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O galã salvador

por Fernando Zocca, em 17.11.13

 

 

O cara que casa com puta não tem sossego. Ele precisa provar a toda hora que é o mais macho, o mais rico, o mais esperto e o mais poderoso que qualquer mocinho do quarteirão ou da TV.


Se o fulano, considerado rival, desce a rua a pé, ele o incauto, deve mostrar que é muito mais valoroso, fazendo ostensivamente o mesmo trajeto, mas de carro.


As inquietações do carente afetivo chegam a ponto de atazanar insuportavelmente a tal querida a fim de ela diga quem foi o primeiro a lhe inaugurar o placar quando desfrutava os prazeres da vida fácil.


E você acha que ela vai lembrar?


Essa espécie de cafetão bondoso sofre só de pensar que a sua dindinha nutre afeto pelo galã salvador da novela das 9.

 

Imagine como ficaria a alma do atormentado se a ela reaparecessem os caras de quem ganhava o dinheiro nas noites quentes dos motéis afastados.


Muita gente duvida, (mas muita gente mesmo), que terapias ou psicoterapias teriam alguma eficácia em serenar a mente tão agitada do cafetão mor da puta arrependida.


Quando desconfia que a mulher o trai, o sujeito passa a desejar toda sorte de doença aos supostos rivais, maldizendo-os incansavelmente.

 

Cafetão que é cafetão não vai à missa ou faz caridade. O máximo que ele pode fazer é dedicar-se à bruxaria para ver o fim daqueles que detesta.


Não erra quem diz que o tal inquieto não dorme, não se alimenta corretamente e que sua performance na cama, com a parceira rodada, não é lá essas coisas.


Talvez o encaixe da rameira, na família do pimpão, tivesse o objetivo de tirá-la da tal vida amargurada com a qual envergonhava a todos os seus parentes.


Acontece que se esqueceram de lhe dizer que a mudança de status deve ser acompanhada de mudança de atitudes. Assim o que ela fazia durante a vida na prostituição, deve agora ser evitado.

   

Se a moçoila reside com o mancebão e com ele tem filhos, deve aprender a cumprimentar os vizinhos, dizer bom-dia, boa-tarde e boa-noite.


Jesus Cristo demonstrou a sua preferência pelos pobres, prostitutas, doentes e cobradores de impostos. Entretanto esse fato não deve justificar a impunidade para os crimes cometidos por eles.  

 

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publicado às 17:56

Erro Judiciário

por Fernando Zocca, em 23.07.10

 

 

 

                                          É preciso muito cuidado com esses julgamentos antecipados, sem provas ou nada mais que possa servir de base para  condenações.

 

                    No caso do goleiro Bruno e outros envolvidos com o suposta morte de Elisa Samúdio, é bom tornar a relembrar que todos são inocentes até prova em contrário. É um princípio do direito penal e quando violado, as injustiças são tremendas e praticamente irreparáveis.

 

                    Na década dos anos 1930 em Minas Gerais, dois irmãos foram condenados pela suposta morte de um amigo. Um dos acusados morreu na prisão e o outro só foi libertado depois que o suposto morto apareceu. Passou 16 anos na cadeia.

 

                    A mãe dos acusados não acreditava no que a polícia autoritária da época afirmava. Na verdade vivia-se numa ditadura militar. Getúlio estava no poder e não havia muito tempo para conversas. O autoritarismo tem essa característica.

 

                    A polícia arrancou na “marra” uma confissão inverídica. Para os homens da lei daquele tempo os dois irmãos mataram a vítima que havia acabado de ganhar muito dinheiro com a venda de uma grande quantidade de arroz.

 

                    Enquanto os dois condenados sofriam na cadeia, o suposto morto vivia no Estado do Mato Grosso para onde viajara de avião.

 

                    Se não me engano até os dias atuais, a família dos injustiçados pleiteia, nos tribunais brasileiros, uma reparação para esse caso, que ficou conhecido como o caso dos irmãos Naves.

 

 

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publicado às 22:22






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