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Árvore alta

por Fernando Zocca, em 04.04.16

 

 

 

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Neste verão passado, chuvas torrenciais, muita água e vento, durante as tempestades, derrubaram milhares de árvores na capital paulista.

Houve muitos prejuízos materiais, feridos e até mortos. A imprevisibilidade e a negligência podem estar no rol das causas dos tantos males sofridos pelos cidadãos.

Quando a gente vê uma árvore muito grande, bem alta, já envelhecida, com o tronco muita vez circundado por parasitas, pode imaginar que suas raízes já não são as mesmas. Então quando surgem as ventanias elas simplesmente não aguentam vindo ao solo causando a destruição.

Aqui em Piracicaba existem centenas de árvores muito altas, cujas copas espalhando-se pela vizinhança do tronco, acumulam muita água das chuvas tornando o peso praticamente insuportável para as raízes já não tão saudáveis.

Muitas e muitas pessoas diante de um problemão desses liga para o 156 da prefeitura comunicando a possibilidade dos estragos que a situação pode causar.

Mas nem sempre os moradores são atendidos. A posse dos protocolos e mais protocolos, da entidade pública, solicitada a resolver os problemas, não vale nada.

O sujeito perde mais tempo indo atrás das pessoas responsáveis pela solução destes imbróglios do que ganha esperança de resolvê-los.

E quando a canseira é bem maior do que o medo de que a queda da árvore possa danar os automóveis, os telhados, os muros e as casas dos moradores, então não resta nada mais do que rezar pedindo a Deus o livramento das chateações tamanhas.

Apesar de existirem normas reguladoras desse assunto donde emanam enunciados de que quem promover o corte ou a poda da árvore, existente na rua, pode ser apenado com multas pesadas, ainda, mesmo assim, tem quem destrua a planta existente defronte a sua casa.

E como geralmente quem faz isso é muito “esperto”, aos possíveis questionamentos das autoridades, sempre poderá responder que “ela estava podre e morreu”.

Uma técnica observada, com muita frequencia, na ação fatal contra as árvores, é a do anelamento que consiste em tirar a casca do tronco, na altura da raiz.

Passadas algumas semanas depois deste ato vandálico, o vegetal começa a secar. Da mesma forma que o cão, envenenado por uma vizinha maluca, morre aos pouquinhos, sem chance de sobreviver, a árvore inicia também, sem poder se nutrir e respirar, um processo mórbido deixando cair as folhas; seus galhos logo secam inapelavelmente.

Então, da mesma forma que o dono do cão neurótico, louco, que ataca as pessoas nas ruas, ao ser questionado, afirma não ser o proprietário dele, o matador das árvores nega veementemente não ter sido ele o autor da tão condenável atitude.

O mal que habita pessoas assim é o mesmo que leva o deputado federal a receber propina depositando a fortuna no exterior.

Ou seja, não haveria um mínimo de consideração para com as coisas, inclusive as públicas. A perversidade é mais intensa do que o medo das possíveis punições que os tais meliantes possam receber.

Perceba que a alegação do desconhecimento da proibição da prática do ato destruidor da árvore pode, muita vez, encorajar a mentalidade insana a diariamente buscar a degeneração do vegetal plantado na calçada, bem na frente da sua própria casa.

Os “cabeças de burro” de um quarteirão valorizam mais os zumbidos bizorrais que podem produzir suas gargantas do que a estética e a limpeza do lugar onde vivem.

É uma pena que, ainda hoje, os ensinamentos escolares sejam insuficientes para formar personalidades capazes de valorizar mais o todo, o ambiente em que vivem, do que seus direitos de serem loucos irresponsáveis, agressores impunes, daqueles a quem antipatizam.

Mas apesar disso tudo, meu amigo, a gente ainda tem esperança de ver o sujeito que mata as árvores, o cão do vizinho, o padrasto maligno que abusa sexualmente dos enteados, a doidona que sendo portadora de afecção pulmonar, usa teimosamente o tabaco, descontando depois o sofrimento obtido, no inusitado bater violento da porta do barraco, o deputado ladrão esperto, a gente ainda tem, repetimos, a esperança de vê-los receberem o retorno, as consequências, que merecem.

Colhe-se o que se planta.

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publicado às 21:06

Bens públicos

por Fernando Zocca, em 29.10.14

 

 

 

Excetuando os casos evidentes de idiotia, é bastante difícil acreditar que ainda existe quem nunca tenha ido ao cinema.

Você pode não acreditar, mas há sim, quem não consiga ler e compreender notícias simples de jornal. 

Os que tiram proveito econômico, ou politico, desse tipo de fenômeno garantem que a ausência de entendimento dos noticiários da TV, ou do rádio, não passa do resultado da concentração das imensas doses de preguiça.

Sim, mas a preguiça, - dirá meu astuto e preclaro leitor - pode ser muito relativa. Ou seja, a sua conceituação depende do ponto de vista de quem a conceitua. 

Por exemplo: para o cortador de cana, vagabundo é todo aquele que não trabalha como ele o faz. 

Assim, para o sujeito que usa os músculos para ganhar a vida, todos os demais como artistas, professores, cientistas, médicos, advogados e engenheiros, não deixam mesmo de ser os verdadeiros "braços curtos". 

Entretanto acredita-se que a educação - apesar de ser impossível fazer funcionar corretamente um bólido de fórmula 1, com motor de fusca 1600 - possa ser o caminho para a pacificação de certos trechos do bairro turbulento.

Dessa ideia surge a noção de que "quem nasceu goiabeira nunca será videira" não é muito correta, e tudo pode se acomodar.

Sim, nada contra, mas a escola e os professores devem ser especialistas. 

Afinal, os componentes dessa turma de educandos carecem do entendimento propiciador dos comportamentos sociais condizentes com a paz.  

Longe de nós qualquer tipo de preconceito, mas a paz, a tranquilidade, a harmonia são bens públicos passíveis de exigência do poder público. 

As autoridades não podem negar-se a cumprir a legislação pertinente ao assunto, sob a alegação de que "a culpa" de todas as perturbações seja das "vitimas". 

Aceitar essa tese é o mesmo que validar o crime do exercício arbitrário das próprias razões (linchamento).

Em todo caso, apesar dos esforços da parentela e da comunidade em tentar fazer funcionar programas avançados de computador em suportes físicos inadequados, ou de outorgar a gerência dos negócios comerciais a pessoas habituadas aos trabalhos de reciclagem, a cidade torce para que todas as quizumbas tenham bons termos. 

Eu também.

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publicado às 12:06

Cãozinho estropiado

por Fernando Zocca, em 18.03.14

 

 

O pau que nasce torto e que, teoricamente morreria torto, se fosse um cãozinho, deveria aprender a conviver com os seus semelhantes, para não destoar assim tão ostensiva e agressivamente dos outros.

Pedagogias existem, tanto para os cãezinhos comuns, quanto para os assimétricos.

Cabe aos papais e às mamães o direcionamento dos seus filhotes a fim de que, adestrados, possam conviver no quarteirão sem ladrarem ou atacarem os vizinhos. 

O problema, entretanto parece não ter solução se, a mamãe cachorrinha também possui disparidade na consolidação do chassis.

Eu quero deixar expresso que não tenho nenhum tipo de preconceito contra os cachorrinhos estropiados. Só não concordo com o fato de serem, as suas deficiências, usadas como desculpa a todos os danos e dissabores que causam aos outros.

As alegações de que cachorrinhos assim não fazem mal a ninguém podem facilmente ser contestadas com a presença dos interessados no local, a fim de comprovarem o desassossego e os danos por eles produzidos. 

A cegueira dos parentes próximos para as crueldades dos cãezinhos tortos pode ser confortável. Afinal a negativa da existência dos problemas não deixa de ser uma espécie de defesa da própria paz.

Ou seja, é mais fácil dizer "eu não tenho nada com isso" do que estar presente, todos os dias, para afagar os bichinhos depois de servi-los com a ração e ossos.

As escolas especiais de adestramento exigem certa disciplina dos cachorrinhos morfologicamente prejudicados. Mas compete às mamães cachorrinhas a insistência do comparecimento e da permanência deles nas instituições veterinárias.

Engana-se, e muito, quem acha que cãezinhos tronchos, que latem, não mordem. 

Na opinião de muita gente eles são os piores: latem e mordem. Os desajeitados têm a característica de acreditar que, por apresentarem esta ou aquela forma, os olhares a eles dirigidos o são para a chacota. 

E quem meu amigo leitor, quem se disporia a dizer que, apesar deles serem feios, pobres e desengonçados, ainda assim possuem algo de venerável?

Eu, por estar escolado no assunto, - já levei mordidas que me doem até hoje - não me atrevo nem a chegar perto.

Você tem dó, compaixão? 

Adote. Leva um deles pra casa. 

 

 

 

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publicado às 19:00

Corrupto e corruptor

por Fernando Zocca, em 26.01.14

 


Piracicaba (pobre e provinciana cidade) ainda tem, apesar do advento da Internet, alguns "donos da verdade", "proprietários da notícia". Não sobreviveriam sem a subvenção do poder público corruptor e corrupto. Contudo estão aí, apesar de velhos e alquebrados, gordos e luzidios, a palpitar como deve ser a sua vida e a da cidade. 

 

A semelhança entre os grandes e os pequenos ladrões nativos é a de que ambos obtém para si, ou para outrem, coisas alheias móveis.

 

Como exemplo podemos citar os bens de uma herança. A diferença entre as duas categorias de larápios está em que na primeira os prejuízos afetam a uma ou duas vítimas. Já na segunda categoria, na dos grandes ladrões, os prejuízos atingem populações inteiras, como nos casos de superfaturamento das obras públicas.


Ladrão pequeno, de herança, "pé de chinelo", pode até se complicar com a lei. Mas isso não é a regra. Já os grandes ladrões safam-se aumentando a fortuna pessoal e a dos familiares.


Perceba que a corrupção não se limita somente à esfera monetária, financeira. Os dirigentes políticos corruptos, corruptores usam também o afeto, a sexualidade para diluir oposição e fortalecer a ganância espoliativa.

 

Na cidade provinciana, atrasada e inculta, não deixa de existir os que se sentem responsáveis por ela. São os “xerifes” do século XXI, que recebem da população os altos salários, e não dão praticamente nada em troca.

 

Sem justiça, sem esperança, salve-se quem puder na terra que, não demora muito, transforma-se no lugar onde só o mais feroz e desumano sobrevive.

 

 

 

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publicado às 21:04

O Médico e a Secretária

por Fernando Zocca, em 03.09.13

 

 

 

A vida imita a arte; quase todos sabemos disso. Mas não é errôneo dizer também que a arte imita a vida.


Podemos então concluir que as situações cômicas ou dramáticas assistidas nas obras da teledramaturgia seriam fundamentalmente, espelhadas nas experiências vividas ou testemunhadas dos seus autores.


Por exemplo: o triangulo amoroso entre o médico César Khoury (Antônio Fagundes), a secretária Aline Noronha (Vanessa Giácomo) e Pillar Khoury (Suzana Vieira) na novela Amor à Vida, do Walcir Carrasco, é tão comum que não poderia causar estranheza, mesmo que uma das pontas da tal figura geométrica tenha sido loura, de olhos azuis, recém-casada e que logo depois da patuscada pediu demissão, formando-se em pedagogia.


Quando a “queda” ocorre, geralmente a mulher arrependida procura induzir irmãs ou cunhadas a tal prática com a intenção de ter a quem se referir quando o assunto doloroso lhe tocar.


A cumplicidade pode também amenizar aquele sentimento de unicidade, de ser a única a ter feito o tal ato reprovável na família.


A quem teria praticado o tal deslize não deixa de ser bastante dolorosas as referências ao fato. Daí as atitudes repressivas e cerceadoras daquele que, por meio da arte, expressa os tais momentos antes prazerosos.


Olha, digo-lhe que a pressão para o silenciamento é tão forte e intenso que os angustiados tentam até derrubar-lhe a casa.


Neste momento penso que seja preferível ao equivocado, que aquele que o faz lembrar-se dos seus erros, erre também. O consolo é que ele - artista - falará de si quando referir-se ao prevaricador.


A opressão, muita vez é fundamentada no argumento de que as expressões artísticas serviriam para a disseminação de comportamentos reprováveis é muito mais forte e usual do que a compreensão do chamado livre arbítrio.


Queremos entender o livre arbítrio como a capacidade do discernimento que teria a pessoa comum do povo de escolher entre duas alternativas sendo uma delas boa e a outra muito má.


Por exemplo: quando alguém sugere a outrem que coloque sua mão no fogo ou que salte de um muro onde vive arvorado, acredita-se que ninguém em sã consciência faria isso, pela capacidade que teria de escolher entre o que lhe faria bem e mal.


Nesse sentido seria insano impedir alguém de falar ou criar, argumentando que tal obra levaria pessoas a cometer atos contrários ao senso comum.


Mas você, meu amigo leitor sabe como é: para os que devem e temem, qualquer argumento é válido para embasar comportamentos repressivos.


Quando a personalidade é desse jeitão esquisito, vale até oprimir, com gases mortais, todos aqueles a quem antipatiza.


É claro que toda forma de violência e opressão devem ser condenadas. Assim tanto o ditador que mata seu povo usando gases tóxicos, quanto o vizinho maluco que, a pretexto de defender suas “virgens”, pratica agressão com tinta spray, ou tenta derrubar-lhe a morada, devem ser punidos exemplarmente para que a paz e o progresso subsistam.

  

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publicado às 10:40

O Exercício Arbitrário das Próprias Razões

por Fernando Zocca, em 07.08.13


Para quem pintava automóveis sem atender aos padrões da boa técnica, causando com isso a poluição ambiental, o desconforto inegável aos vizinhos, e que agora pinta unhas, até que a mudança foi bem significativa.

É bastante interessante notar que nestas duas atividades um componente comum faz-se distinto: o pintar.

Com base nas atitudes e comportamentos das pessoas pode-se saber perfeitamente sobre suas intenções. Os desejos de maltratar, de oprimir e de machucar brotam com frequência dos cérebros doentes, equivocados, de gente que julga, condena e pune o semelhante por conta própria.

Psicopatas autossuficientes, convencidos erroneamente sobre supostos atos condenáveis de alguém, não raro, exercem a loucura de aplicar a justiça pelas próprias mãos.

Daí não haver outra alternativa satisfatória, para as vítimas dos opressores, do que a de valer-se do amparo das leis. 

A aplicação das penas previstas na legislação existe também para ensinar os sociopatas a se comportarem na sociedade. Sem o castigo, especialmente o pecuniário, acredita-se que a reiteração dos atos lesivos seria tão certa quanto o retorno do porco à lama, logo depois de banhado. 

A paz é um fruto da justiça e esta não deixa de ser a imposição das penas das leis aos comportamentos delitivos.

Se os pais não ensinam, se a escola não consegue adestrar corretamente, se a Igreja não tem como conduzir ao bom caminho as "ovelhas desgarradas", cabe ao Judiciário a aplicação dos corretivos.

O julgamento é a melhor oportunidade para o bairro todo, a comunidade, os vizinhos, parentes e os próprios equivocados, de inteirarem-se de como proceder quando encontrarem-se diante de situações semelhantes.

Hostilizar pessoas, por "saber" serem elas "merecedoras" de castigos não só incorre os agressores nos enquadramentos penais como os caracterizariam como pretensos poderosos superdotados autossuficientes justiceiros do quarteirão.

O sujeito equivocado, o "dono do quarteirão", o "xerife do pedaço", o mandachuva, o tranca-ruas, o pelintra, geralmente agride cães, gatos, crianças e não raro, o tio gay. 

É comum ouvir dos agressores criminosos a frase: "não sei porque estou batendo, mas ela sabe porque está apanhando".

Os vizinhos não se envolvem, ou frequentemente apoiam os sociopatas, mais por medo das represálias do que por senso de justiça.

É chegada a hora de mudar essa escrita: punição institucional para quem merece. 

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publicado às 14:35

Burro que nem uma porta

por Fernando Zocca, em 14.05.13


Só mesmo a deficiência intelectual, consequência dos equívocos genéticos sérios, explicaria a incapacidade que algumas pessoas teriam, para compreender que estariam redondamente erradas, ao não obedecerem a legislação vigente.

Antigamente, quando a pessoa era "dura de entendimento", dizia-se "fulano é burro que nem uma porta". A porta tem muito disso, de ir e vir, sem nunca sair do mesmo lugar.

Ou seja, todos explicam, ou tentam explicar para o sujeito que ele, pra fazer determinada coisa, na sociedade, precisa suprir esta ou aquela exigência, providenciar este ou aquele documento, mas o mentalmente prejudicado, não consegue assimilar o conceito, promovendo, por causa disso, muita agitação. 

A família inteira entra na balburdia tentando adivinhar, com palpites mil, o que fazer pra sair da tal sinuca de bico.

Até o tiozinho gay que, não contendo os chiliques histéricos, diria ao sair correndo da reunião improvisada dos parentes:

- Socorro, que meu feijão vai queimar!

Mas falando sério... A irracionalidade chega a ponto de transformar a própria omissão, ou mesmo negligência, no cuidado dos trâmites burocráticos, em culpa de quem não tem nada a ver com a quizumba.

Esse tipo de estupidez mental pode transformar-se em tijoladas desferidas nas esquinas, tentativas de agressão física, e maledicências.

O problema é que, em havendo "autoridade pública", tipo vereador oportunista e despreparado que, assumindo a quizila, pode comprometer-se, ao tentar dar os seus jeitinhos.

Sabe-se que a somatória dos tais jeitinhos termina, não raras vezes, em tragédias como aquela de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. `Por isso além de, com o devido respeito, "queimar o filme" do tal político, os jeitinhos, com certeza, comprometerão a boa fama, que por ventura possa ter o partido.

Agora, quem é que explica, para os cabeças-duras, que não adianta espernear, murmurar ou maldizer?

Se o interessado não consegue safar-se dos entraves burocráticos, por absoluta ausência de tino, como poderia oferecer serviços de boa qualidade para outrem?

Não agiria com bom senso o sujeito que, ao invés de reclamar, queixar-se e maldizer a própria sorte, tentasse suprir, com muita calma naqueles balcões, as exigências das posturas municipais?

Olha... Tem muita gente que considera aquele antigo adágio popular, aplicável ao caso, "quem muito fala pouco faz"  acertadíssimo.

Eu também.

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publicado às 13:14

Razão e Emoção

por Fernando Zocca, em 26.02.13


 

O que leva um sujeito, ou um grupo de pessoas, a acreditar que dançando ou proferindo certas palavras, podem desencadear fenômenos como chuvas, maremotos ou até mesmo terremotos?


Um conjunto de valores baseados em crenças e superstições, que atribuem nexo causal (ação e reação, motivação e atitudes), de acontecimentos bem distantes, estaria entre o material dessa construção bizarra.


A confiança nos superpoderes capazes de destruir, por exemplo, com palavras maldosas, os desafetos é bem comum nas mentes psicóticas extremamente agressivas.


Os usuários de drogas, analfabetos, refratários aos ensinamentos de boa conduta, da convivência pacífica, teriam especial suscetibilidade para, dando vazão a esse tipo de mentalidade mágica, desenvolver a fala automática, em que predominam as estereotipias incansáveis.


E não há como cobrar dos pais ou parentes mais próximos a dignificação do comportamento mais respeitoso, na medida em que o próprio grupo familiar compõe-se da mesma argamassa.


Você observa nesses grupamentos obsessores a má formação genética, uma espécie de herança maldita ou maligna, à qual se somam os maus hábitos como o tabagismo e o alcoolismo redundantes nos comportamentos hostis.


É claro que o poder público tem acentuada culpa na proliferação dessas ações incivilizadas, quando é incompetente para distribuir o conhecimento por meio do ensino municipal.


Governo que só pensa em aplicar, as verbas que recebe, na construção de obras de concreto, não tem tempo, nem disposição, para aprimorar a qualidade da educação no município.


Educação é verbo, palavra, razão. As palavras, que foram o princípio, servem inclusive para civilizar. Ou não?


Onde predomina única e exclusivamente a emoção, (“o coração”), prevalecem os sentimentos mais vis como o ódio, a inveja, o ciúme e o revanchismo. Nas doenças mentais relacionadas ao afeto o que menos se nota é a razão.


Com esse tipo de emoção, paixão, “coração”, atestado da incompetência evangelizadora dos supostos responsáveis, a paz na comunidade é praticamente impossível.


26/02/2013

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publicado às 18:03

As Gazelas Assustadas

por Fernando Zocca, em 16.01.13


 

A ignorância, a má educação, a grosseria e a incivilidade são sempre os resultados de alguma coisa. E esta não poderia ser outra do que a politica vigente numa localidade.


Se os mesmos políticos, dedicados há décadas, a desenvolver planos, traçarem metas e a dirigir os destinos das pessoas, numa determinada região, estão atentos única e exclusivamente às questões relativas às obras que envolvem o cimento, o tijolo, a areia, e o concreto, com certeza neste local, não haverá bons modos e nem tantas gentilezas.


E onde impera a estupidez, o turista geralmente, não é bem recebido. Pode ter a certeza.


Veja então que se o tal gabinete se dedica a atender aos usuários dos transportes individuais, gastando o tempo, o dinheiro e a paciência do cidadão com asfalto, pontes, viadutos e prédios voluptuosos, não poderá satisfazer as demais necessidades da população, relacionadas aos transportes públicos, à segurança, à saúde, e nem mesmo à educação.


Desta forma a selvageria, a incivilidade e a estupidez, tornam-se notáveis características, que destacam grande parte da fauna da região.


Estudos psicológicos apontam que a incivilidade e a grosseria, além de serem manifestações do inculto, teriam por base a personalidade frágil, sensível e bastante medrosa.


E essas reações animalescas, bem selvagens mesmo, nada mais seriam do que os jeitos próprios de se defender, daqueles muito delicados, que se sentiriam ameaçados.


E não deixa de haver quem creia e diga que, debaixo da pele de todo machão amedrontador, existe sempre uma gazela assustada.


É impossível não relacionar a incivilidade com a deficiência intelectual, e esta, com as más formações genéticas, resultados dos cruzamentos consanguíneos.


É certo que se pode muito bem civilizar idiotas. Educá-los. Mas se os governos só gastam dinheiro com pontes, viadutos e concreto isso é praticamente impossível.


Piracicaba que o diga.

 

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publicado às 19:33

Paixões a Arder

por Fernando Zocca, em 17.11.12

 

 

É inegável que a violência grassa nas grandes concentrações humanas. Não são incomuns as reuniões de pessoas que passam horas a bebericar, para depois, por um me da cá aquela palha, agredirem aos próximos com chutes no peito ou garrafadas nos costados.

De quem seria a culpa de tanta selvageria, de tanta falta de educação? Como você pode dizer ao pai de um moço amancebado, viciado em drogas, que seu filho agride pessoas com palavras, fisicamente com pontapés e garrafadas, se o próprio pai do meliante também passou por condenação penal e não está nem aí com o problema?

Como pode o cidadão comum dirigir-se à gordurosa mãe do proxeneta a fim de lhe pedir a frenação da loucura daquele produto podre do seu ventre? Ô carniça!
Que tipo de conversa teria você, meu amigo leitor, com um assassino em potencial, que faz do ócio dos seus dias inúteis, momentos de perturbação do sossego alheio?

Que diria você, minha amiga leitora, para uma pessoa sustentada com o dinheiro que recebe a concubina, em decorrência de uma ação de alimentos proposta contra um pobre infeliz ingênuo, apanhado na armadilha da barriga de aluguel?

O que diria o senhor delegado de polícia, a senhora assistente social da prefeitura, para as pessoas amontoadas em cortiços de onde não se vê sair nada de bom que não seja drogas ilícitas?

Observa-se, em alguns trechos, da abandonada Vila Independência muitos cistos, cabeças-de-porco, verdadeiros chiqueiros formados por amontoados de pessoas vindas de famílias desfeitas, totalmente privadas de boas maneiras e civilidade.

Onde estão os pais responsáveis por esses selvagens? Onde está a autoridade policial a quem incumbe a repressão ao tráfico de drogas ilícitas?

Onde estão as autoridades legislativas e do executivo dessa cidade? Estariam por certo em lugares diversos dos demais trechos em que permanecem imobilizadas nas perenes poses para as fotos com as quais se exibem ao púbico?

Cadê a educação das jovens adolescentes abandonadas pelo pai irresponsável, quiçá agalhado pela mulher leviana? Onde está a responsabilidade do avô libertino, que nada faz pela educação das aprendizes de meretriz, a não ser esperar com avidez o pagamento efetivado constantemente pelo poder público?

Onde está a sensatez da velhota ocupante do lugar da avó morta em circunstâncias ocultas?

Onde estão os pais da moça que vive no bem-bom usufruindo as pensões alimentícias, pagas por homens diversos, genitores dos filhos adulterino e natural?

Que segurança se pode ter nestes bairros distantes onde no mínimo você pode levar um pontapé no peito ou uma garrafada nas costas?

Piracicaba é maior do que esse lixo hospitalar, lixo de cadeia, lixo de prostíbulo, e lixo de botequim que se acumula nos cortiços obscuros e tenebrosos da cidade, justamente neste começo do fim do mundo.

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publicado às 13:40