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Você já pôde notar a existência daquele tipo de personalidade que se faz de vítima.
É um jeito de ser que atribui a alguém, ou a situações especiais, os seus sofrimentos intermináveis.
Entretanto não deixa de ter certa razão o adulto que passou a infância "triturado" pelo ressentimento dos tios e primos mais velhos.
Ponha-se na situação de quem precisava muito do dinheiro para custear estudos em outras cidades, fazer frente às despesas comuns do dia-a-dia ou pagar dívidas de jogo, e não podia recebê-lo em decorrência de estar ele na posse de um...digamos usurpador.
Você já percebeu que todos os males do mundo teriam como fonte única o safadista desjuramentado que, com a mulher e um filho imberbe, se acomodaram na casa que deveria ser dividida entre todos os herdeiros do vovozinho falecido.
Agora, meu querido e paciente leitor, some às agruras dos frustrados o fato de não poderem ter eles mesmos um filho. Não por haver qualquer tipo de impotência sexual do varão, causada pelo tabagismo, alcoolismo e noitadas inteiras na gandaia, na jogatina de baralho, Não. Longe disso.
Talvez por incompatibilidade sanguínea quis o destino que o casal, formado pelo exímio jogador de cartas e a professora promissora, não pudessem dar ao mundo um descendente legítimo.
E então? Como fazem os casais que vivem tal vicissitude?
É comum à essas pessoas, que passam por esse tipo de problema, resolverem-no adotando uma criança.
Perceba que a frustração causada pela impossibilidade de ter um descendente foi suprida pela adoção, mas a de estar na posse do bem imóvel ficou latente, pulsante, teoricamente embasando, inclusive, as histórias de ninar do infante recém-chegado.
Como sagaz que é o meu nobilíssimo leitor já pôde vislumbrar a existência dos parentes ascendentes do neném adotado.
E haveria prazer mais satisfatório do que aquele em que se enreda, calunia e difama (aos familiares-ascendentes do guri) o tal devedor que não desocupa o bem do espólio?
Não, meu caro, não haveria mesmo.
E tome lero-lero: "deficientes mentais", "doentes do baço", "racistas", "nazistas" e "encrenqueiros", seriam os adjetivos mais leves dentre todos os impingidos àquela família, espécie de judeus usurpadores dos territórios palestinos do sertão paulista.
Se a maledicência fosse face a face, até que não causaria tantos males. Mas calúnia à socapa é muito mais eficiente, destrutiva, mortal, tucana e infame.
Essa, meu amigo, leva a morte à cabeceira do leito.
Deus me livre.
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