante demonstração da ausência da destreza para a gestão dos negócios relacionados ao município, encontra-se nas irregularidades do contrato e licitação para a compra e instalação de câmeras na região central da cidade.


A empresa vencedora teria sido a Erival Telecomunicações Comércio e Representações de São José dos Campos, que recebeu por 31 câmeras e instalação cerca de R$ 1.127.275,72.


Dentre várias irregularidades o senhor prefeito deixou de fazer pesquisas para saber se os preços cobrados eram compatíveis com os do mercado e não providenciou também a presença de um engenheiro para atestar a eficiência das câmeras, tendo  isso tudo lhe gerado a multa de 200 ufesps.


No fim do seu mandato, além dos fantasmagóricos esqueletos das suas obras inacabadas, Barjas Negri (PSDB) deixa para a cidade muito lixo e contas pra pagar.  

 

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publicado às 14:13

Pagando o Mico

por Fernando Zocca, em 24.03.11

 

 

                     Van Grogue quando moço trabalhou na prefeitura de Tupinambicas das Linhas. Ele dizia aos colegas de copo, que era encarregado importante no setor administrativo, mas na verdade era lixeiro.


                    Em 1969, os serviços de coleta de lixo na cidade, eram feitos por trabalhadores contratados diretamente pela prefeitura. Portanto, eles também eram funcionários públicos.


                    Por causa da vida desregrada que levava, bebendo, fumando e alimentando-se mal, Grogue foi acometido pela tuberculose.


                    A irmã dele que era empregada doméstica da professora catedrática doutora Mirthôa, aconselhou-o, diante do emagrecimento, da febre nos finais do dia e da tosse insistente, com a qual expelia catarros cheios de sangue, a procurar o serviço público de saúde.


                    O médico acertou o diagnóstico e Van foi informado que a sua doença era causada por uma bactéria chamada Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch. O doutor ensinou também que antigamente, esse mal era conhecido como peste cinzenta ou tísica pulmonar.


                    Depois de ter chegado em casa, vindo da consulta, Grogue encontrou o roliço irmão Fran que se mostrou desejoso de saber notícias sobre o problema.


                    - Ah, o doutor falou que eu tenho um tal de mico, não sei o que, e isso dá tosse na gente – disse Van.


                    - Então é o mico? – quis saber Fran, o irmão mais fofo.


                    - É. Não sei se é cinzento. Mas é pequeno, tipo bactéria – concluiu Van.


                    - Ah, sei. Pequeno? A gente pode fazer uma simpatia: vamos passar isso pra frente e você sara.


                    No mês seguinte o filho da vizinha, um moleque irrequieto, que não dava sossego pra ninguém, apareceu na cozinha da sua casa, com um mico leão dourado, causando espanto em toda a família.


                    Os pais e demais irmãos, do vizinho agitado, tiveram de comprar telhas, madeiramento e telas para fazer a morada do bichinho.


                    O alvoroço todo provocado foi, por muito tempo, motivo de chacota da doutora Mirthôa e seus irmãos.

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publicado às 16:03






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