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Destruição

por Fernando Zocca, em 16.11.15

 

 

Não é difícil encontrar componentes comuns entre os ataques ocorridos em Paris no dia 13 de novembro, o desastre em Mariana (MG), e a "pauta-bomba" do Eduardo Cunha.

Todas essas ocorrências ocasionaram grandes prejuízos materiais. Nas duas primeiras houveram mortes.

A causa do morticínio na capital francesa foi a atuação da França no litígio que envolve o governo Sírio.

O maior interessado na manutenção do "status quo" naquele país (Síria) é, sem dúvida, o ditador Bashar Al-Assad e seus apoiadores. 

No caso de Mariana (MG), a empresa Samarco Mineração S.A. - Vale do Rio Doce, de forma negligente, mantinha as barragens contensoras da lama contaminada.

A omissão na execução dos reforços, nas estruturas do represamento, ocasionou o rompimento devastador.

Eduardo Cunha, querendo punir atitudes do executivo federal, consideradas por ele condenáveis, elaborou a "pauta-bomba" cujo objetivo era o de criar, para o governo, obrigações impagáveis.

Pode-se encontrar muita autoafirmação no comportamento dos responsáveis diretos por tanta dor. A manutenção, por meios violentos e injustos, de tantos privilégios, desconsidera qualquer princípio de valoração da vida.

Não deixa de haver muita ingenuidade na crença de que todas essas desgraças tiveram origem na mídia. Há mais rebeldia, revolta, contra as reprovações ao governo Sírio, às ações dos donos da Samarco, e do senhor Eduardo Cunha, do que propriamente quaisquer outros motivos desencadeadores.

Com bastante razão estariam os que aceitam a tese de que todos esses males não passaram de retaliação pelas contrariedades; na verdade uma forma de vingança dos derrotados.

As soluções para esses problemas todos seriam a destituição do governo déspota Sírio, a condenação - na área cível e criminal - dos proprietários da empresa Samarco e a cassação do mandato do deputado Cunha com a consequente repatriação dos dólares recheadores das suas contas na Suíça.

A teimosia, a perseveração, tanto do ditador Sírio, dos donos da Samarco, (que garantiam não haver perigo de rompimento das barragens), quanto do deputado federal Eduardo Cunha, são entidades psiquiátricas, passíveis de atenção especializada.

Chama-se "tiro pela culatra" o fracasso na atribuição, aos outros, da culpa pelos danos causados por si mesmo.

 

Colabore com a manutenção do Blog depositando a partir de R$ 10 na conta 0014675-0 Agência 3008. Caixa Econômica Federal.

 

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publicado às 20:00

Padrão de Vida

por Fernando Zocca, em 12.09.14

 

Os embustes demoníacos do PSDB, em Piracicaba, foram ineficientes para destruir os que lhe fizeram oposição. 

Há alguns anos estes senhores, que há décadas ocupam os postos de mando político na cidade, prendiam, arrebentavam e matavam os que ousassem dizer-se-lhes contrários. 

Hoje, devido as mudanças tecnológicas, sociais e políticas o expediente mais empregado - em oposição aos que protestam contra a destruição do meio ambiente, os engarrafamentos nas grandes cidades - ainda é, dentre outros, a desagregação familiar. 

E para isso não economizam energia na criação dos factoides causadores de rejeição, bem como na instigação das situações destruidoras das formações familiares.

Apesar de não haverem ainda condenações judiciais, nos casos de superfaturamentos, nas obras dos metrôs e trens de São Paulo e Brasília, ocorridos nos governos de Mário Covas, José Serra e Gerando Alckmin - todos do PSDB -, os indícios são de que sem os tais ilícitos não haveria a conclusão dos projetos. 

Nesta guerra entre PSDB e PT, (elite, empresários, empreiteiros, latifundiários, industriais, versus o proletariado), que desgasta, cansando parte da mídia, surge uma terceira alternativa representada por Marina Silva.

Mas o que faria a mais, esta candidata, se não fosse manter a representação e as diretrizes das políticas propícias aos interesses dos que embasam o atual governo federal?

O que pode mais fazer a senhora Marina, que se for para o segundo turno com Dilma, certamente receberá o apoio do derrotado Aécio Neves, além do que tem feito o PT, em benefício da população menos contemplada financeiramente?

Bolsa escola, família, vale cultura, faculdades de medicina, programa mais médicos, minha casa minha vida, transposição das águas do rio São Francisco, que arrepiaram os cabelos dos que ouviram pela primeira vez as propostas, antes das implantações, podem deixar de ter as características populares, feições próprias dos seus criadores? 

Trocando o certo pelo duvidoso, quem garantiria que as orientações desenvolvimentistas não fossem mais direcionadas aos trabalhadores e sim às elites proprietárias, industriais, fazendeiros e donos das grandes áreas de terras?

Quando oposição o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) pregava (escrevendo livros, artigos nos jornais, nas revistas, lecionando e discursando), a política objetivadora de mais conforto e bem-estar para as classes mais humildes.

Entretanto ao assumir o poder, que o fez por oito anos, privatizou instituições, favoreceu ações que hoje em dia resultam na intransitabilidade das grandes capitais, e da consequente deterioração dos padrões de vida.   

Ou seja, mudou de opinião o então presidente da república; pediu que esquecessem o que ele escreveu e pregou. Foi ouvido e o PSDB governou por tanto tempo chegando ao que chegamos agora. 

Depois do senhor Henrique Cardoso, Lula governou por dois mandatos. O sucesso da sua política ensejou a eleição de Dilma, cujas ações políticas autorizam-na a conduzir a nação por mais uma gestão. 

Mentira tem pernas curtas. Os conceitos embasadores das opiniões dos senhores políticos tucanos de Piracicaba são equivocados. Laboraram e governaram durante todos esses anos fundados em falsidades. 

Excluíram, segregaram e se omitiram nos vergonhosos assédios morais, baseados nas patranhas. Cometeram injustiças terríveis, irreparáveis.

Devem dar a vez aos que, apesar de terem companheiros atingidos, sempre tudo fizeram em benefício do povo brasileiro. 

 

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publicado às 20:31

O zum-zum do botequim

por Fernando Zocca, em 17.06.14

 

 

Quem crê em astrologia pode crer também naquela espécie de vaticínio existente, em forma de notícias, nas capas dos grandes jornais.

No meu caso, cidadão nascido no dia 1º de setembro de 1951, ano seguinte ao fracasso da seleção brasileira - atribuído ao goleiro Barbosa, jogador do Botafogo do Rio de Janeiro - no Maracanã, as matérias de capa de O Globo, traziam algumas notícias relevantes para mim. 

Uma delas nos dá conta de que uma criança de colo, na Califórnia, Estados Unidos, diante da negativa da sua mãe em dar-lhe bombons, bateu com a cabeça no chão, matando-se. 

A segunda matéria nos informa que um jardineiro negro, e sua família, deixariam a cidade de Campinas SP, para residirem numa favela do Rio de Janeiro. 

Na tarde do dia 7 de abril de 1952, minha mãe, comigo no colo, defronte ao portão do Grupo Escolar Barão do Rio Branco, dáva-me de mamar usando a mamadeira.

Quem conheceu a região central de Piracicaba da década de 1950, sabe que na esquina das Ruas Governador Pedro de Toledo com a Ipiranga havia, além do Grupo Escolar, o bar do Japonês conhecido por Sasse, e um armazém de secos e molhados do Mário Moral.

Um irmão do meu pai, tio Bruno (Brunico), formado em contabilidade no Zanin, era alcoólatra, e não saia do bar do Sasse. 

Ele ia e vinha ao boteco várias vezes durante o dia. Vestindo um paletó surrado, sempre com um exemplar de jornal no bolso traseiro da calça, ele passava horas e horas seguidas sentado a uma daquelas mesas do botequim, diante de um copo de pinga e tagarelando muito.

Você sabe, meu amigo, que zum-zum de botequim pode ser contagiante.

Eu tinha sete meses de idade e, segundo a minha mãe (que Deus a tenha em bom lugar), a um movimento brusco meu desprendí-me dos seus braços caindo ao chão fraturando a clavícula.   

Já contei essa passagem num dos milhares de textos meus publicados na Internet durante estes anos todos; fui atendido na Santa Casa de Misericórdia.

Durante os meses seguintes, com o tórax engessado, fui submetido a massagens periódicas por um massagista conhecido por Peixe.

Bom, depois disso tudo, recuperei-me, tendo uma infância e adolescência praticamente normais, a não ser por problemas surgidos após vários anos, quando precisei de atenção hospitalar.

No hospital ocupei, provisoriamente, durante algum tempo, uma vaga destinada aos pacientes cujos tratamentos eram financiados pela prefeitura. 

Aí, meu astuto e inteligente leitor pode perguntar: mas o que tem a ver as notícias (a criança que bateu com a cabeça no chão e a família campineira que se mudaria para o Rio de Janeiro), publicadas em O Globo, no dia 1º de setembro de 1951, com a sua vida?

Eu diria que quando o ódio, o ressentimento, o rancor e a intolerância, suplantam os sentimentos de afeto, compaixão e solidariedade, todos os fatos relacionados com você podem ser usados de forma negativa, não para construir, mas para destruir. 

Considero valorosas as almas que conseguem transmutar as situações adversas em bendições.

Dentre as provações da vida, cabem aquelas em que recebendo as asperezas hostis, os méritos estariam em transformá-las em carinho e afeto.

Mas isso não é muito fácil. Depende do tempo e da maturidade.  

 

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publicado às 12:52

Respeito é bom e todos gostam

por Fernando Zocca, em 25.10.13

 

 

Obama, o fuxiqueiro mundial, quis saber, às escondidas, da vida de todos os governantes do planeta.

 

O sujeito agiu igual aquelas comadres gorduchas e desocupadas das cidades pequenas.

 

Ele, o abelhudo, invadiu a privacidade alheia com a maior naturalidade, como se as pessoas e as coisas de toda a terra fossem dele.


Obama, cara de pau: seria o complexo de superioridade que o faria agir assim?


Talvez a certeza de que não haveria nenhuma punição para seus crimes lhe desse a segurança que o levou a violar os limites do bom senso, da legalidade.


O enxerido esticou seus ouvidos para saber, sem que fosse notado, sobre o que falavam e faziam os governantes da maioria dos países da Europa e da América do Sul.


Quem dissesse que esse comportamento irresponsável assemelhou-se ao daqueles playboys inconsequentes, tripudiadores sobre a ingenuidade alheia, não estaria errado.


Se levado a julgamento por uma corte internacional, que punições sofreria o autor dessa patuscada  vergonhosa?


É chegada a hora de criar juízo, doutor Obama. A invasão de países, o uso de equipamento militar contra civis, e toda a sorte de injustiças praticadas contra pessoas, governos e países dão aos Estados Unidos um azar tão intenso, tão forte que não seria duvidoso afirmar que o tempo de glória do império norte-americano já passou.


Quantos países seriam invadidos, quantos governos derrubados e quantas toneladas de bombas seriam usadas em represália contra aqueles que ousassem interceptar as ligações telefônicas das autoridades norte-americanas?


Qual seria a reação dos dirigentes ianques se descobrissem e provassem que os e-mails e as ligações telefônicas dos secretários de estado, altos funcionários do governo e das empresas estratégicas estariam monitoradas?


Respeito e consideração são bons e todos gostam.

 

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publicado às 18:53

A Gente Se Vê

por Fernando Zocca, em 30.01.12

 

 

      Você já reparou como é fofinho esse vosso monitornews.blog? Entretanto há quem diga ser ele barrigudo, mal ajeitado, caipira e que teria calcanhares rachados.

       E tem também, aquelas línguas pretas, insistentes em afirmar que ele apoiaria os maledicentes, aquelas pessoas que vivem a fofocar na vizinhança, denegrindo a pessoa alheia.

       Não é nada disso. Apesar de não ser muito versado em política, em televisão, cinema, literatura e artes, esse vosso companheiro, de todos os dias, faz questão de que seja visto e apreciado.

       Não precisa dizer nada. Nem mesmo um bom dia ou aquele oi. Basta que ele saiba que você o está vendo e pronto. Isso é o suficiente para deixá-lo satisfeito.

       E saiba que o danadinho faz muito barulho. Ele não é nada fácil. Esse vosso transmissor chegou primeiro aqui no trecho e por isso deseja ser reverenciado.

       Acusado de falar asneiras, de ter o palavreado fácil, vazio e inútil, ele tem a sua função. E qual seria ela se não fosse a distração, o entretenimento da garotada, não é mesmo?

       Longe de ser ele um analfabeto. Pode até ter o vocabulário limitado, repetitivo, preguiçoso, mas não é burro.

       Quando à barriga abaulada e os calcanhares rachados, ele promete que fará exercícios para reduzir a primeira e manter lixados os segundos.   

       Bom dia!

 

Visite o monitornews.blog


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publicado às 10:58

Com Pedras e Paus

por Fernando Zocca, em 08.11.11

 

                 Os crimes frequentes cometidos por marginais e vândalos no estacionamento da Universidade de São Paulo (USP), levaram a reitoria a firmar um convênio com a Secretaria da Segurança Pública do Estado de S. Paulo, pelo qual a Polícia Militar se incumbiria da manutenção da ordem no local.

       Com a presença rotineira dos policiais no campus, houve a detenção de três estudantes que fumavam maconha na região; esse fato gerou protestos e o confronto direto de um grupo de jovens com os policiais. Com pedras e paus os sediciosos danificaram cerca de seis veículos do governo do estado.

       Nem todos os estudantes eram contrários à presença da polícia nas dependências da universidade. Um grupo numeroso, formado por alunos de todas as áreas, inclusive da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, promoveram até ato de apoio ao pacto entre a Reitoria e a Secretaria da Segurança Pública.

       Entretanto os revoltosos ocuparam e danificaram as dependências da administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas; logo em seguida invadiram o prédio da reitoria, de onde exigiram a saída da Polícia Militar do campus, a rescisão do pacto com a Secretaria da Segurança Pública e o arquivamento de processos na justiça.

       Após determinar o corte da energia elétrica, água e internet do prédio ocupado, a reitoria ingressou na justiça, requerendo a reintegração de posse.

       O poder judiciário concedeu a ordem e deu um prazo para que os amotinados desocupassem as dependências invadidas.

       Tendo transcorrido o tempo sem que os invasores cumprissem a determinação judicial, foram conduzidos para o distrito, onde agora responderão ao inquérito policial e ao processo crime por desobediência.   

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publicado às 13:04

O Perna de Pau

por Fernando Zocca, em 15.02.11

 

 

                      Quando Van de Oliveira Grogue era criança conheceu um professor muito esquisito. Ele tinha uma das pernas de pau, o rosto vermelho enorme, e seus óculos, sempre embaçados, eram feitos com lentes grossas.

 

                        O mestre olhava para os meninos, que se aglomeravam defronte a sua casa, como quem procurava algum traço de zombaria, que ele cria fazerem do seu defeito, aqueles demônios dos infernos periféricos.

  

                        Às vezes o professor, acompanhado da esposa, sentava-se defronte a sua morada, donde podia vigiar os próprios filhos, que se juntavam aos moleques vizinhos.

 

                        O taciturno e cabisbaixo professor era sempre visto, com aquele rosto afogueado, a caminhar pela calçada do quarteirão, claudicando e proferindo palavras, que muitos julgavam ser maldições.

 

                        O mestre tinha um filho chamado Ênio que nas trevas do porão da casa alugada, mantinha um baú, onde criava milhares de baratas.

 

                        Ênio era mestre nas intrigas e por não suportar ver o pai usando a perna de pau, sem poder fazer uma única e inócua troça, atribuiu ao menino Van Grogue, a ousadia de ter dito ser ele – o velhote – um pirata da perna de pau.

 

                        O velho professor percebeu que a sua cabeça, a cada dia que passava, depois daquele desaforo, se esquentava, se esquentava e se avermelhava cada vez mais.

  

                        Ora, o mestre antigo julgou que não melhoraria enquanto não vingasse a petulância, supostamente cometida por aquele pé descalço semianalfabeto, que não servia nem para serrar ou pregar tábuas na fábrica de botes.

 

                        Então o professorzinho e sua mulher balofa, idealizaram o plano de fazer cair sobre o cocuruto do suposto falador inconsequente, um pedaço de pau do mesmo tamanho e peso, que eles julgavam ter a perna direita postiça.

 

                        Iniciado o lero-lero, o tititi, a murmuração, notaram os dois seres vingativos que um dos irmãos do Van Grogue, suposto ofensor, estava esculpindo, num toco de pinho, uma espécie de taco de basebol.

 

                        Os dois iludidos mestres não cessaram as suas arengas da desforra, enquanto não souberam que o Van Grogue foi atingido por um golpe violento desferido pelo próprio irmão, diante da porta aberta do quarto, no início de uma noite de sexta-feira.

 

                        Os curativos, as bandagens, os seis pontos que Grogue levou, para unir as bordas do corte no couro cabeludo, foram por muito e muito tempo, motivadores da mais ampla e irrestrita satisfação do professor, sua mulher fofa e do Ênio, o criador de baratas.

 

 

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publicado às 18:28