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O que faz uma pessoa pedir elogios a todo momento? Só pode ser a certeza de que alguma coisa, dentro dela, não está nos conformes.
Os panegíricos seriam compensações para aquela sensação de que algo não está nos parâmetros usuais.
O elogiador procuraria, com seus adjetivos, "tapar o sol com a peneira" e talvez achasse que, repetindo as tais mentiras, as tornariam verdadeiras.
Olha, não seria exagero afirmar que, aquele que gaba, a torto e a direito, visaria mudar a realidade bastante desconfortável.
É claro que pode haver doses e doses de compaixão a inspirar toda a falácia sobre o objeto exaltado. Veja que não deixa de ser bem triste a verdade presenciada diariamente.
Para muitos, o elogiador não passaria mesmo de um enganador, que buscaria, com seus enganos, minimizar frustrações próprias.
Note que é atribuindo realidades falsas, aos objetos ruins, que o vendedor transfere seu estoque. A chamada propaganda enganosa tem muito disso.
Os vendedores de gatos por lebres são mestres nessa técnica. O problema aparece quando, para sustentar as mentiras passadas, cometem outras e outras, cada vez mais insólitas.
Chega então o momento em que o enganador, para manter todo aquele castelo de cartas, por ele construído, precisa cometer crimes. Daí surgem as violações, os furtos, as invasões de privacidade.
E corrói o criminoso, as estruturas familiares, as almas ingênuas, os negócios prósperos e os governos corruptos.
O invasor da privacidade alheia assemelha-se ao vírus da doença mortal que se aloja no corpo são. Em pouco tempo ele destrói a sanidade das vítimas.
E acumula bens o ladrão da privacidade alheia. Entretanto uma coisa é certa, inegável: o invasor da intimidade alheia não deixa de fazer parte de uma triste realidade assimétrica.
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